O valor do litro da gasolina voltou a cair nesta semana. O preço já está semelhante ao valor cobrado antes do fim do ano, quando ocorreram reajustes no primeiro dia de 2023. Nesta segunda-feira (16), os preços do litro do combustível podiam ser encontrados entre R$ 4,63 a R$ 4,66 em postos de cinco bairros de Novo Hamburgo, valores inclusive mais baixo do que nos últimos dias do ano passado, onde o litro chegava a R$ 4,85.
Foto: Carla Fogaça/GES-ESPECIAL
A realidade do valor da bombas de gasolina foi bem diferente do dia 1º de janeiro, quando os postos de combustíveis amanheceram com valores superiores a R$ 5, alguns chegando a R$ 5,79. Na ocasião, o aumento repentino foi argumentado pelo fim da desoneração dos combustíveis, mas uma Medida Provisória (MP) publicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou, por 60 dias, a isenção de impostos federais sobre o álcool e a gasolina. Assim, os preços voltaram a cair.
Mesmo com os valores mais baixos, o cenário atual ainda é instável. Segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, o momento é de incertezas. “Não sabemos se o fim da desoneração dos combustíveis vai continuar após os 60 dias. Além disso, não temos clareza do problema da Petrobras, se ela vai acabar com o PPI (Preço de Paridade Internacional) ou não, a questão internacional também está instável”, salienta Dal’Aqua. O presidente da Sulpetro acrescenta ainda que tudo está indefinido e o consumidor vai ter que tomar suas decisões com base nas informações do momento.
Procon está ‘de olho’
Em Novo Hamburgo, no início do mês, o Procon realizou ação de verificação dos preços em 12 postos, mas não houve autuação ou aplicação de multa. “O Procon monitora os preços dos combustíveis praticados pelos postos. Havendo reajuste muito elevado, o Procon solicita que o estabelecimento forneça as notas fiscais de compra e venda para apurar eventual aumento abusivo”, explica o coordenador do Procon-NH, Nei Sarmento.
Sarmento acrescenta que caracteriza aumento abusivo aquele disposto no artigo 39, do Código de Defesa do Consumidor, onde é vedado ao fornecedor elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. “Embora o mercado de combustíveis seja de livre fixação de preços, não pode haver aumento elevado”, diz o coordenador.
Hora de aproveitar o preço mais baixo
A servidora pública Michele Steie, 35 anos, moradora de Novo Hamburgo, aproveita o momento para garantir a gasolina por um preço melhor. “Agora está bem bom o valor, porque estava oscilando muito, e assim consigo aproveitar para encher o tanque porque não sabemos o valor de amanhã”, declara Michele.
Foto: Carla Fogaça/GES-ESPECIAL
A recicladora Gislaine Garcia da Silva, explica que o trabalho dela depende muito do preço da gasolina, pois precisa buscar os materiais para reciclagem com uma caminhonete em diferentes locais de São Leopoldo. “Essa queda no preço deu uma melhorada, mas ainda está um pouco amarga para o bolso do trabalhador. Para quem pagava um real o litro há alguns anos, agora pagando quatro e pouco, tem muita gente que acha que está ótimo, mas ainda está um preço bem salgado. Para diminuir os gastos, às vezes reduzimos a compra de material reciclado para conseguir pagar a gasolina e pesquisamos nos postos, para achar o melhor preço”, diz Gislaine.
LEIA TAMBÉM
