A 12ª Mostra de Tecnologia e Inovação com Ciências (Motic São Léo Internacional) iniciou na tarde desta terça-feira (3), no Ginásio Municipal Celso Morbach. Justo no ano em que 18 escolas municipais foram atingidas por uma enchente histórica que deixou milhares de alunos sem aulas por até três meses, a mostra conta com 215 projetos – muito mais do que os 80 esperados pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) do município.
Foto: Amanda Krohn/Especial
Além das escolas locais, há ainda participantes de Sapucaia do Sul, Esteio, Portão e outros sete municípios gaúchos. Outros estados como Amazonas, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul estão presentes, e até mesmo estudantes do Chile, de forma online.
A coordenadora do NTE e da Motic, Lisiani Moraes da Rosa, comenta que este resultado se deu graças à dedicação do corpo docente das escolas. “Os professores de todas as escolas, não só da nossa cidade, mas de todas as redes, foram muito proativos e resilientes. Isso tudo nos deu muito trabalho”, destaca. “Muitos estavam se preparando desde fevereiro, março, então se a gente faz a provocação, eles respondem muito rápido. E assim a gente percebe o quanto a pesquisa tem que estar presente em sala de aula”, completa.
Projetos vão desde temas ambientais até sociais
São variadas as temáticas abordadas pelas pesquisas dos estudantes da Motic, que iam desde pautas ambientais, como a preservação da água e o cuidado com os animais, até assuntos mais sociais, como o bullying nas escolas.
Meio ambiente
A pesquisa “Os caminhos do rio”, dos alunos da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Jesus Menino, foca no percurso que o Rio dos Sinos faz desde a sua nascente até os municípios em que ele percorre, mas acabou citando também alguns aspectos da enchente. O trabalho é de autoria das meninas Catarina Peron Filippi Chiela, de 5 anos, Clara Rodrigues Monteiro, de 6, e Heloisa da Rosa Vieia Lima, de 5, com orientação das professoras Ana Cristina Marques Pedroso e Karen Hoeltgebaum.
“Curiosamente escolhemos este tema em abril e em maio a nossa escola foi atingida pela enchente”, conta Ana Cristina. Segundo ela, o período em que se ficou sem aulas não foi um impedimento para o envolvimento das crianças, que foram bem envolvidas com a pesquisa. “Eu aprendi a cuidar do rio e que temos que conviver com ele e a não jogar lixo, porque senão acaba alagando”, relata Catarina.
Foto: Amanda Krohn/Especial
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Olímpio Vianna Albrecht, a pesquisa dos estudantes do 2º ano foi com a temática “Animais em risco de extinção da fauna brasileira”, com autoria de Alice de Oliveira Barbosa, de 7 anos, Gustavo de Oliveira Moreira, de 8, e Maria Clara Meurer del Mi, de 7.
Sob orientação da professora de anos iniciais Gisele Pontin e a professora de Biologia, Margarete Gonçalves, os alunos aprenderam sobre as causas de extinção dos animais. “Foi muito bacana, eles se envolveram 100%. Foi feita pesquisa a respeito dos animais que estavam em risco de extinção e a profe Margarete ajudou com as fichas técnicas, depois eles fizeram uma saída no Parque Zoológico onde puderam conhecer alguns desses animais, como a onça pintada”, afirma Gisele.
Para Alice, o aprendizado mais importante foi a respeito da preservação das espécies. “O que eu aprendi é que não pode jogar lixo no chão, se não os animais acabam comendo e faz mal. Mas a minha parte favorita foi o passeio, foi muito legal ter ido com os amigos da escola e ver os animais.”
Temática social
No 3º ano da Emef Tancredo Neves, a temática escolhida foi “Por que os alunos praticam bullying?”, sob autoria dos alunos Viktor Alecsandro da Silva e Dienyfer Fernanda Rodrigues da Silva, de 9 anos, e Brenda Serafim Krummenauer, 8. Orientados pelas professoras de anos iniciais Denise Medianeira Machado da Gama e Lisandra Smamioto, eles aprenderam sobre como agir ao presenciar um caso de bullying.
Dienyfer aprendeu não apenas com a pesquisa, mas também com sua própria experiência. “Eu também já sofri Bullying. Ficavam me chamando de cobra, aí eu falei com a diretora e tudo se resolveu”, lembra. Brenda, por outro lado, nunca passou por isso, entretanto, já sabe a forma certa de agir e o porquê de alguns praticarem tal ato. “Tem gente que faz isso porque gosta e tem gente que faz porque gosta de sentir que tem poder”, explica. “Eu aprendi que se tem alguém praticando bullying, tem que orientar a pessoa e ajudar as pessoas”, continua.
Foto: Amanda Krohn/Especial
Segundo a orientadora Denise, já é possível ver resultados decorrentes da pesquisa no comportamento das crianças em sala de aula. “Eles mudaram muito, agora eles estão sempre atentos e conversam entre eles, chamam a atenção dizendo ‘ei, não pode, isso é bullying'”.
Programação
Dia 3 de setembro (terça-feira)
9h às 12h30: Credenciamento e montagem dos estandes – Categorias Educação Infantil e EMEF1
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13h30: Cerimônia de Abertura da 12ª MOTIC São Leo Internacional 2024
13h30 às 17h: Visitação dos projetos – Categorias Educação Infantil e EMEF1
Dia 4 de setembro (quarta-feira)
9h às 12h30: Credenciamento e montagem dos estandes – Categorias EMEF2, EMEF3, EJA, Ensino Médio e Ensino Técnico
13h30 às 20h: Visitação dos projetos – Categorias EMEF2, EMEF3, EJA, Ensino Médio e Ensino Técnico
Dia 5 de setembro (quinta-feira)
13h30 às 18h: Visitação dos projetos – Categorias EMEF2, EMEF3, EJA, Ensino Médio e Ensino Técnico
18h30: Premiação e Encerramento