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SOLIDARIEDADE

Projeto do IFRS Canoas recupera aparelhos danificados pelas enchentes

Até o final de dezembro, iniciativa devem somar 300 equipamentos reparados por alunos da instituição

Publicado em: 02/12/2024 às 18h:26 Última atualização: 02/12/2024 às 18h:26
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Televisão, micro-ondas, forno elétrico, máquina de café, airfryer e batedeira são alguns exemplos de equipamentos recebidos e recuperados pelos alunos do projeto de extensão Eletro Solidário, do campus Canoas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS Canoas). A iniciativa busca atender a população de bairros atingidos pelo desastre climático de maio.

Iniciado em junho, dentro do projeto de Ensino Clube de Robótica, o atendimento já reparou e entregou cerca de 260 equipamentos aos seus responsáveis até o momento. A assistência foi procurada por cerca de 150 famílias dos bairros Mathias Velho, Harmonia, Fátima e Rio Branco.

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Projeto Eletro Solidário, do IFRS Canoas, recupera eletrodomésticos danificados pelas enchentes



Projeto Eletro Solidário, do IFRS Canoas, recupera eletrodomésticos danificados pelas enchentes

Foto: Nicole Goulart/Especial

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Mas até o final do ano, este número deve subir para 300 aparelhos. Neste mês de dezembro, os bolsistas e voluntários estarão trabalhando em 40 eletrodomésticos já reservados.

Segundo o bolsista e aluno do curso de Automação Industrial, Leonardo Freitas, foram distribuídas 120 fichas de atendimento em setembro. “Elas acabaram em dois dias. Recebemos até dois equipamentos por família, indicando para que trouxessem aqueles que são mais urgentes no dia a dia.”

Todo esse processo oferece bem-estar e reduz desigualdades, conforme destacado por Leonardo e pelo professor responsável pela iniciativa, Otávio Mano. Oficializada como projeto de Extensão em agosto, o Eletro Solidário atende aos itens 1, 3, 8, 10, 11 e 12 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. “Elas são necessárias para a concepção e aprovação do projeto”, ressalta Mano.

O projeto será encerrado no final do ano. Por esta razão, não recebe demanda espontânea de eletrodomésticos. Os estudantes vão trabalhar apenas nos aparelhos recebidos em setembro.  

Problemas detectados

A água suja e o barro incrustado enferrujaram e danificaram placas, conectores, displays, mantas e demais componentes dos aparelhos. O projeto se propõe a fazer a recuperação e não o conserto, como explica o professor Otávio Mano.

“Fazemos a recuperação. Se não funcionar, entregamos um diagnóstico para que o conserto seja feito em outros lugares porque não temos recurso. Indicamos também a compra de alguma peça, que pode ser trazida para finalizar o trabalho”, afirma.

Toda a dinâmica é organizada por fichas coloridas e uma planilha de controle. Mas nem sempre foi assim, como lembra o bolsista Leonardo. “Quando abrimos, recebemos 140 logo de cara num só dia. Improvisamos na organização e no controle. Com o tempo, fomos aperfeiçoando.” 

Aprender ajudando

O IFRS Canoas serviu de abrigo durante as enchentes, recebendo mais de 500 pessoas e cerca de 50 cães e gatos, de acordo com a instituição. Foi o espírito solidário que influenciou o professor Mano a criar o projeto. “Conversando com as pessoas aqui dentro, dizendo que iam perder tudo, que eu tive a ideia de buscar ajudar dessa forma”, relembra.

O bolsista e aluno do curso técnico em Eletrônica João Vítor Souza, 17 anos, entrou no projeto querendo oferecer essa assistência para as pessoas. “Eu já tinha falado com o professor sobre o projeto e estava ajudando de casa. Para mim, o principal é ajudar a comunidade.”

Para os bolsistas Giulia Almeida, 19 anos, e Johann Bühler, de 17 anos, a iniciativa é uma maneira de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula e aprender coisas novas.

“Aqui vemos várias formas, jeitos, de percorrer os caminhos para encontrar o problema e solucionar”, destaca Giulia. “Além de aplicar os conhecimentos teóricos, temos a experiência da parte administrativa, de lidar com o público, de se comunicar”, observa Johann.

O trabalho desenvolvido pelos projetos Eletro Solidário e Clube de Robótica são temas de pesquisas e já foram apresentados em mostras técnicas e científicas em outros campi do Instituto Federal. 

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