Um encontro promovido pelo senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) e a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH-CB-EV-DI), na última sexta-feira (16), buscou apresentar e discutir com empresários e autoridades da região o Projeto de Contenção de Enchentes do Alto e Baixo Sinos, parado há quase dez anos.
Heize, que é um dos nomes do grupo que está articulando para retomar os estudos feitos entre 2012 e 2015 pela Metroplan, apresentou os projetos, que englobam cinco regiões do Estado. Em entrevista ao Grupo Sinos em junho, o senador detalhou as propostas para a região, no entanto, na época, os valores ainda não haviam sido anunciados pelo governo federal.
Mas ainda no final de julho, a União anunciou os projetos selecionados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Selecções, que somam um investimento total de R$ 7,4 bilhões em investimentos no Estado, sendo R$ 6,5 bilhões destinados para obras de drenagem urbana e manejo de águas pluviais para prevenir os efeitos da enchente.
Além disso, o projeto para obras de contenção das inundações na Bacia do Rio dos Sinos, que inclui a elevação e construção de novos diques, foi contemplado com R$ 1,9 bilhão.
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Durante a reunião na sexta-feira, o senador Heinze comemorou os valores anunciados. “Temos o dinheiro garantido e está no Ministério das Cidades. O que nós fizemos foi atualizar os valores para a cota da enchente de 2024. Sairá agora uma licitação para que a empresa que ganhar faça um projeto definitivo”, explicou.
Quem apresentou o detalhamento do projeto foi o engenheiro Thiago Araldi, da Encop Engenharia, que afirmou ser preciso revisitar os estudos feitos no passado para adaptar com as novas cotas de inundação, já que foram feitos considerando a enchente de 1941, mas que foi superada em 2024.
No projeto, o engenheiro disse que já estava previsto o prolongamento e o alteamento do dique do Arroio Cerquinha, em São Leopoldo, por exemplo. Assim como a construção de um dique no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo.
O projeto prevê a construção de 45 quilômetros em novos diques na Bacia do Rio do Sinos, além da elevação de 40 quilômetros em diques existentes e 25 novas estações de bombeamento de água pluvial.
“Uma grande questão é quem vai assumir esses sistemas? Se previu neste estudo que a partir do momento que começa as obras em um local, a restrição das águas tem impacto lá para cima [em cidades do Paranhana]. Essa operação das obras tem que ser feita de forma integrada. Por isso, precisa de uma nova discussão, para que não fique só no município, mas sim que integre a todos”, defendeu Araldi.
Presente na reunião, a procuradora-geral de Novo Hamburgo, Fernanda Luft, voltou a defender que o projeto seja assumido pelo Estado, ao invés de individualmente por cada município. “Não tem como cada cidade fazer um dique. Precisa ser feito um estudo de toda a bacia. Mas quem vai fazer isso? Precisamos de uma unidade. Não deixar que a União passe os valores e cada um faça o que bem entende. Talvez precise de uma conversa com o Estado para que ele assuma e tenha um único projeto, de forma ordenada”, argumentou.
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Para o diretor da ACI, Fauston Saraiva, a discussão do assunto foi bastante enriquecedora e importante para o Estado. ”Se tivesse sido executado com eficiência e atenção devida lá atrás, talvez não estivéssemos passando por esse momento trágico. A ACI tem esse viés de trazer essas discussões do momento buscando uma solução rápida e eficaz”, disse.
Aeroporto em Novo Hamburgo
Outro assunto abordado pelo senador foi a questão de tornar o Aeroclube de Novo Hamburgo um aeroporto. A proposta de Heinze é que empresários e prefeituras da região sigam o exemplo do que foi feito com a ponte que liga Nova Roma do Sul e Farroupilha, em que a comunidade se uniu para o financiamento da construção. “Se pegarmos juntos empresários e prefeituras da região, cada uma coloca um pouco de máquina, logo teremos uma pista aqui, e eu ainda coloco R$ 1 milhão. Minha parte está garantida”, disse.
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