A Secretaria de Educação de Novo Hamburgo entregou, nesta sexta-feira (11), na Prefeitura Municipal, o Sistema Avalia Novo Hamburgo (que mede os conhecimentos em matemática e português dos estudantes do ensino fundamental) adaptado para crianças com deficiência do 5º ano de seis escolas do município. Participaram da entrega as coordenadoras pedagógicas e diretoras, que receberam sacolas com manuais e materiais desenvolvidos pensando em cada aluno.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Elaborado pela Smed, por meio do Núcleo de Inclusão e Diversidade, o sistema foi pensado para aplicação da avaliação em larga escala da Rede Municipal de Ensino, que antes não contemplava estratégias específicas para o público de crianças com deficiência. Após a necessidade relatada pelos professores, houve a adaptação do sistema de avaliação, que agora será aplicado utilizando recursos manuais que facilitem a avaliação educacional dos alunos, como imagens impressas coloridas e outros materiais visuais.
“Esse é um projeto-piloto de avaliação adaptada para as crianças com deficiência. Ele foi muito estudado e analisado por muitas pessoas. Vai ser super importante, porque quando a gente fala de inclusão, nós temos que pensar em todos, e uma prova comum igual para todos não inclui aquele que tem uma necessidade especial”, explica a Secretária Municipal de Educação, Maristela Guasseli.
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Atualmente, conforme a Smed, das 24 mil crianças matriculadas na rede municipal de ensino, mais de mil crianças possuem uma ou múltiplas deficiências. Inicialmente, a adaptação da avaliação será somente para seis escolas, que contemplarão cerca de 20 alunos. As instituições foram mapeadas conforme o maior número de estudantes com deficiência matriculados no 5º ano do ensino fundamental.
Conforme a Diretora de Educação, Neide Vargas, o projeto é pioneiro e inovador, com o objetivo de, além da inclusão, que os professores possam utilizar da avaliação para pensarem e organizarem os processos de interações pedagógicas para cada estudante. “É um desafio do Brasil inteiro. Não podemos mais segregar e deixar que essas crianças sejam atendidas num espaço sozinha. Esses estudantes têm um ganho enorme com a relação com as outras crianças. É um ganho para todo mundo quando a gente inclui um estudante com deficiência”, destaca.
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Para a professora da sala de recursos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Nilo Peçanha, Fátima Graziele Giachelin, a aplicação das avaliações convencionais com os alunos com deficiência é uma dificuldade. “Sempre foi uma preocupação nossa, e algo que nos incomodava, pelo fato de não ter uma adaptação e termos que improvisar quando tínhamos avaliações externas. Será um grande avanço”, avalia.
A coordenadora pedagógica da escola, Luciana Andrade, destaca a importância do ensino no desenvolvimento das crianças com algum tipo de deficiência. “Com essa avaliação adaptada, vamos poder pensar nas habilidades direcionadas para eles. Nosso objetivo é trabalhar a autonomia das crianças, para que a escola não seja somente para socialização. Fazemos questão que eles aprendam, dentro das possibilidades de cada um”, complementa.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Como vai funcionar na prática?
Conforme a Smed, as avaliações serão aplicadas trimestralmente, com 15 questões de português e 15 de matemática, que serão feitas a partir de um tablet e o auxílio de outros recursos pedagógicos personalizados para cada criança com deficiência.
A próxima avaliação está marcada para ocorrer entre 21 e 25 de outubro. Para os alunos que tiverem dificuldades motoras, por exemplo, os professores das salas de recursos auxiliarão, assim como para os estudantes que não falam, que poderão contar com tecnologias assistivas.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
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