DESPEDIDA

Pai descreve piloto de Novo Hamburgo que morreu em queda de avião e desabafa: "Perdi um parceiro"

Diego Tel Stedile morreu em acidente aéreo na quinta-feira, enquanto trabalhava em plantação em Capivari do Sul

Publicado em: 08/12/2024 17:10
Última atualização: 09/12/2024 15:09

Um apaixonado por aviões desde pequeno, principalmente por incentivo do pai, frequentador do antigo aeroclube de Novo Hamburgo há décadas. Uma pessoa querida por todos, de humor singular e que, com um grande coração, conseguia criar vínculos inexplicáveis com as pessoas.

Essas são algumas características relatadas por parentes e amigos de Diego Tel Stedile, de 33 anos, que compareceram ao ato de despedida no Memorial Krause na última sexta-feira (6). O piloto morreu enquanto trabalhava em uma plantação com um avião agrícola em Capivari do Sul na última semana.

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Foto representa o sorriso de Diego que consquistava as pessoas Foto: Weslei Fillmann/Especial

“Sempre dizia assim, que eu 'trocava as fraldas dele lá no aeroclube'. Começou pequeno, 2 anos, 3 anos, e ele conviveu, viveu essa experiência toda. Pilotava mais de 30 tipos de aviões. Ele era muito bom”, relata Marivaldo Stedile, apelidado de Tito, pai do piloto.

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Emocionado, fala que, desde pequeno, apelidou o filho de Bobi, em referência ao antigo desenho animado “Bibo Pai e Bobi Filho”, justamente pela grande ligação entre eles. Por isso, diz que a perda foi um baque muito grande, inesperada e que será sentida por bastante tempo. “Sempre foi um carinho mútuo, uma parceria. Uma preocupação recíproca, um cuidando do outro. Não vai ser fácil… perdi um parceiro", relata o pai, que complementa: "Não vai ser fácil chegar em casa, a casa vazia, silêncio, o quarto dele. Vou ter que suportar isso.”

Sobre o carisma do filho, Tito lembra que Stedile tinha um humor diferente, que atraia as pessoas, e sempre estava com um sorriso no rosto, uma das características mais marcantes do piloto.

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Amigo de Stedile e frequentador do aeroclube, atual Aeroporto Regional Pedro Adams Neto, Paulo Roberto Wolff relembra que o piloto iniciou cedo na aviação. “Começou sem conhecimento nenhum e chegou até a [ser] piloto agrícola. Era um rapaz sensacional, de sorriso sempre aberto, maravilhoso, não tinha tempo ruim para ele, muito participativo. Vai fazer falta para todos, amigos e parentes. Era um rapaz de um coração muito bom”, comenta.

Presidente do aeroporto, Alceu Mário Feijó Filho expõe que, devido à proximidade com os pais de Stedile, pode dizer que o conhecia desde antes do nascimento. “Sou amigo dos pais dele há muito tempo. Com 3 anos, foi comigo que ele fez o primeiro voo da sua vida. Ele se enraizou no aeroclube. Com 15 anos fez o curso de piloto de planador e depois, o de piloto. Virou instrutor no aeroporto e se profissionalizou na aviação agrícola”, comenta.

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Presença na transformação do aeroclube

Inclusive, no ato que alterou o status de aeroclube para aeroporto, muito pela necessidade de garantir mais recursos para o local que foi utilizado como ponto de chegada de suprimentos para apoiar as famílias atingidas pela enchente de maio, Stedile foi um dos pilotos que fizeram manobras para o público presente. Segundo Feijó, ele demonstrou como era a aplicação de pesticidas em plantações, mostrando o movimento necessário e soltando água na pista.

Apesar da profissionalização agrícola, o piloto nunca se desvinculou do aeroclube. Com mais experiência, já dava cursos avançados de pilotagem, como as fases de voos noturnos e por instrumentos.

Sobre o carisma de Stedile, o presidente comenta que ele poderia ser resumido de uma forma muito breve: uma boa pessoa. “Todo mundo gostava dele. Vai deixar um vazio, principalmente para o pai dele. A relação deles, do Diego e do Tito, como pai e filho, é a mais consistente que eu já vi. Quando ele viajava, eram 5-10 ligações por dia. Eles tinham uma relação muito forte”, ressalta.

Mesmo durante a despedida, Tito ficou feliz devido à quantidade de pessoas que compareceu ao ato de despedida, com quem o filho teve uma boa relação. “A grande maioria dos que vieram, voaram ou aprenderam com o Diego. Ele era um só com o avião, ele vestia o avião.”

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