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ANIMAIS

Novo Hamburgo transfere animais acolhidos durante enchente para fazenda em outra cidade

Conheça mais sobre as três fases previstas do plano emergencial e como é a estrutura do local

Giordanna Vallejos
Publicado em: 13/06/2024 às 17h:56
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Com as enchentes devastadoras que abalaram o Rio Grande do Sul, diversas cidades enfrentam, entre muitos desafios, o de cuidar dos animais afetados. Em resposta à crise, Novo Hamburgo implementou um plano emergencial para garantir a segurança e bem-estar dos cães e gatos desalojados, buscando resolver a situação dos abrigos temporários na cidade.

 



Ida para Viamão

A primeira fase do plano, segundo o secretário de Meio Ambiente, Ráfaga Fontoura, foca na transferência dos animais para uma fazenda em Viamão, administrada pelo Grupo Gestta. Esta fazenda já abrigava equinos resgatados e agora se tornou um refúgio também para cães e gatos.

“Os voluntários estão exaustos e os abrigos temporários não foram feitos para abrigar animais por tanto tempo. Na fazenda, eles terão acesso a áreas verdes, veterinário 24 horas e todos os cuidados necessários”, explica Fontoura.

Com uma média de 350 cães em Novo Hamburgo, sendo 140 abrigados no Hotel da Fenac, o desafio é imenso. O abrigo no Hotel da Fenac continuará funcionando, especialmente para cães que precisam de isolamento devido a doenças.

O canil municipal também segue em operação normal, enquanto a fazenda de Viamão foi designada exclusivamente para os animais da enchente. Até agora, 35 cães já foram transferidos para o novo local, onde recebem banho, são identificados com microchip, vacinados e castrados.

Fontoura esclareceu categoricamente que não procedem rumores sobre eutanásia em massa e afastamento intencional dos animais dos protetores. “Eutanásia em massa é um crime que jamais será feito. Esses cães estarão em um sistema integrado que qualquer pessoa poderá acessar e monitorar. A Gestta, em Viamão, foi escolhida por ser a única que se comprometeu com o abrigamento de até 500 animais”, afirma.

Feiras de adoção

Na segunda fase do plano, serão organizadas diversas feiras de adoção para encontrar lares permanentes para esses animais.

A terceira fase envolve um plano de manejo para aqueles que não forem adotados. “Tudo será feito com transparência e atualizaremos a situação dos animais com frequência”, conclui o secretário.

Desafios nos abrigos temporários

Aline Leão, protetora de animais há 15 anos e coordenadora do abrigo no Hotel da Fenac, compartilha a dura realidade enfrentada pelos voluntários.

“Eu estou na coordenação da Fenac há seis semanas. Ajudei a preparar o local para os cães, mas agora estamos em uma situação insalubre, pois não há mais voluntários suficientes. Os cães ficam em uma situação horrível, falta mão de obra para limpeza, passeios e alimentação”, desabafa Aline.

Ela destaca o problema de proliferação de doenças devido à falta de higiene e insuficiência de limpeza. “Não temos pessoal suficiente para limpeza. Muitas vezes, apenas uma ou duas pessoas estão disponíveis para o trabalho o dia inteiro. Não adianta manter os cães ali se eles vão adoecer e morrer devido às condições insalubres”, lamenta.

O melhor pelos animais

Aline, apesar de não ter visitado a fazenda do Grupo Gestta, confia nos relatos positivos de outras pessoas que estiveram lá.

“Foi combinado que os cães participarão das feiras de adoção e que todos podem visitá-los a qualquer momento. O que eu quero para eles é um ambiente limpo, passeios, sol e uma família. Infelizmente, isso não é possível para todos. A transferência para Viamão é o melhor para eles agora, devido à falta de mão de obra”, admite.

A protetora reforça a necessidade de um cuidado contínuo por parte da prefeitura após o remanejo. “Os cães precisam ficar um tempo na fazenda para evitar o vai e vem constante. A prefeitura deve continuar cuidando deles até que sejam adotados e, se não forem, que continuem recebendo cuidados. Eles são seres puros e do bem, merecem o melhor”, finaliza.

Aplicativo de cadastro unificado

Cassio Standt Cibils e Otoniel André Rodrigues Müller, com apoio de demais voluntários, estão criando um sistema unificado que terá fotos e informações de todos os cães e gatos atingidos pela enchente em Novo Hamburgo. Dessa forma, isso irá facilitar a adoção e monitoramento destes animais, mesmo que estejam mais distantes, em Viamão.

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