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MANIFESTO

Presidente do Jardim da Memória conta pela primeira vez história da família que motivou a criação do espaço em Novo Hamburgo

Assunto não era divulgado mas, como em novembro o cemitério completa 20 anos, houve a decisão de divulgar a história para a comunidade

Susete Mello
Publicado em: 07/10/2023 às 17h:07 Última atualização: 17/10/2023 às 23h:41
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O Manifesto do Jardim da Memória, em Novo Hamburgo, foi apresentado na manhã deste sábado (7). A solenidade com descerramento do totem, que resume a história que motivou o início do cemitério, teve pronunciamentos da direção do empreendimento, oração e benção do bispo emérito Dom Zeno Hastenteufel.

Além disso, a cerimônia teve apresentação de coral, brincadeiras para crianças e balões soltos aos céus, diante do túmulo de Alfredinho, motivo pelo qual começou a história do Jardim da Memória.



O presidente do Jardim da Memória, Alfredo Eufrázio Bilo, ao lado da esposa, Doris Miranda Bilo, descerraram o totem, onde está o resumo da história do empreendimento. O casal perdeu o filho Alfredo Eufrázio Bilo Júnior, o Alfredinho, aos 8 anos de idade, vítima de uma doença irreversível.

Por isso, o “Manifesto” é o motivo da existência do Jardim da Memória, que nasceu do luto da família do proprietário. Era um assunto que não era divulgado e, como em novembro o cemitério completa 20 anos, houve a decisão de divulgar essa história de vida para a comunidade.

Bilo contou, antes de seu pronunciamento, como foi a trajetória de Alfredinho

“Ele permaneceu conosco por oito anos. Passamos por um tempo de revolta, mas através da divina vontade de Deus, tivemos com ele momentos muito felizes. Alfredinho nos ensinou a ser mais tolerantes, mais amorosos, mais unidos e também nos fez achar um sentido para tudo aquilo que aconteceu”, declarou.

Ele afirma ainda que o o espaço foi criado para ajudar “outras famílias que passam por esse momento doloroso”. “Por isso nasceu o Jardim da Memória, para acolher as famílias fragilizadas, dar amor, para ser mais solidário, mais justo. Essa é a mensagem que esse anjinho deixou e nós, com muita humildade estamos levando adiante”, disse.

Um lugar de esperança

Dom Zeno destacou que o cemitério deve ser visto como um lugar de esperança. “Pode ser que alguém já cumpriu a sua missão bem jovem, como criança, como esse menino [Alfredinho], que cumpriu uma missão importante tendo vivido por oito anos. É importante ver que o cemitério é de esperança e não um lugar final. Ali começa a vida verdadeira, a vida de Deus”, frisou.

Famílias acompanham

A solenidade contou com a participação de famílias que perderam filhos jovens. É o caso do administrador Evandro Daniel Gonçalves, 44 anos, que perdeu há dois anos sua filha de 14 anos em um acidente de trânsito, a Penélope Daniela Gonçalves, e do casal de empresários Marcelo Brazil e Marinês Ritter, cujo filho de 24 anos, Marcelo Ritter Brazil, morreu de meningite.

Os três participam do Grupo Palavra Amiga, do Jardim da Memória. Os encontros quinzenais, com a moderação de uma psicóloga, são para famílias que perderam seus entes queridos.

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