MAIS DE R$ 500 MIL INVESTIDOS
Agricultores fazem primeira entrega do Programa de Aquisição de Alimentos em São Leopoldo
Entidades já começaram a ser beneficiadas pela edição 2024 da iniciativa, que foi retomada no município; com recurso do governo federal, programa visa a destinação de alimentos a comunidades em vulnerabilidade social e nutricional
Última atualização: 03/04/2024 11:08
Dezenas de caixas de tomate, chuchu, aipim, beterraba, cebola, entre tantos outros, que beneficiarão entidades leopoldenses. O Centro de Eventos foi o ponto de recebimento e distribuição de vários alimentos na primeira entrega do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) edição 2024, iniciativa do governo federal e que está voltando a ser realizado no município.
O projeto possibilita parceria entre pequenos agricultores e instituições municipais para garantia da segurança alimentar das comunidades em vulnerabilidade social e nutricional. Em São Leopoldo, o projeto é executado e gerido pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), com auxílio da Emater municipal e junto às Organizações da Sociedade Civil (OSCs), para ajudar na alimentação da população assistida e incentivar a agricultura familiar.
Cronograma facilita
Nesta terça-feira (1º), além de representantes da SAS, a extensionista rural social da Emater São Leopoldo, Adriana Conzatti, acompanhou o primeiro dia de entregas e explicou o cronograma para os 9 meses de execução do programa em 2024.
“A gente já tem as datas para todo o ano, isso facilita tanto a programação dos agricultores, como para as entidades. Os agricultores se planejam para plantar e produzir conforme ele vai entregar. Ele vai ter a disponibilidade do alimento, conforme a sazonalidade daquele alimento, mas ele planta sabendo que no mês que ele colher vai ter onde entregar. Isso facilita a organização do produtor, na propriedade dele, pois tem a venda garantida daquilo que ele vai plantar, e facilita também para as entidades, que sabem que vão receber tais alimentos naquele período, conforme a sazonalidade, respeitando o período de produção”.
A extensionista também elogiou o sistema do programa. “É uma política pública que funciona porque é simplificada. Ela é desburocratizada e essa proximidade que temos com os agricultores também facilita, funciona muito bem. E sendo uma entrega centralizada, de não precisar entregar em cada instituição. Não seria viável eles entregarem pontualmente em cada uma”.
Complemento para a alimentação
As entregas serão feitas de 15 em 15 dias, totalizando 18 até o final do ano. “Cada entrega varia tanto a quantidade de alimentos, como os fornecedores, os tipos de alimentos, conforme o que está disponível na safra naquela época”, acrescentou, Adriana. A primeira ocorreu na manhã desta terça-feira. Cada agricultor levou suas produções já na quantidade certa para as entidades solicitadas, que, à tarde, buscaram os donativos.
O levantamento da quantidade de alimentos necessário para cada entidade foi feito pela SAS, de acordo com o número de atendidos nas instituições. “Mas deixamos claro: não é para suprir a alimentação deles, é para complementar a compra. Os recursos que elas usariam para adquirir esses alimentos entregues pelo PAA, elas vão poder usar para comprar outros produtos mais caros, como carne”, destacou a estagiária de Nutrição da SAS, Jaqueline Nascimento Sela.
"Temos como plantar e temos para quem vender"
Agricultor leopoldense, Anildo Machado Rodrigues, 63 anos, cultiva diversos alimentos em sua propriedade no bairro Campestre. Para a primeira entrega do PAA, ontem, ele levou 224 quilos de aipim e 44 de chuchu.
Contando que trabalha com agricultura familiar há muitos anos e já participava do programa antes dele ser extinto, Rodrigues enaltece a iniciativa. “Voltamos, graças a Deus! É uma baita de uma ajuda. É muito bom, porque temos como plantar e temos para quem vender. A gente planta e já sabe onde tem que entregar”.
“A gente estava ansioso para que voltasse”
Presidente da Cooperativa Mista de Agricultores Familiares do Vale do Caí (CooperValeCaí), de São Sebastião do Caí, Paulo Alício Orth também foi levar produções de parte dos 26 associados ontem. “Desta vez, trouxemos tomate, chuchu, cebola e beterraba”, comentou. Orth conta que a cooperativa faz parte do PAA desde 2011, participando em algumas das seis modalidades do programa, e retornando em 2024 para a “Modalidade doação simultânea”, da qual São Leopoldo faz parte. “A gente estava ansioso para que voltasse”, disse, ressaltando a importância dos recursos para as famílias cooperativadas.
Saiba mais
No total, 38 entidades leopoldenses serão beneficiadas pelo programa, sendo: 24 cozinhas sociais presentes no Programa São Léo Mais Comida no Prato; 11 OSCs; o Centro de Referência Especializado em População em Situação de Rua (CentroPop); o Centro de Referência Especializado da População Adulta em Situação de Rua (Crepar); e o Lar São Francisco de Assis.
Conforme a SAS, ao todo, 43 agricultores familiares – 11 deles de São Leopoldo – fazem parte do PAA, e serão responsáveis pela distribuição de alimento de qualidade para as entidades beneficiadas.
O recurso destinado à São Leopoldo para os nove meses de PAA em 2024 será de R$ 519.754,38, oriundo do governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e repassado diretamente aos agricultores mensalmente.