ECONOMIA
Preço do carvão tem deixado o tradicional churrasco mais caro
Entre os fatores para o aumento de custo do produto está a escassez de matéria-prima
Última atualização: 18/01/2024 11:46
Assar o tradicional churrasco está pesando mais no bolso do consumidor com a elevação no preço de um dos principais itens: o carvão vegetal. Essencial para os churrasqueiros, o produto subiu 64% entre 2021 e 2022, o que encareceu a lista de compras e faz com que os amantes do prato da cultura gaúcha tenham que se reinventar.O saco do carvão de 3 quilos está sendo vendido, em média, a R$ 20 nos estabelecimentos comerciais de Novo Hamburgo. A reportagem consultou cinco locais e encontrou o saco de carvão mais caro sendo comercializado a R$ 23,54, e o mais em conta a R$ 14,90. Um levantamento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) apontou que o preço da embalagem na mesma pesagem saltou de R$ 11,36 em dezembro de 2021 para R$18,67 no mesmo mês em 2022.
Para o presidente da Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal do RS (Apecave) e proprietário da fabricante Carvão Ki-fogo, Valmor Griebler, a elevação se deu pelo aumento do diesel, utilizado para transporte, e pela alta no valor do papel utilizado para a embalagem. “O papel inclina 20% o preço do carvão. A embalagem subiu por conta do dólar, no fim do ano passado. Se não tivesse subido, iria recuar um pouco a mais”, explica. Em janeiro de 2022, ele vendia o quilo do carvão a R$ 2,20, e em janeiro deste ano, passou a ser vendido a R$ 3,80.Outro fator de bastante impacto é a matéria-prima para a fabricação do carvão vegetal. A escassez da madeira foi um dos principais motivos para a disparada no valor, relata Cleiton Musskopf, que trabalha na empresa da família, proprietária da Carvão Ivoti. Ele destaca que a exportação de madeira fez com que faltasse para o produto.
"Procuramos área para plantar e arrendar, mas é muito difícil de achar porque compete com soja, milho e fumo, que são culturas que dão mais rentabilidade que a madeira”, explica. O clima também é outra causa para o crescimento no preço final. O grande período de chuva durante o inverno deixou a madeira mais úmida e verde, inapropriada para carvão.
Além do carvão, a carne também encareceu
O churrasco não ficou mais caro só pelo carvão. A inflação da carne de origem na região metropolitana de Porto Alegre foi a segunda mais alta do País, com um acúmulo de 6,1% nos últimos 12 meses, encerrados em novembro de 2022.
A região ficou atrás somente de Recife (PE), com 6,17% de elevação, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em seu estabelecimento, há também a comercialização de carvão. Goulart relata que há um ano e meio ele conseguia vender o saco de 10 quilos a R$ 27, hoje está vendendo a R$ 44,90, e o carvão de três quilos a R$ 14,90.
Boa expectativa
Mesmo com a alta, a tendência é ter uma redução no valor do carvão vegetal. Essa é a expectativa do economista José Antônio Ribeiro de Moura, professor da Universidade Feevale. Em relação ao carvão vegetal, ele explica que o aumento no valor do produto se refere justamente à quantidade de matéria-prima, mas que "a tendência é que o preço se estabilize pelo clima mais quente do verão de pouca chuva”.
Já em relação à carne de corte, é preciso ficar atento ao mercado internacional. “Nós somos um grande exportador. A questão é o que vai acontecer lá fora. Dependemos muito da questão internacional e a China é um grande consumidor da nossa carne. Se a China voltar a comprar, vai faltar no mercado interno e a carne voltará a subir”, afirma. No entanto, Moura ressalta que “a tendência é o preço estabilizar e, se subir, aumentar aos poucos”.
