Passageiros do transporte coletivo urbano de Novo Hamburgo fizeram uma manifestação no início da noite desta segunda-feira (10) nas Plataformas 1,2 e 3 do Paradão da Rua Primeiro de Março, na área central do município. O local concentra grande número de usuários do coletivo.
Foto: Joceline Silveira/GES-Especial
Os manifestantes reclamam dos constantes atrasos nos ônibus e a falta de informações por parte da empresa e da Prefeitura. Os usuários dizem que, além dos veículos estarem em mau estado de conservação, os ônibus também não cumprem o horário estabelecido pelas grades.
“Há mais de um mês que ‘tá’ esse caos. Não dá mais, a prefeita [Fatima Daudt (MDB)] precisa resolver isso. A má gestão do sistema tá afetando a rotina de toda cidade, é estudante chegando atrasado, é trabalhador chegando atrasado, não dá mais” , disse o presidente da União dos Estudantes de Novo Hamburgo (UENH), Yuri Leite, um dos organizadores do protesto.
Segurando cartazes e faixas, os manifestantes distribuíram panfletos com as reivindicações aos usuários que aguardam pelo transporte público. “Precisamos chegar no horário certo”, dizia uma dos cartazes.
Foto: Joceline Silveira/GES-Especial
“Nós exigimos horários para que possamos trabalhar porque temos horário a cumprir”, afirma a presidente do Sindicato dos Sapateiros e Sapateiras de Novo Hamburgo, Jaqueline Erthal.
A sapateira, usuária da linha Casca, revela que chegaram ao sindicato relatos de trabalhadores que gastaram R$ 500 em transporte por aplicativo no último mês, ou ainda, casos de empresas que não deixaram funcionários entrarem por atraso. “Não dá mais, daqui a pouco vão começar a demitir os trabalhares porque todo dia chega atrasado.”
Os atrasos de linhas também estão afetando as agências e serviço de entrega dos Correios, afirma Sandro Augusto Oliveira, representante da Central de Distribuição do bairro Canudos.
Oliveira relata que carteiros precisaram ser “resgatados” na última semana em pontos da cidade. Isso porque, segundo ele, os horários dos coletivos não costumam ser cumpridos — ou são muito espaçados entre um ônibus e outro.
“Precisamos ir buscar eles para poder fechar a agencia e e concluir os trabalhos internos, senão, não sabíamos quanto tempo eles iriam ficar esperando nas paradas”, conta. “Trabalhamos oito horas por dia, mas estamos perdendo de duas à três horas em paradas esperando ônibus. Isso reflete no acúmulo de entregas de correspondências e encomendas porque o carteiro não consegue terminar a rota e a ‘sobra’ fica para o dia seguinte, ou seja, ele precisa voltar naquela área para concluir o trabalho que poderia ser concluído no dia anterior”, completa
O grupo seguiu para a Câmara de Vereadores, onde acompanha a sessão. O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura e da Visac.
Foto: Joceline Silveira/GES-Especial
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