Pais de alunos da Escola Municipal Eugênio Nelson Ritzel, bairro Kephas, organizam um protesto para este sábado, às 10 horas. O motivo da manifestação é chamar a atenção do Município para a necessidade de o colégio ter um guarda municipal permanente nos três turnos.
A escola tem cerca de 800 alunos, desde a educação infantil até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), à noite.
A decisão foi tomada após a reunião de pais realizada na noite de quarta-feira no ginásio da escola, quando a direção comunicou sobre as orientações repassadas pelo Município e explicou como vai funcionar a atuação do segurança terceirizado.
No dia 11 de abril, seguranças de uma empresa contratada pela Prefeitura, passaram a atuar em 94 unidades de educação da rede municipal. O serviço inicialmente terá duração de um mês.
Segundo o presidente da Associação Cultural Kephas e pai de duas alunas de 8 e 11 anos, Júnior Benites, 32 anos, a Eugênio Nelson Ritzen necessita de um agente fixo da Guarda Municipal nos três turnos. “Aqui é uma região nitidamente mais perigosa. A gente precisa de algo mais eficaz para a nossa escola”, defende.
De acordo com ele, a primeira pessoa enviada pela empresa de segurança não ficou. “Chegou no primeiro dia, foi para almoçar e não voltou mais. Tiveram que mandar outro”, conta.
Conforme Benites, os pais gostariam que o colégio tivesse um profissional “mais preparado”, não apenas para monitorar o portão, mas com capacitação para resolver conflitos. “Porque aqui dá bastante problema. A Adolfina tem um guarda o dia todo”, diz.
Resposta
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a Eugênio Nelson Ritzel e as demais escolas da rede municipal têm visitas rotineiras da patrulha escolar da Guarda. Já o agente fixo, que atua presencialmente em todos os dias na Escola Adolfina Diefenthäler, é por conta do “Programa Escola Mais Segura”.
A iniciativa tem como foco ações de prevenção à violência nas escolas mais vulneráveis, selecionadas a partir de diagnóstico estatístico e pactuação por consenso.
Na quarta-feira, pais usaram as redes sociais para reclamar que havia escolas ainda sem segurança no portão.
Conforme a assessoria de imprensa, a empresa e a sistemática de trabalho foram apresentadas aos diretores das escolas no dia 11 de abril, “bem como a logística para designação dos agentes correspondentes, a ser concluído no decorrer da semana”.
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São Leopoldo explica ações
Na quinta-feira, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, em transmissão on-line falou de medidas tomadas pela segurança nas escolas municipais.
Junto dos secretários de Segurança Pública e Defesa Comunitária, Giselda Matheus, e de Educação, Ricardo da Luz, além do diretor-geral da Guarda Civil Municipal, José Carlos Pedrozo, Vanazzi buscou tranquilizar a comunidade escolar, explicando ações que já estão em execução, como a Ronda Escolar, sistemas de videomonitoramento e alarme e a instalação de botões de pânico.
“Estamos preocupados sim, porque há coisas que acontecem fora do nosso alcance. Mas ao mesmo tempo estamos tranquilos, porque conhecemos a realidade das nossas escolas e confiamos muito no trabalho da Guarda”, pontuou.
“Eu tenho um neto que estuda em uma escola aqui do município e me sinto segura em deixar ele lá, porque sei do trabalho que está sendo feito”, completou a secretária Giselda.
“Eu quero fazer um apelo aos pais e mães. Não espalhem notícias falsas. Se receberem notícia de ameaça de ataque, informe as forças de segurança”, orientou o prefeito.
Estadual sem muro
Em tempos em que se fala tanto em segurança, há cinco meses a Escola Estadual Professor Clemente Pinto, no bairro Primavera, convive com um enorme buraco. Isso porque o muro que protege o colégio veio abaixo.
A 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) foi comunicada do problema. Apesar disso, a comunidade escolar não tem informações de quando a proteção será refeita, e a calçada, tomada pelas pedras que caíram, liberada.
Conforme o diretor Matheus Rodrigues dos Santos, a estrutura caiu em 1º de novembro, dois dias depois que o colégio foi utilizado como local de votação do segundo turno das eleições.
“Por pouco que não caiu no dia das eleições”, comenta. Um professor já havia percebido que a “barriga” existente no muro estava aumentando.
De acordo com ele, foi colocada uma grade provisória no terreno. Mas diante dos fatos da semana passada, os pais dos 192 alunos estão mais apreensivos com a situação da escola.
“O muro caído está colaborando para essa sensação de insegurança”, aponta, apesar de o colégio contar com câmeras de videomonitoramento. As aulas ocorrem nos três turnos, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A Secretaria Estadual de Educação informa que a reforma do muro está em fase de elaboração de projeto na Secretaria de Obras.