Um vai e vem de caminhões e máquinas se juntou ao movimento intenso de moradores e voluntários que trabalham na limpeza do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, neste sábado (1º) de sol. Isso porque sete prefeituras da região organizaram um mutirão de ajuda a cidade e enviaram 18 caminhões e oito retroescavadeiras.
Os equipamentos e operadores vieram das cidades de Dois Irmãos, Estância Velha, Ivoti, Lindolfo Collor, Morro Reuter, Presidente Lucena e São José do Hortêncio.
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Como já estavam atuando veículos do Município, do Exército e também de moradores, como do empresário Marcos Rodrigues da Silva (Marquinhos), 40 anos, com sete veículos, a estimativa é que somente nesta região da cidade estejam em operação hoje mais de 30 caminhões e ao menos 15 máquinas.
Quem mobilizou os municípios vizinhos foi o prefeito de Ivoti, Martin Kalkmann. “Diante da necessidade de remover os entulhos e da quantidade grande de pessoas atingidas, a gente fez contato com os prefeitos da região que compraram essa ideia”, disse. A prefeita Fatima Daudt foi comunicada da intenção e prontamente aceitou a ajuda das prefeituras vizinhas.
Essa foi a região mais afetada pela enchente histórica, com cidades que ficaram abaixo d’água por mais de três semanas. Inclusive, ainda havia ruas hamburguenses com alagamentos e muito lodo hoje.
Segundo Kalkmann, somente no turno da manhã foram retiradas 100 cargas de entulhos. “A expectativa é que à tarde se tire mais, cerca de 150 cargas”, projeta.
Como o ecoponto do bairro está lotado por conta do grande volume de entulhos retirados das ruas, o antigo canteiro de obras da Trensurb, próximo à Estação Santo Afonso, é utilizado como depósito.
O operador de máquinas Celso Couto, 49, veio na equipe de Estância Velha e iniciou o recolhimento às 7 horas. “São milhares de carga para recolher”, comentou ele diante do cenário que se deparou pelas ruas.
A técnica de segurança do trabalho aposentada Teca Martins, 62, moradora da Rua Val Paraíso, questionou se Couto recolheria também os montes menores que acumulam lodo. Isso porque o material causa mau cheiro.
“Graças a Deus que estão limpando, porque estes entulhos são muito fedorentos. Eu sou muito caprichosa e é triste ver a minha casa assim”, comentou.
Mais adiante, na Rua Ciudad Trujilo, a industriária Teresa Rodrigues Soares, 55, não via a hora das máquinas passarem para recolher os entulhos. Os montes acumulados eram tão altos que até para um pedestre passar na via era complicado.
“Não estou dormindo em casa ainda por causa do fedor. Isso aqui tá horrível”, disse.
No final da mesma via, um grupo de 15 moradores também fez um mutirão para recolher limpar a rua. Um caminhão de menor porte foi disponibilizado pela Prefeitura e as pessoas depositavam os entulhos na carroceria.
Por volta das 11 horas, como contou o porteiro Armando Froelich, 54, o grupo já estava carregando o quinto caminhão. “Aqui um ajuda o outro a limpar, pois tem muita coisa ainda por aí”, explicou.
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