Atendente de telemarketing, Letícia Silva Elias de Moraes, 30 anos, viu sete dos seus colegas positivarem para Covid e na madrugada de segunda-feira (23), quando ela apresentou os primeiros sinais da doença. “Comecei com os sintomas de madrugada”, relata.
Ela procurou a UBS Primavera e depois a UPA Centro, em Novo Hamburgo, e saiu sem saber se está ou não contaminada pelo vírus.
Letícia conta que após avaliar seus sintomas, o médico solicitou que ela fizesse o exame de Covid. Mas mesmo com o pedido médico em mãos, ela não pôde realizar o exame.
Segundo ela, foi informado que apenas pessoas do grupo prioritário (idosos, indígenas, múltiplas comorbidades, imunocomprometidos, gestantes e puérperas e indivíduos não vacinados) estavam sendo testadas.
Letícia foi orientada a buscar a rede privada. “Eu não tenho 150 reais para fazer o teste”, afirma.
Testes em falta?
Uma funcionária da UPA, que não quis se identificar, afirmou que houve um aumento na busca por testes nos últimos dias. Segundo ela, no domingo (19) foram cerca de cinco pacientes em busca do teste. A funcionária comentou que não há disponibilidade de exames para atender à população.
Através de nota, a Secretaria Municipal de Saúde negou que exista falta de exames. “A SMS informa que não estão em falta os testes no município, ficando a critério do médico a solicitação, ou não, a realização do exame.”
Contudo, o governo confirmou que tem sido dada prioridade a grupos de risco para a realização do exame. “De acordo com a SMS, uma nota técnica informativa (16/2023) do governo do Estado padronizou o novo fluxo de testagem para a Covid, não sendo mais realizados os testes por livre demanda.”
A portaria citada fala em priorização na testagem. Mas não deixa claro que não se deva aplicar os exames em pessoas fora desse grupo. Na interpretação da SMS, “o documento propõe como estratégia o uso racional dos insumos de testagem, sendo a prioridade dos testes para os grupos de alto risco de desenvolvimento da doença em formas graves.”
Particulares
Em visita a duas farmácias que integram algumas das maiores redes do Estado na terça-feira (24), a reportagem verificou que os testes de Covid variam entre 89 reais e R$ 79,90. Em um dos casos, também é ofertado o teste de Covid com influenza, ao custo de R$ 109,90. Já os testes rápidos para serem feitos em casa têm o custo médio de R$ 49,90.
Segundo os responsáveis pelas farmácias, a busca por exames cresceu em outubro. Em uma delas, até terça-feira foram realizados 52 testes no local. O número já supera o total de setembro, 45, e de agosto, quando foram realizados 40 testes.
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