COMUNIDADE

PROFES PRETAS: Força e união na educação antirracista

Coletivo de professoras transforma desafios em fortaleza para resistir e construir uma educação antirracista

Publicado em: 27/11/2023 17:02
Última atualização: 27/11/2023 17:06

Na efervescente atmosfera das salas de aula, um grupo de professoras do Rio Grande do Sul encontrou uma poderosa ferramenta de fortalecimento e resistência: o Profes Pretas.

Fundado em outubro de 2019, o coletivo nasceu do desejo de unir educadoras pretas em busca de apoio mútuo e de uma plataforma para discutir pautas ligadas à educação e às relações étnico-raciais.

 


Rose Diaz, Fernanda Oliveira e Indiara Tainan Foto: Arquivo pessoal

Fernanda Duarte de Oliveira, professora de 45 anos e uma das fundadoras, destaca a origem do projeto: "O Coletivo de Profes Pretas nasce do anseio de reunir professoras pretas em um grupo de fortalecimento e apoio. Queríamos enfrentar juntas os desafios ligados à educação e às questões étnico-raciais."

Desde sua fundação, o grupo cresceu e hoje conta com 176 professoras, provenientes das mais diversas cidades do Rio Grande do Sul. Uma união que vai além das fronteiras geográficas, como destaca Fernanda: "Atualmente somos 176 professoras, organizadas através de um grupo no WhatsApp e encontros presenciais. A diversidade de experiências enriquece nossa troca diária."

Empoderamento para mulheres pretas

O papel transformador do Profes Pretas na construção de uma educação antirracista é evidente. As fundadoras, Fernanda Duarte de Oliveira, professora de Novo Hamburgo, Rose Diaz e Indiara Tainan, professoras de São Leopoldo, criaram um espaço de empoderamento para mulheres pretas na educação. "Nosso grupo se destaca pelo protagonismo na construção de uma educação antirracista. Enfrentamos o racismo cotidiano para mostrar que, através da educação, resistimos e existimos", ressalta Fernanda.

Vivências do grupo

As dinâmicas do grupo incluem trocas diárias no WhatsApp, apoio emocional e formações online sobre educação para as relações étnico-raciais. Além disso, anualmente, as integrantes se encontram presencialmente para fortalecer os laços e consolidar a força do coletivo. “Muitas mulheres, nestes 4 anos de coletivo, realizaram a transição capilar, se perceberam como mulheres pretas e se apropriaram de seus espaços nos locais de trabalhos, pois, encontraram na força do coletivo, um local de apoio e de fortalecimento de suas identidades”, disse Fernanda.


Como participar

Aberto exclusivamente para mulheres pretas, o grupo proporciona um espaço seguro e empoderador para discutir, compartilhar e aprender. Em quatro anos, o grupo testemunhou transformações pessoais marcantes, como transições capilares e mulheres se reconhecendo como pretas, ocupando espaços de trabalho e, assim, se tornando referência de resistência e força na educação.

 

 

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