SAÚDE
Saiba o que é aneurisma roto de aorta, condição que causou a morte de jovem em Novo Hamburgo
Condição costuma se desenvolver de forma silenciosa e, por isso, é de difícil detecção
Última atualização: 31/05/2024 16:54
O jovem Tiago da Silva Ló morreu no último domingo (26), aos 26 anos, após sofrer um mal súbito no banheiro de casa, no bairro Vila Diehl, em Novo Hamburgo. Um aneurisma roto de aorta foi apontado como a causa da morte.
Mas, afinal, o que é essa condição? O médico cardiologista e professor do curso de medicina da Universidade Feevale Eduardo Barbosa explica que um aneurisma é uma dilatação da parede de um vaso sanguíneo. Ainda que possa ocorrer em qualquer artéria do corpo, é mais comum que se desenvolva na aorta, a qual é a maior artéria do corpo.
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Aqueles que já romperam são chamados de “aneurismas rotos”, e os que nunca romperam de “aneurismas não-rotos".
Conforme ele, um aneurisma na aorta pode ser abdominal, o que se desenvolve com mais frequência, ou torácico, como o que Tiago tinha. Quando essa condição acontece em uma parte da artéria, ela "fica mais frágil, mais mole e dilata, fica maior", detalha o médico, que ainda exemplifica: "Tipo um balão".
O grande problema é que essa é uma condição silenciosa. "Na maioria das vezes, não há sintomas. Então, [os aneurismas] são normalmente descobertos ocasionalmente. A detecção é difícil, ele cresce silenciosamente", detalha Barbosa, ressaltando que mesmo na hora do diagnóstico, caso o profissional não esteja considerando que esse possa ser o problema do paciente, a investigação se torna mais complicada.
Os sintomas só costumam aparecer quando o aneurisma aumenta. Segundo o professor, eles normalmente começam pequenos e podem permanecer assim por anos. Contudo, em alguns casos, eles têm um aumento repentino, e é nesse momento que o corpo emite alertas. Dor intensa, desmaio e falta de ar podem ser alguns dos indícios.
Exames como raio-x, tomografia e ecografias, abdominal e ecocardiograma, podem detectar esses aneurismas. De modo geral, quando eles possuem até quatro centímetros, é feito acompanhamento médico. O cardiologista destaca que, ainda assim, cada caso tem que ser avaliado de forma distinta, levando em consideração a idade do paciente, se ele possui comorbidades e a localização do aneurisma.
Para além de acompanhamento, em alguns casos é possível recorrer a tratamento cirúrgico ou endovascular. Neste último, é colocado uma endoprótese, que bloqueia o crescimento do aneurisma.
Entre os fatores que podem levar ao desenvolvimento de um aneurisma estão: hipertensão arterial mal controlada, obesidade, colesterol alto e tabagismo. Apesar de a idade avançada ser um agravante, a condição pode acontecer em pessoas com qualquer idade. "E se a pessoa tem casos na família, tem que ficar de olho", orienta. É possível, ainda, que a pessoa nasça com essa condição.
Cuidados com a saúde tanto fazem parte do tratamento quanto da prevenção. Em relação a exercícios físicos, praticá-los com regularidade é importante nos dois casos. No entanto, quem possui um aneurisma, precisa evitar alguns esportes e não pode se exceder, já que o ato de fazer força está relacionado com o aumento da dilatação.
"O paciente com aneurisma tem uma vida normal", ressalta Barbosa, que completa afirmando que muitas pessoas vivem com a condição sem saber que a possuem.