CONVERSA DO BEM
Os cinco passos que formam voluntárias para ouvir pacientes com câncer
Integrantes do Amigas de Mãos Dadas foram capacitadas para liderar conversas em grupo com mulheres que enfrentam a doença
Última atualização: 06/11/2023 22:04
Integrantes do grupo Amigas de Mãos Dadas, que apoia mulheres em tratamento contra o câncer, receberam, nesta segunda-feira (6), um certificado pela conclusão de um programa que as capacita a compartilhar experiências e aprender em conjunto. As 12 voluntárias estão aptas a conduzirem grupos de pacientes com a doença, durante os encontros realizados nas segundas-feiras à tarde, no salão católico da Catedral São Luiz Gonzaga.
Ao todo foram 15 horas de capacitação, ministradas gratuitamente pelo criador do programa PluriVox, o psicólogo Nedio Seminotti e também com os psicólogos Leon Golendziner e Ana Paula Eberhardt e a jornalista Fátima Bandeira De Mello.
"Me sinto muito grato em oferecer o curso. Começamos a trabalhar com vocês e fizemos uma adaptação. Encontramos aqui soluções e podemos acompanhar o trabalho de vocês. Estou satisfeito com a formatura", disse Nedio durante o ato de entrega dos certificados.
A aposentada Jureci Fiuza da Costa, 52 anos, está entre as formandas. "Aprendi a ouvir as pacientes. Assim como eu falava de tudo um pouco durante meu tratamento, agora tenho também confiança em liderar um grupo, a partir das dinâmicas e técnicas ensinadas", comenta Jureci.
Moradora do bairro Lomba Grande, quando tinha 42 anos, Jureci foi diagnosticada com câncer na mama direita e cinco anos após com câncer no útero. "Estou viva e ajudando quem também precisa falar de tudo um pouco, como o medo de morrer, a perda de cabelos, o receio de ser deixada pelo marido. Através das falas, eu posso dizer que sou outra pessoa", explica.
Além de Jureci, a capacitação foi realizada por Nara Brandina da Silva, Bernadete Rohn, Celia Mantese, Elaine Teresinha Campos, Iara Daguimar dos Santos, Maria Celia Fontes, Lisete Thomasi Ferreira, Marlise Bernd, Roselane Nunes Monteiro, Vera Rosela Meirelles e Regina Beatriz da Silva.
Reforço importante
A presidente do grupo, Flavia Regina Trevisan, destaca que a psicóloga Marlise Bernd já realiza esse trabalho de escuta com as pacientes e as multiplicadoras virão a somar com um olhar mais direto. Para a psicóloga é importante ter mais mulheres aptas a liderar o momento de conversa em grupo. "Ouvir, ajuda. A paciente pode falar da dor, do medo, das perdas. Às vezes, elas não querem falar para filhos e criam o nó na garganta. O momento de falar melhora a auto estima", arremata.
Formação para qualquer pessoa
O PluriVox, que significa a multiplicidade de vozes, é um programa que segue cinco passos para que pessoas de qualquer nível de conhecimento, instrução ou profissão possam fazer com que pessoas de um grupo conversem, compartilhando problemas e gerando soluções. "É importante que todas as pessoas possam falar o seu ponto de vista no compartilhamento do problema e vai gerar a solução", reforça Seminotti, criador do programa.
O psicólogo Leon Golendziner salienta que as facilitadoras tinham medo de atender em grupo porque não sabiam o que as pacientes iam dizer, que tipos de emoções iriam aparecer, que poderiam aparecer somente problemas. "Elas estavam nervosas, tinham medos, mas as primeiras ações que trabalhamos foram na sensibilização de que há um passo a passo para orientá-las", explica.
Os cinco passos do Plurivox
Passo 1 - As facilitadoras estimulam a saudação ("oi", "como vai"), a apresentação (o que cada uma é) e o resumo do que aconteceu na semana.
Passo 2 - Há um estímulo à conversação. A facilitadora não dirá o que falar e nem o que acha de determinado tema.
Passo 3 - A facilitadora ajuda as pessoas a pensarem sobre o que estão falando no encontro. A facilitadora convida a pensar.