Assar o tradicional churrasco está pesando mais no bolso do consumidor com a elevação no preço de um dos principais itens: o carvão vegetal. Essencial para os churrasqueiros, o produto subiu 64% entre 2021 e 2022, o que encareceu a lista de compras e faz com que os amantes do prato da cultura gaúcha tenham que se reinventar.O saco do carvão de 3 quilos está sendo vendido, em média, a R$ 20 nos estabelecimentos comerciais de Novo Hamburgo. A reportagem consultou cinco locais e encontrou o saco de carvão mais caro sendo comercializado a R$ 23,54, e o mais em conta a R$ 14,90. Um levantamento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) apontou que o preço da embalagem na mesma pesagem saltou de R$ 11,36 em dezembro de 2021 para R$18,67 no mesmo mês em 2022.
Para o presidente da Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal do RS (Apecave) e proprietário da fabricante Carvão Ki-fogo, Valmor Griebler, a elevação se deu pelo aumento do diesel, utilizado para transporte, e pela alta no valor do papel utilizado para a embalagem. “O papel inclina 20% o preço do carvão. A embalagem subiu por conta do dólar, no fim do ano passado. Se não tivesse subido, iria recuar um pouco a mais”, explica. Em janeiro de 2022, ele vendia o quilo do carvão a R$ 2,20, e em janeiro deste ano, passou a ser vendido a R$ 3,80.Outro fator de bastante impacto é a matéria-prima para a fabricação do carvão vegetal. A escassez da madeira foi um dos principais motivos para a disparada no valor, relata Cleiton Musskopf, que trabalha na empresa da família, proprietária da Carvão Ivoti. Ele destaca que a exportação de madeira fez com que faltasse para o produto.
"Procuramos área para plantar e arrendar, mas é muito difícil de achar porque compete com soja, milho e fumo, que são culturas que dão mais rentabilidade que a madeira”, explica. O clima também é outra causa para o crescimento no preço final. O grande período de chuva durante o inverno deixou a madeira mais úmida e verde, inapropriada para carvão.
Além do carvão, a carne também encareceu
O churrasco não ficou mais caro só pelo carvão. A inflação da carne de origem na região metropolitana de Porto Alegre foi a segunda mais alta do País, com um acúmulo de 6,1% nos últimos 12 meses, encerrados em novembro de 2022.
A região ficou atrás somente de Recife (PE), com 6,17% de elevação, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em seu estabelecimento, há também a comercialização de carvão. Goulart relata que há um ano e meio ele conseguia vender o saco de 10 quilos a R$ 27, hoje está vendendo a R$ 44,90, e o carvão de três quilos a R$ 14,90.
Boa expectativa
Mesmo com a alta, a tendência é ter uma redução no valor do carvão vegetal. Essa é a expectativa do economista José Antônio Ribeiro de Moura, professor da Universidade Feevale. Em relação ao carvão vegetal, ele explica que o aumento no valor do produto se refere justamente à quantidade de matéria-prima, mas que "a tendência é que o preço se estabilize pelo clima mais quente do verão de pouca chuva”.
Já em relação à carne de corte, é preciso ficar atento ao mercado internacional. “Nós somos um grande exportador. A questão é o que vai acontecer lá fora. Dependemos muito da questão internacional e a China é um grande consumidor da nossa carne. Se a China voltar a comprar, vai faltar no mercado interno e a carne voltará a subir”, afirma. No entanto, Moura ressalta que “a tendência é o preço estabilizar e, se subir, aumentar aos poucos”.
Para o presidente da Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal do RS (Apecave) e proprietário da fabricante Carvão Ki-fogo, Valmor Griebler, a elevação se deu pelo aumento do diesel, utilizado para transporte, e pela alta no valor do papel utilizado para a embalagem. “O papel inclina 20% o preço do carvão. A embalagem subiu por conta do dólar, no fim do ano passado. Se não tivesse subido, iria recuar um pouco a mais”, explica. Em janeiro de 2022, ele vendia o quilo do carvão a R$ 2,20, e em janeiro deste ano, passou a ser vendido a R$ 3,80.Outro fator de bastante impacto é a matéria-prima para a fabricação do carvão vegetal. A escassez da madeira foi um dos principais motivos para a disparada no valor, relata Cleiton Musskopf, que trabalha na empresa da família, proprietária da Carvão Ivoti. Ele destaca que a exportação de madeira fez com que faltasse para o produto.