Moradores de um condomínio do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, que tiveram isenção das contas de luz no mês de maio por conta da enchente, levaram um susto ao consultar as faturas de energia elétrica referente a junho. Isso porque, ao invés do valor médio que estão acostumados a pagar todos os meses, algumas contas vieram com cobranças de mais de R$ 8 mil.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Foi o caso da auxiliar de departamento pessoal Cecília Fagundes, 23, que se surpreendeu ao ver a conta de luz. As faturas dos últimos meses do apartamento em que ela e o marido moram nunca passaram de R$ 350, e, desta vez, a cobrança foi de R$ 8.169,96. “Foi um susto a hora que a gente abriu o aplicativo para ver o valor da fatura”, relata a moradora.
Ao contatar a RGE, empresa responsável por fornecer a energia na região, Cecília afirma que o retorno vindo da companhia é de que a leitura foi feita de forma progressiva. “No dia 13 de junho 2024, o registro em sistema constou no total consumido de KWh 5.528, ou seja, sua leitura está progressiva. Não foi um erro de leitura, o que acontece é que essa fatura foi calculada pela média”, disse a atendente no contato por WhatsApp.
Através do contato, Cecília relata que a companhia abriu uma reclamação de conta e pediu para antes fazer um teste no medidor e enviou orientações. A auxiliar de departamento pessoal então respondeu: “Mas, olha, nem precisa desses testes para saber que isso é um absurdo, né?”, questionou a moradora. No atendimento, a RGE informa que fará uma visita técnica para verificar o medidor até o dia 15 de julho.
“Entrei em contato com eles e fizeram pouco caso. Eles veem que tem erro na questão do consumo, e mesmo tendo a média de consumo dos últimos meses, neste mês deu um consumo de mais de 8.000. Estão cobrando um valor de mais de R$ 8 mil numa fatura de um apartamento que nunca passou de R$ 350”, reclama Cecília.
Assim como ela, pelo menos outras 10 pessoas do mesmo condomínio também relataram a cobrança excessiva nas contas de energia elétrica. Andria Teixeira, que mora sozinha no apartamento, relata que a conta de luz nunca passou de R$ 150, mas, neste mês, o valor ultrapassou os R$ 7 mil.
“Eu saio de casa às 7 horas e volto só às 19 horas da noite. É impossível vir um valor assim. Nem fico em casa, venho só para dormir praticamente”, afirma. Ao consultar o boleto, ela logo imaginou que fosse algum engano. “É um absurdo isso, pois já passamos por toda calamidade e ainda querem cobrar algo que nem utilizamos”, expõe Andria.
Diferentemente da vizinha Cecília, o retorno no atendimento feito pelo WhatsApp da RGE foi de que a leitura do relógio estava errada, pois constava 6.580 de consumo, e na conta foi registrado 13.927. Conforme Andria, em até 5 dias úteis a companhia deve refaturar corretamente a conta.
A mesma situação ocorreu com outra moradora, que paga normalmente R$ 120 na conta de luz, e a leitura do mês de junho veio acima de R$ 4 mil. Em contato com a RGE, a empresa retornou que faria a correção da leitura e a emissão da conta com o valor correto.
2 mil contas emitidas erradas
A reportagem contatou a RGE para entender se a situação foi registrada somente em Novo Hamburgo. Conforme a empresa, “devido aos problemas ocorridos com a calamidade, 2 mil contas foram emitidas com valores incorretos, concentrados nas cidades de Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo”.
Segundo a companhia de energia elétrica, todas as contas foram canceladas e, no lugar das erradas, estão sendo emitidas novas contas de energia. “A empresa lamenta o equívoco e reforça que todos os clientes que receberam suas contas erradas estão sendo avisados por e-mail ou SMS e não serão prejudicados, uma vez que estão bloqueadas as ações de cobrança, conforme resolução Aneel”, orienta a RGE.
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