Passo 4 - "O que estamos aprendendo", "É possível levar isso para a prática", são questões abordadas pela facilitadora do grupo.
Passo 5 - O que cada participante leva do encontro, marcando o encerramento.
Integrantes do grupo Amigas de Mãos Dadas, que apoia mulheres em tratamento contra o câncer, receberam, nesta segunda-feira (6), um certificado pela conclusão de um programa que as capacita a compartilhar experiências e aprender em conjunto. As 12 voluntárias estão aptas a conduzirem grupos de pacientes com a doença, durante os encontros realizados nas segundas-feiras à tarde, no salão católico da Catedral São Luiz Gonzaga.
Ao todo foram 15 horas de capacitação, ministradas gratuitamente pelo criador do programa PluriVox, o psicólogo Nedio Seminotti e também com os psicólogos Leon Golendziner e Ana Paula Eberhardt e a jornalista Fátima Bandeira De Mello.
"Me sinto muito grato em oferecer o curso. Começamos a trabalhar com vocês e fizemos uma adaptação. Encontramos aqui soluções e podemos acompanhar o trabalho de vocês. Estou satisfeito com a formatura", disse Nedio durante o ato de entrega dos certificados.
A aposentada Jureci Fiuza da Costa, 52 anos, está entre as formandas. "Aprendi a ouvir as pacientes. Assim como eu falava de tudo um pouco durante meu tratamento, agora tenho também confiança em liderar um grupo, a partir das dinâmicas e técnicas ensinadas", comenta Jureci.
Moradora do bairro Lomba Grande, quando tinha 42 anos, Jureci foi diagnosticada com câncer na mama direita e cinco anos após com câncer no útero. "Estou viva e ajudando quem também precisa falar de tudo um pouco, como o medo de morrer, a perda de cabelos, o receio de ser deixada pelo marido. Através das falas, eu posso dizer que sou outra pessoa", explica.
Além de Jureci, a capacitação foi realizada por Nara Brandina da Silva, Bernadete Rohn, Celia Mantese, Elaine Teresinha Campos, Iara Daguimar dos Santos, Maria Celia Fontes, Lisete Thomasi Ferreira, Marlise Bernd, Roselane Nunes Monteiro, Vera Rosela Meirelles e Regina Beatriz da Silva.
Reforço importante
A presidente do grupo, Flavia Regina Trevisan, destaca que a psicóloga Marlise Bernd já realiza esse trabalho de escuta com as pacientes e as multiplicadoras virão a somar com um olhar mais direto. Para a psicóloga é importante ter mais mulheres aptas a liderar o momento de conversa em grupo. "Ouvir, ajuda. A paciente pode falar da dor, do medo, das perdas. Às vezes, elas não querem falar para filhos e criam o nó na garganta. O momento de falar melhora a auto estima", arremata.
Formação para qualquer pessoa
O PluriVox, que significa a multiplicidade de vozes, é um programa que segue cinco passos para que pessoas de qualquer nível de conhecimento, instrução ou profissão possam fazer com que pessoas de um grupo conversem, compartilhando problemas e gerando soluções. "É importante que todas as pessoas possam falar o seu ponto de vista no compartilhamento do problema e vai gerar a solução", reforça Seminotti, criador do programa.
O psicólogo Leon Golendziner salienta que as facilitadoras tinham medo de atender em grupo porque não sabiam o que as pacientes iam dizer, que tipos de emoções iriam aparecer, que poderiam aparecer somente problemas. "Elas estavam nervosas, tinham medos, mas as primeiras ações que trabalhamos foram na sensibilização de que há um passo a passo para orientá-las", explica.
Os cinco passos do Plurivox
Passo 1 - As facilitadoras estimulam a saudação ("oi", "como vai"), a apresentação (o que cada uma é) e o resumo do que aconteceu na semana.
Passo 2 - Há um estímulo à conversação. A facilitadora não dirá o que falar e nem o que acha de determinado tema.
Passo 3 - A facilitadora ajuda as pessoas a pensarem sobre o que estão falando no encontro. A facilitadora convida a pensar.
Passo 4 - "O que estamos aprendendo", "É possível levar isso para a prática", são questões abordadas pela facilitadora do grupo.
Passo 5 - O que cada participante leva do encontro, marcando o encerramento.