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EM ALERTA

TEMPESTADE: Retorno da chuva gera preocupação e moradores monitoram Casa de Bombas de Novo Hamburgo

Dezenas de pessoas visitaram a estação de bombeamento com medo de novos alagamentos

Laura Rolim
Publicado em: 16/06/2024 às 19h:54 Última atualização: 16/06/2024 às 20h:56
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O barulho da chuva, que antes era motivo de descanso, agora gera preocupação aos moradores da Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. Neste domingo (16), com os alertas meteorológicos para a região, dezenas de pessoas se deslocaram até a Casa de Bombas para monitorar o funcionamento da estrutura.

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Severamente atingidos pela enchente do Rio dos Sinos no mês de maio, alguns moradores se mostraram apreensivos com o retorno da chuvarada. É o caso de Olivia Kuhn, 67, e Valdomiro Kuhn, 70, que resolveram ir a pé até a Casa de Bombas para olhar a situação do local. Preocupada, Olívia, que perdeu tudo na última enchente, conta que comprou um guarda-roupa e pretendia instalar no sábado (15), mas ficou com medo de novos alagamentos.

“Cada alerta de chuva a gente fica nervoso. Não é fácil ficar perdendo as coisas toda vez. Vou esperar passar essa chuva para montar o roupeiro”, afirma Kuhn, que reforça o sentimento da esposa. “Estamos apreensivos. Viemos aqui dar uma olhada, para ter certeza que está funcionando, se não fica aquele diz-que-me-diz-que.”

Os moradores da Rua Eldorado Pedro Claudino Guidini, 62, e Isabel Boasqueves, 54, ainda não conseguiram reorganizar a vida, principalmente no comércio da família. Sobre a previsão do tempo, Isabel diz estar nervosa. “Só quem passou por isso para saber. Ouvir o barulho da chuva não é mais a mesma coisa. Acordo 500 vezes durante a noite”, revela.

Pedro Claudino Guidini, 62, e Isabel Boasqueves, 54 | abc+



Pedro Claudino Guidini, 62, e Isabel Boasqueves, 54

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

O marido lembra que no sábado completou um ano desde que o bairro foi afetado pela enchente de junho do ano passado. “Agora tomamos outro ‘talagaço’. Mas, eu, sinceramente, não tenho medo que alague de novo. A informação que temos é que a Casa de Bombas está funcionando, e isso é um passo para nos deixar, pelo menos, mais tranquilos. Com as bombas funcionando, aqui não dá enchente, por isso dependemos totalmente delas”, afirma Guidini.

Quem também não conseguiu ficar em casa ouvindo a chuva foi o montador Ismael Gomes, 28. Apreensivo, ele decidiu sair do bairro Santos Dumont, em São Leopoldo, e ir até a estação de bombeamento de águas para se certificar do funcionamento.

“Estamos monitorando. A outra vez, a gente não quis acreditar. Com essa chuva, não conseguimos mais descansar. O barulho nos causa preocupação”, expõe o morador.

Ismael Gomes, 28, saiu do bairro Santos Dumont para verificar situação da Casa de Bombas | abc+



Ismael Gomes, 28, saiu do bairro Santos Dumont para verificar situação da Casa de Bombas

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Residente na Rua Capanema, no bairro Santo Afonso, Alexsandro Silva da Rocha, 46, relata que nos fundos de casa a água já começou a avançar. “Está todo mundo com medo. No fundo das casas lá na minha rua já está alagando. Já é a segunda vez que compro coisas novas e perco. Vim aqui para olhar o dique. Qualquer coisa, pego minhas coisas e já vou embora.”

Alexsandro Silva da Rocha, 46 | abc+



Alexsandro Silva da Rocha, 46

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Casa de Bombas voltou a funcionar na semana passada

Na terça-feira (11), o Departamento de Esgoto Pluvial da Secretaria de Obras de Novo Hamburgo iniciou a fase de testes da Casa de Bombas, que ficou cerca de 40 dias sem funcionar devido à enchente que inundou o bairro Santo Afonso. Com o alerta de chuva intensa, a prefeita Fatima Daudt emitiu um comunicado na quinta-feira (13), afirmando que a Defesa Civil está monitorando o cenário em tempo real.

“Também estamos com a Casa de Bombas novamente em funcionamento, além de estarmos limpando bueiros e redes de esgoto pluvial com o serviço de hidrojateamento, removendo lama, lodo e resíduos no Arroio Gauchinho, e recolhendo descartes de móveis e eletrodomésticos nas ruas”, informou a prefeita.

Segundo a Prefeitura, neste domingo, todas as três bombas já instaladas estão em pleno funcionamento.

Entulhos nas ruas gera poças d’água

Em alguns pontos do bairro Santo Afonso, os entulhos descartados das residências ainda não foram totalmente recolhidos pelas equipes de limpeza. É o caso da Rua Eldorado, nas proximidades da Casa de Bombas, que acumula restos de móveis e até eletrodomésticos.

Entulhos acumulados na Rua Leopoldo Wasun | abc+



Entulhos acumulados na Rua Leopoldo Wasun

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Apesar de ainda não haver alagamentos por conta disso, na Rua Leopoldo Wasun, onde a reportagem esteve por volta das 17 horas deste domingo, em frente a uma residência com muito lixo acumulado, a água já não tinha para onde escoar.

Conforme o morador Manoel Jonas de Oliveira, 38, o entulho está em frente à casa há três semanas. “O problema é que não passa água, as bocas de lobo ficam interditadas e começa a subir a água”, relata o colorista. Além do cheiro que incomoda, Oliveira afirma ser difícil encarar o lixo acumulado. “O problema é tu olhar todo o dia para tudo o que tu perdeu. Minha esposa fica triste olhando as coisas dela ali todas jogadas”, reclama o morador.

Conforme a Prefeitura de Novo Hamburgo, desde os primeiros dias em que as águas começaram a baixar até o momento, já foram recolhidos mais de 22 mil toneladas de entulhos. “As equipes de limpeza seguirão atuando nas vias nas próximas semanas, incluindo o bairro Santo Afonso e a Rua Leopoldo Wasum, até que todos os resíduos gerados tenham sido recolhidos”, destaca a administração municipal.

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