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ESPERA DOLORIDA

SUS: Morador de Novo Hamburgo pode ficar confinado em cadeira de rodas por demora na marcação de cirurgia

Idoso enfrenta problemas na coluna e no quadril, mas não consegue que Estado marque cirurgia para seu caso

Dário Gonçalves
Publicado em: 28/09/2023 às 07h:00 Última atualização: 17/10/2023 às 22h:45
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Cortar a grama, cuidar das flores no pátio, subir e descer um simples degrau e até mesmo caminhar. Tarefas simples, mas que para José Pires da Silva, de 63 anos, morador do bairro Ouro Branco, em Novo Hamburgo, são cada vez mais difíceis.

Problemas limitam cada dia mais a mobilidade de Silva | Jornal NH



Problemas limitam cada dia mais a mobilidade de Silva

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Ele enfrenta a angustiante espera por cirurgia na fila do Hospital Universitário, de Canoas, em razão de uma hérnia de disco em sua coluna que comprime o nervo ciático da perna esquerda, além de já apresentar um significativo desgaste na bacia. Recentemente, começou a sentir o esfacelamento também no lado direito do osso do quadril.

O problema surgiu em 2008 e a situação vem se agravando desde 2016, levando-o a realizar cinco ressonâncias magnéticas, pois a espera pela cirurgia é tão longa que os exames precisam ser refeitos periodicamente. No início de setembro, ao receber a notícia médica de que, se não for operado com urgência, ficará confinado a uma cadeira de rodas, Silva voltou para casa desorientado.A residência onde mora requer o acesso por escadas, pois fica em um terreno alto e é completamente inadequada para uma pessoa que depende de cadeira de rodas. “Eu não sei como vai ser se isso acontecer. Não tenho como entrar ou sair de casa em uma cadeira de rodas, mas o amanhã a Deus pertence”, diz.

Tentativa de cirurgia particular

Silva calcula ter gasto mais de R$ 50 mil em tratamentos, principalmente em medicamentos para aliviar suas dores. Agora, enfrenta dificuldades financeiras devido aos empréstimos consignados que teve que adquirir. Em 2018, ao pesquisar a opção de uma cirurgia particular, ele se deparou com um custo de R$ 88 mil.

“Se eu conseguisse pelo menos a metade do valor, acho que já conseguiria fazer a cirurgia”, afirma. Ainda mais que o dinheiro, ele aceita a ajuda de um médico que aceite fazer a cirurgia. Doações podem ser feitas através do Pix 051985424594, que é o celular de Joceane, filha de José.

O que dizem secretarias da Saúde do município e do Estado

Questionada, a Secretaria da Saúde de Novo Hamburgo informou que o paciente realizou uma ressonância magnética na região lombosacra, no dia 5 de setembro, e no dia 18, ele passou por acompanhamento, em Novo Hamburgo, de um médico neuro de coluna.

“A SMS ressalta que o paciente está referenciado via sistema Sisreg do Estado, sendo que os procedimentos de média e alta complexidade todos competem à regulação estadual, sendo a competência do município inserir as informações necessárias e encaminhamentos aos sistemas utilizados pela Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul”, disse.

“A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) informa que, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a todos os pacientes que aguardam por atendimento e seguem o devido processo técnico de regulação, não pode fornecer dados sobre casos específicos. Pacientes que necessitam de atendimento especializado são regulados conforme avaliação técnica de profissionais de saúde do município de origem e da Central de Regulação. É esta avaliação que determina o momento adequado e seguro para transferência do paciente.”

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