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SÃO LEOPOLDO

Abrigo de animais faz campanha por novo lar para acomodar 150 cachorros resgatados; saiba como ajudar

Imóvel do projeto, que acolhe animais vítimas de maus-tratos ou abandono, está com sérios problemas estruturais e vaquinha foi criada para tentar a aquisição de outro espaço; no sábado (10), tem feira de adoção

Priscila Carvalho
Publicado em: 08/08/2024 às 12h:53
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Com mais de 150 cachorros e um imóvel que já não comporta os animais, o Abrigo Anjos Peludos iniciou uma vaquinha on-line a fim de arrecadar recursos para comprar um novo imóvel, que possa acomodar melhor os cães e o brechó, que ajuda a sustentar a entidade.

Presidente da Associação Mãos Unidas Abrigo Anjos Peludos, Adelaide Stein, 62 anos, mora sozinha com os animais, no bairro Cristo Rei, em São Leopoldo, e conta com a ajuda de voluntários para manter a organização, limpeza e conseguir vender os itens do brechó, montado junto da casa. Além disso, as doações, de roupas, calçados, alimentos e rações, por exemplo, são fundamentais para auxiliar o local.

Adelaide pede ajuda para adquirir novo espaço para acomodar os mais de 150 cães do Abrigo Anjos Peludos



Adelaide pede ajuda para adquirir novo espaço para acomodar os mais de 150 cães do Abrigo Anjos Peludos

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Pós-enchente

Adelaide começou o trabalho com animais em 1991, mantendo sempre entre 50 e 100 cachorros, resgatados de maus-tratos ou abandonados, em sua casa. Mas a enchente de maio agravou em muito o problema. Ela resgatou dezenas de animais, muitos machucados e doentes, chegando a acolher mais de 200 no imóvel. “39 eu devolvi pros donos, alguns foram doados, mas o restante está aqui”, conta.

Todos eles têm nome, que Adelaide lembra com exatidão, e carteira de vacina própria. Numa tabela, ela organiza as datas em que cada um tomou medicações. Além disso, os objetos, como potes de alimentação, cobertas e roupinhas ficam devidamente guardados para a hora do uso.

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“A casa é deles”

Para acomodar os cães, Adelaide aproveita todos os cômodos da casa. Até o mesmo o seu próprio quarto foi destinado a eles, e ela mudou sua cama para cozinha. “Comecei a dormir ali. Por duas noites, dormi em cima da mesa, porque não tinha mais espaço pra mim. Eu acordava muito machucada dos cachorros em cima de mim”, comenta ela, que há poucos dias ganhou uma nova cama para poder descansar. “A casa aqui é deles”.

Custos passam de R$ 22 mil mensais

Mas para manter os altos custos mensais, a gestora precisa de ajuda. Somente o aluguel do imóvel custa R$ 2,5 mil, além de mais de 1 mil reais por mês de água e outros R$ 1 mil de energia elétrica. “Dá de R$ 22 a R$ 25 mil por mês de dívida só do abrigo”, destaca, tirando ainda os custos com medicamentos, cirurgias de emergência, castrações, vacinações e imprevistos que podem ocorrer.

Todos os cachorros resgatados são levados a uma clínica, onde recebem vermífugo, remédio antipulgas e são castrados. Após, eles também são chipados. Neste mês de agosto, com o auxílio de doações e parceiros, Adelaide conseguiu R$ 10.800 para atualizar as vacinas de todos os animais.

Imóvel está caindo

Mas o grande problema agora é o imóvel, que está com diversos problemas estruturais. O assoalho está cedendo em alguns pontos e entra chuva pelo telhado da garagem, onde fica o brechó. As pequenas reformas são recorrentes, mas já não dão conta. “Essa casa é uma tragédia anunciada, ela está caindo”, diz, alegando que precisa sair também porque os proprietários já pediram a residência de volta.

A presidente da Associação disse que a prefeitura se ofereceu para doar um espaço, mas mudou o local previamente combinado para uma área sem estrutura e sem acesso próximo. “Eu preciso de um terreno onde tenha acesso a ônibus e aonde eu possa ter o brechó, porque é do brechó que eu mantenho aqui. Eu tô desesperada atrás de um lugar”, coloca, emocionada com a situação. “Eu não vivo sem eles. São a minha vida”, completa Adelaide, sobre a importância dos cachorros e do trabalho de resgate que faz com os bichos.

Com animais por toda casa, Adelaide cedeu seu quarto e agora sua cama fica na cozinha



Com animais por toda casa, Adelaide cedeu seu quarto e agora sua cama fica na cozinha

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Brechó montado junto ao abrigo ajuda a manter os custos do projeto



Brechó montado junto ao abrigo ajuda a manter os custos do projeto

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

São milhares de peças disponíveis no brechó com preços de cerca de R$ 10



São milhares de peças disponíveis no brechó com preços de cerca de R$ 10

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

O que diz a prefeitura

Procurada, a Prefeitura de São Leopoldo enviou nota afirmando que a Secretaria de Proteção Animal (Sempa) tem conhecimento da situação do Abrigo Anjos Peludos e “é solidário com todo o esforço que a voluntária tem prestado para com a causa animal”.

Conforma a prefeitura, vinha se construindo uma alternativa àquela oferecida de um terreno para que o projeto continuasse, “o que foi interrompido durante a enchente de maio”. O texto finaliza destacando que “a Sempa está estudando uma nova alternativa de auxiliar o Abrigo Anjos Peludos”.

Feira de adoção neste sábado

Neste sábado (10), com ajuda de parceiros, o Abrigo Anjos Peludos fará uma feira de animais para adoção. Eles estarão disponíveis no Atacado Macromix Padre Reus (Avenida Theodomiro Porto da Fonseca, 2120), das 11h30 às 16h.

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Como ajudar

Para colaborar na campanha para um novo imóvel ao abrigo, interessados podem acessar o site
vakinha.com.br/4914304. Também é possível colaborar pelo PIX da instituição. A chave é o CNPJ 45899304000170. Mais informações ou formas de ajudar, podem ser obtidas diretamente com Adelaide, pelo telefone (51) 98047-6332, ou pelo instagram do projeto: @abrigoanjospeludos.

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