Dezenas de moradores leopoldenses que tiveram o Auxílio Reconstrução negado neste fim de semana formaram uma grande fila, que chegou a dobrar a esquina, em frente à Prefeitura de São Leopoldo, na manhã desta segunda-feira (22), em busca de informações. É que ao anunciar a reprovação no benefício, o site do governo federal pede que o morador procure a prefeitura de sua cidade.
Muitos cidadãos chegaram antes das 9 horas ao local, e próximo do meio-dia ainda aguardavam atendimento. Eles relataram que a administração municipal orientou que se buscasse as unidades dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou a sede da Secretaria de Assistência Social (SAS), onde está sendo feita a correção de possíveis erros no preenchimento do cadastro para o auxílio. Mas os moradores alegaram que, chegando nestes locais, eram mandados de volta à prefeitura, pois não havia sistema.
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Casos negados
Na fila, moradores de diversos bairros, como Rio dos Sinos, Centro e Campina, e muitos idosos, pessoas com bebês de colo, além de crianças que acompanhavam os pais. “Eles mandam a gente ir no Cras, mas nos Cras mandam vir pra cá e pro SAS. Um empurra pra lá, outro empurra pra cá”, comentou uma moradora que aguardava na fila.
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“Na propriedade onde moro tem 25 famílias. Eles disseram que uma família do endereço já recebeu, então estão negando para os outros. Estão tratando como um lugar que mora uma pessoa só”, contou um morador do bairro Campina.
“Meu filho mora nos fundos da minha casa e recebeu, mas nós, que moramos na frente, não. Perdi tudo dentro de casa. Eu e meu marido ficamos sem nada”, relatou uma idosa que esperava para ser atendida.
Moradora espera benefício para poder sair de abrigo
Moradora da Ocupação Steigleder, no bairro Santos Dumont, Marcia Schneider, 56 anos, aguardava desde 27 de maio pelo Auxílio Reconstrução que, no último sábado (20), foi reprovado. Ela foi uma das que procurou ajuda na prefeitura nesta segunda, pois acredita que o CEP colocado a todos os moradores da ocupação quando foi feito o cadastro, acabou causando a reprovação para muitos deles, inclusive ela.
Ela conta que ainda não pode voltar para a casa onde mora, pois a estrutura foi afetada, e aguarda o recebimento dos R$ 5,1 mil para poder sair do abrigo onde está desde a enchente. “Estou desde maio esperando o auxílio, que agora foi negado. Estou até agora dentro de um abrigo, não posso reconstruir minha casa”, lamentou, Marcia, que também não conseguiu os benefícios do Pix SOS RS e do Volta Por Cima, concedidos pelo governo estadual.
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O que diz a Prefeitura
Procurada, a comunicação da Prefeitura de São Leopoldo informou que as listas de reprovados são atualizadas aos municípios pelo governo federal nas segundas-feiras, às 11 horas. Por isso, antes desse horário, não era possível entrar no sistema.
A prefeitura também destacou que os moradores que tiveram auxílio reprovado devem procurar os CRAS e a SAS (Rua São Joaquim, 600, Centro) para revisar, fazer a correção de possíveis erros no preenchimento da solicitação ao Auxílio e reenviar ao governo federal. Mas, conforme a comunicação da prefeitura e relatos de moradores, todos que estavam na fila nesta segunda-feira foram atendidos.
O atendimento nos CRAS e na SAS ocorre de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.
Endereços dos CRAS:
– Norte: Rua Walter Hennemann, 582, Scharlau
– Nordeste: Rua Cora Coralina, 547, Santos Dumont (na sede da AMMEP)
– Oeste: Rua Vicentina Maria Fidelis, 350, Vicentina (no Parque do Trabalhador)
– Leste – Rua Artur Georg, 90, Feitoria
– Centro – Avenida João Corrêa, 1350 – 2º andar (no prédio do IAPS)
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