A segunda-feira (22) foi de longas horas de espera para quem precisava de atendimento médico e procurou a UPA Canudos, em Novo Hamburgo. Às 15 horas, quando a reportagem esteve no local, cerca de 70 pessoas aguardavam serem chamadas e algumas estavam esperando desde às 8 horas da manhã.
É o caso de Cristina Fagundes, 43 anos, que buscou a UPA por conta de dores abdominais, diarreia e febre. “Eles dizem que lá atrás (na emergência) está cheio. Eu cheguei a desmaiar, mediram meus sinais e disseram que eu tinha que esperar, que não tinha muito o que fazer”, relata a morada de Canudos.
Além dela, outras pessoas também aguardavam desde o início da manhã para receberem atendimento. Thiago Saldanha, 28 anos, sofreu um acidente recentemente, precisou de pontos na região da virilha e agora está com um abscesso. Ao buscar uma consulta na UBS próxima dali, foi orientado a ir até a UPA Canudos, já que foi onde recebeu os pontos. “Mandaram esperar, que só tem dois clínicos. O posto manda vir para cá e aqui mandam ir para o posto”, reclama.
Horas esperando atendimento
Dentro da unidade já não havia lugares para sentar e pessoas aguardavam em pé. Do lado de fora, alguns estavam escorados nas paredes e sentados no chão, já que a fila para atendimento crescia a cada hora. Vitória Reinaldo, 21 anos, estava com a filha Sofia Emanuelle de 11 meses no colo. De acordo com a mulher, já faziam duas horas desde que a filha havia passado pela triagem. “Ela está com febre e dificuldade para respirar”, diz.
Eronita da Silva Nascimento, 62 anos, estava acompanhando o irmão José Inácio da Silva, 67 anos, que, após amputar o pé, teve uma reação do medicamento que deixou o olho esquerdo inchado. Desde sábado eles procuravam atendimento, e, nesta segunda-feira (21), foram encaminhados do posto de saúde para a UPA. “Ele está aqui sem se alimentar. É desumano. Estamos correndo desde sábado e ele está com o olho desse jeito. Mandaram ele para cá para ser atendido com urgência, mas não estão chamando ninguém”, relata.
Já João França, 58 anos, acompanhava a filha Amanda França, 20 anos, que procurou o atendimento com sintomas de dengue.”Só tem dois médicos. Estamos aqui desde às 9 horas da manhã. Liguei para a Secretaria de Saúde, pois eles precisam nos dar uma satisfação”, reclama.
O que diz a Fundação de Saúde
De acordo com a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), responsável pela UPA Canudos, nas últimas semanas aumentou a gravidade e o número de pacientes nas casas de saúde de toda região, especialmente por conta de doenças respiratórias, mas não há registro de falta de médicos.
Eles ressaltam que todos serão atendidos, sempre respeitando a classificação de risco avaliada pelo médico. Pode haver demora para atendimento, mas os pacientes serão acomodados da melhor forma possível. Além disso, a recomendação é que a população procure as unidades em casos de urgência e emergência.
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