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NOVO HAMBURGO

Prédio do colégio Pasqualini é tombado? Saiba detalhes da situação do imóvel

O prédio principal é um projeto do arquiteto Christino de La Pax Gilbert, de 1931, em estilo Art Déco, do início do século passado

Débora Ertel
Publicado em: 02/10/2024 às 11h:11 Última atualização: 02/10/2024 às 16h:07
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Prestes a completar 80 anos, muita gente acredita que o imóvel do Colégio Estadual Senador Alberto Pasqualini é tombado como patrimônio histórico e cultural.

A lembrança veio à tona na semana passada porque a escola foi uma das selecionadas pelo governo do Estado para implantar o ensino médio em tempo integral em 2025. A notícia fez antigos alunos relembrarem do tempo em que a instituição oferecia cursos profissionalizantes.

Em 2003, a Assembleia Legislativa declarou como bens integrantes do patrimônio cultural e histórico do Rio Grande do Sul o prédio e o terreno pertencentes ao Pasqualini. Trata-se de uma área de 108.316,70 metros quadrados composta pelo prédio principal, outras edificações e uma extensa área verde na Rua Marquês de Souza. 

Colégio Estadual Senador Alberto Pasqualini, de Novo Hamburgo  | abc+



Colégio Estadual Senador Alberto Pasqualini, de Novo Hamburgo

Foto: Débora Ertel/GES-Especial

No entanto, como informa o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), o imóvel não é tombado em nível estadual e a declaração do Legislativo não tem efeitos de proteção. O prédio, na realidade, é inventariado como parte dos bens histórico-culturais do Município, como informa a Prefeitura.

Dados do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural indicam que o Pasqualini consta nos primeiros registros do Inventário Municipal de Bens Culturais de Novo Hamburgo, iniciado na década de 90, em trabalho realizado pelo Arquiteto Aloysio Daudt.

Em 2013, segundo o Iphae, foi aberto um pedido junto à Secretaria Estadual de Cultura para o tombamento da instituição de ensino. Mas após análise técnica, foi tornado sem efeito o tombamento provisório e solicitado o arquivamento do processo, com posicionamento contrário ao tombamento estadual.

O prédio principal é um projeto do arquiteto Christino de La Pax Gilbert, de 1931, em estilo Art Déco, do início do século passado, com características do proto-modernismo.

Colégio Estadual Senador Alberto Pasqualini, de Novo Hamburgo  | abc+



Colégio Estadual Senador Alberto Pasqualini, de Novo Hamburgo

Foto: Débora Ertel/GES-Especial

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A arquiteta do Iphae Lisandra Weiler explica que esse estilo era um padrão utilizado em várias instituições de ensino gaúchas no início do século passado. Inclusive, há imóveis neste estilo arquitetônico, em melhores condições, que já foram reconhecidos e protegidos com proteção legal em nível estadual.

“Os demais, possivelmente, adquiriram uma expressividade local, sendo representativos para aquela localidade, por fazer parte de sua evolução histórica e cultural”, comenta.

Por isso, Lisandra destaca que o Iphae reconhece a “importante história” do Pasqualini que é ligada à comunidade hamburguense e o “valor cultural a ser preservado e evocado pelo papel na formação de cidadãos”.

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Diferença entre tombamento e bem inventariado 

Mas qual a diferença entre o tombamento e o inventariado? O tombamento busca preservar integralmente as características originais de uma edificação, externas e internas, de acordo com sua importância. Quando é necessário algum tipo de reforma ou restauração, manter a originalidade do projeto é a regra principal. 

Já o inventário tem o objetivo de preservar as características externas de prédios considerados de interesse sociocultural, com o interesse de preservar espaços de referência de memória coletiva, que fazem parte da paisagem de uma cidade. 

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