MINHA CASA, MINHA VIDA
Assinado contrato de R$ 55 milhões para construção de 346 moradias em São Leopoldo
Unidades habitacionais serão destinadas a famílias das Ocupações Mauá e Steigleder
Última atualização: 29/11/2024 22:12
“Eu quero que vocês entendam que, hoje, o que nós conseguimos foi com a união de todas as famílias que estão aqui. Foi todos nós, porque merecemos, saímos pra rua e lutamos”. Foi com palavras fortes e sob muita emoção, que a liderança comunitária da Ocupação Mauá, Vanusa Antunes de Sá, 37 anos, falou para as centenas de pessoas que acompanharam o ato de assinatura dos contratos de mais de R$ 55 milhões, junto à Caixa Econômica Federal, para a construção de unidades habitacionais para famílias das Ocupações Mauá e Steigleder, no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo.
A atividade aconteceu na tarde desta sexta-feira (29), no galpão da Ocupação Mauá, e contou com as presenças do prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi; do deputado federal Dionilso Marcon; do secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hailton de Almeida; do secretário extraordinário da Presidência da República de Apoio à Reconstrução, Maneco Hassen; da diretora de programas e projetos para Mulheres na Reconstrução do RS, Ana Affonso; do superintendente de rede do Vale dos Sinos da Caixa Econômica Federal, Marcos Tavaniello; do promotor de Justiça de São Leopoldo, Ricardo Schinestsck Rodrigues; além de outras autoridades federais, estaduais, municipais, lideranças do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM), representantes das cooperativas envolvidas no projeto e vereadores de cidades vizinhas. A então proprietária da área da Ocupação Mauá, Ana Rita Fuga também se fez presente na atividade.
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Investimentos
Os contratos assinados referem-se aos empreendimentos habitacionais vinculados ao Programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades (PMCMV-E): Loteamento Steigleder e Residencial Mauá Sinos.
Os dois projetos totalizam a construção de 346 unidades habitacionais pelo programa: 96 unidades, sendo 30 sobrados de 55,80 metros quadrados e 66 casas térreas com 53,48 metros quadrados para o Loteamento Steigleder/Cooperativa de Trabalho e Projetos Nova Geração, totalizando mais de R$ 13,4 milhões; e outras 250 unidades, sendo 224 apartamentos de 62,46 metros quadrados em torres de 4 andares e 26 sobrados de 55,80 metros quadrados, para o Residencial Mauá Sinos/Cooperativa de Trabalho Habitação e Consumo, Construindo Cidadania (Cootrahab), somando pouco acima de R$ 41,6 milhões.
“A união faz a força”
Vanusa é uma das beneficiárias do projeto que receberá uma moradia no Residencial Mauá Sinos. “A gente não tem palavras pra descrever tudo que a gente passou nesses 4 anos e 3 meses. Esse é um ato muito realizador nas nossas vidas”, lembrando a luta dela, da irmã, Shauane Antunes de Sá, 28 anos, e da mãe, Sueli. “Conseguimos não só a nossa casa, mas nós ajudamos 250 famílias. E isso para nós, do Movimento, é uma alegria poder dizer que a gente conseguiu, sim, e que não é uma pessoa que faz: a união faz a força”, acrescentou.
“A gente fica um pouco triste em ter que sair (da ocupação, até que as casas sejam construídas), mas a gente sabe que depois vamos voltar e vai ser melhor que nunca, não vai ter goteira na casa, não vai ter falta de luz, falta de água, vai ser tudo maravilhoso”, completou Shauane. “Hoje a gente tem que só agradecer”, concluiu Vanusa, visivelmente emocionada”.
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Ato simbólico lembrou a luta por moradia
Na abertura da ação, representantes do MNLM fizeram um ato simbólico, levando cartazes, maquetes e itens que representam a sua luta, como verduras, frutas e terra.
Presidente da Cooperativa de Trabalho e Projetos Nova Geração, Aldair José da Silva, falou também pela Cootrahab, fazendo a saudação inicial aos presentes. “Não foi da noite pro dia que esse empreendimento surgiu. Foi por muita lágrima, muito choro, muita luta. Mas hoje nós estamos aqui contemplando com esse evento, a voz de vocês chegando até aqui e realizando através desse empreendimento”.
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Início das obras em 2025
O secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hailton de Almeida recordou que o Minha Casa Minha Vida retornou em 2023, abrindo também a seleção para a modalidade Entidades do programa. “Estou muito feliz hoje de estar aqui junto com a Caixa Econômica, assinando essa contratação”, disse, salientando que está conversando com os envolvidos para tentar concluir o projeto o mais rápido possível. “Com apoio de todos, espero que a gente possa iniciar a obra logo aqui. Acho que a gente tem condições de, no começo de 2025, concluir o projeto”.
Superintendente de rede do Vale dos Sinos da Caixa Econômica Federal, Marcos Tavaniello lembrou os diversos benefícios entregues após as enchentes de maio pela Caixa, como a liberação do FGTS e o Auxílio Reconstrução, além das unidades que já vêm sendo entregues na região pelo Minha Casa, Minha Vida Reconstrução.
“Quero frisar o dia de hoje como o mais importante, com a assinatura do contrato dessas unidades, cumprindo o papel da Caixa, que foi fundada com mote na população e com mote na sociedade e isso a gente faz o tempo inteiro: seja na calamidade, seja na pandemia, seja no dia a dia, seja como hoje, pra vocês, dando a condição da moradia, que é o passo número um da cidadania”.
Mobilização tem que continuar
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi destacou as realizações do município na área da Habitação nos últimos anos, com entrega de moradias, escrituras e regularização de imóveis. Ele também salientou que, assim como o contrato assinado hoje, outros projetos estão encaminhados para 2025 e precisam ser acompanhados pela próxima gestão para saírem do papel. “Vocês precisam estar atentos, organizados e precisam estar presentes nas mobilizações que as cooperativas fazem, pra que a gente possa dar sequência e agilidade no processo”, disse Vanazzi, aos moradores presentes na solenidade.
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À reportagem, o prefeito explicou que a assinatura garante o aporte de recursos para as cooperativas realizarem os próximos projetos. Porém, quando concluídos, estes deverão ser autorizados pela próxima gestão, para que as obras iniciem. Na avaliação de Vanazzi, com todos os processos encaminhados, as obras de ambas as cooperativas poderiam começar em março de 2025.