ESPANTO E SURPRESA

Saiba qual foi a reação da vizinhança ao ver ação da Polícia em casa de luxo na esquina de presídio

Casal seria responsável por 100 casas de jogos de azar em diversas cidades do Estado, conforme aponta investigação

Publicado em: 27/11/2023 11:39
Última atualização: 28/11/2023 11:38

Uma operação da Polícia Civil, que teve como alvo um casal que reside em uma casa de luxo na esquina do Instituto Penal de Novo Hamburgo, provocou reações de espanto e surpresa entre os vizinhos. Embora habituados à movimentação da Polícia nos arredores para a condução de presos, não é comum verem viaturas realizando “batidas” em residências do entorno.

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Ação da polícia aconteceu na esquina do Instituto Penal de Novo Hamburgo Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Uma moradora que reside a poucos metros da casa que foi alvo, na Rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco, afirma que ficou admirada ao perceber que a Polícia entrava na residência vizinha logo cedo. “Percebi que era algo grande pela forma ágil com que os policiais entraram na casa, e fiquei chocada quando saíram com pessoas presas lá de dentro”, conta a aposentada.

Um morador que limpava o pátio de sua casa garante que não percebeu nada de anormal na casa ao lado. “Não vi nada. Teve prisão aqui perto?”, perguntou. O morador relata que não conhece os vizinhos e, por isso, não sabe nada da rotina deles.

Já um agente da Susepe, que fazia a troca de turno com colegas, conta que observou a ação da Polícia Civil na vizinhança enquanto monitorava o entorno do Instituto Penal de Novo Hamburgo pelas câmeras de monitoramento. “Foi uma operação que não chamou muito a atenção. Reparei apenas uma viatura caracterizada, mas poderiam ter viaturas discretas por perto”, explica. Conforme o agente penitenciário, os policiais deixaram o imóvel sem fazer apreensões de objetos. “Pelo menos, não saiu nada de volume de lá”, conclui.

“Hoje viemos apenas para prender os alvos”, explica delegado

O delegado Guilherme Calderipe, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Viamão, responsável pela operação desta manhã em Novo Hamburgo e outras cidades, como Gravataí e Tramandaí, explica que hoje não ocorreram apreensões durante o cumprimento dos mandados de prisão. “Hoje não fizemos nenhuma busca, viemos apenas para prender os alvos mesmo, porque é a fase final da investigação”, explica. A casa foi vistoriada, mas nada de ilícito foi encontrado desta vez.

Calderipe conta que essa foi a segunda vez neste ano que a Draco de Viamão esteve na residência. Em maio, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Fortuna, foram apreendidos documentos que comprovam o envolvimento do casal com a prática de jogos de azar, além de carros de luxo, como uma Hilux e um Range Rover. “Na primeira parte [da investigação], encontramos muitos documentos com a contabilidade dos jogos, bastante dinheiro e até maquininha de caça-níquel tinha ali, tudo relacionado a jogo”, conta.

Conforme o delegado, o casal de Novo Hamburgo era o principal alvo da investigação. Segundo a Polícia apurou, eles lideravam um esquema criminoso ligado aos jogos de azar, principalmente o de caça-níquel e bingos, em diversas cidades do Estado, com mais de 100 casas de jogos espalhadas em diversas cidades da região metropolitana e do litoral. “Na região metropolitana, eles tinham negócios em praticamente todas as cidades. Também identificamos ações em cidades do interior, como Santa Maria e Pelotas”, conclui.

A investigação iniciou em novembro de 2021 com a identificação de uma mulher, moradora de Novo Hamburgo, que fez fortuna com o esquema. Somente ela teria movimentado R$ 10 milhões em apenas uma de suas contas bancárias. O dinheiro oriundo do crime era lavado com a compra de imóveis.

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