Os constantes atrasos nos pagamentos dos médicos prestadores de serviço que atuam em São Leopoldo foi pauta de reunião realizada, nesta quarta-feira (8), entre o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, e o secretário de Saúde (Semsad) do município, Martin Kalkmann, na sede da pasta.
A agenda contou com a participação do Instituto Ideas — que faz a gestão da Atenção Primária no município — e tratou sobre os valores devidos aos profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde Centro do Idoso, Feitoria, Madezatti e Scharlau, na Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Zona Norte, incluindo o Hospital Centenário, locais em que os atrasos chegam a dois meses, segundo o Simers.
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Comprometimento
Junto da coordenadora da Região Metropolitana do Simers, Alessandra Felicetti, e do diretor Luiz Antônio de Oliveira, Matias reforçou ao secretário e ao diretor financeiro da Semsad, João Stefanello, a necessidade de se buscar uma solução para a irregularidade nos pagamentos. E pediu o comprometimento da Prefeitura em apresentar uma proposta que reverta a crise ainda nos próximos dias, a qual já resultou na restrição nos atendimentos e afeta diretamente a população.
“Ouvimos do secretário que será feito um estudo financeiro para garantir que, a partir desta gestão, as remunerações estejam em dia e que os valores devidos sejam negociados, pois é justo que os médicos recebam pelo trabalho realizado e tenham uma previsão de quando isso vai acontecer”, afirmou.
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Pagamentos atrasados inibem interesse dos médicos de trabalhar na cidade
O presidente do Simers ressaltou que a insegurança dos médicos quanto aos pagamentos também tem inibido o interesse dos profissionais em prestar serviço em São Leopoldo. O problema reflete em escalas de trabalho incompletas e em custos maiores para os cofres da Prefeitura. “Para atrair os médicos, as empresas que fazem a gestão das unidades acabam oferecendo valores acima do mercado. O que demonstra a fragilidade da terceirização e, muitas vezes, da quarteirização dos serviços, que se tornam mais onerosos do que a contratação direta pelo município”, alertou Matias.
Assunto será tratado em encontro nesta sexta-feira
Questionada, a Prefeitura de São Leopoldo enviou nota, destacando que a Secretaria Municipal da Fazenda (Semfa) receberá nesta sexta-feira (10), o responsável pelo Ideas para tratar da situação das despesas não empenhadas feitas pela administração anterior. “O objetivo é encontrar uma solução dentro das possibilidades do município, assim como foi feito com a situação dos professores. O foco agora é resolver as pendências na área da Saúde, Assistência Social e no Hospital Centenário”, concluiu o texto da Semfa.
Entenda a situação
De acordo com o Simers, nas UBSs citadas e na Upa Zona Norte, médicos estão sem receber o mês de outubro e sem previsão de pagamento dos valores devidos pela Saudex, responsável pela contratação dos médicos. A empresa é contratada pelo Instituto Ideas, que alega falta de repasses da Prefeitura. Os médicos prestadores de serviço das UBSs Centro do Idoso, Feitoria, Madezatti e Scharlau chegaram a restringir os atendimentos eletivos em dezembro para chamar a atenção para a falta de regularidade nos pagamentos.
O Simers também aponta que, no Hospital Centenário, os médicos do Centro Obstétrico (CO) e também da UTI Neonatal enfrentam escalas de plantão incompletas. O constante atraso nos pagamentos afasta os profissionais da prestação de serviço, onde existe a demanda não só de São Leopoldo, mas, também, de cidades vizinhas. No CO, a empresa Naja fazia a contratação dos especialistas até o início de novembro e não pagou as remunerações de setembro e outubro, sem previsão de quitar os valores devidos.
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