Em coletiva de imprensa realizada no Centro Administrativo na tarde desta segunda-feira (17), a prefeita de Novo Hamburgo Fatima Daudt anunciou novos recursos que irão servir para reconstrução das áreas impactadas pela enchente histórica do Rio dos Sinos. Entre os anúncios, está a construção de casas para quem perdeu residências.
SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!
Os valores, já garantidos, assim como outros já solicitados aos governos do Estado e Federal, também serão aplicados para ações de proteção contra novas enchentes, limpeza e recolhimento de resíduos, desassoreamento de arroios, ajuda humanitária, construção de moradias, obras de infraestrutura e segurança pública.
De acordo com a prefeita, Novo Hamburgo já garantiu R$ 50,9 milhões e solicitou outros R$ 52,7 milhões. Contudo, ainda segundo a administração municipal, a cidade teve mais de R$ 300 milhões em prejuízos, sem calcular o prejuízo pessoal dos moradores afetados.
Do valor já garantido, R$ 11,9 milhões serão usados para a construção de 85 casas no Loteamento Bem-Te-Vi, bairro Canudos, investimentos do Minha Casa Minha Vida Calamidade. “Neste valor, ainda não estão inclusas a construção de outras 146 casas para moradores da Vila Palmeira, que nós já conseguimos também. A ideia é fazer a construção de todas essas casas em um único complexo habitacional”, disse a prefeita. O local das moradias ainda não foi definido.
Estão garantidos R$ 21,5 milhões para investimentos em saúde, educação, habitação, cultura e infraestrutura, que incluem construção de nova escola, unidade de saúde, CAPS e um centro de cultura. Uma parcela extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de R$ 7 milhões já chegou. Outros R$ 6,7 milhões serão aplicados em obras de pavimentação e recuperação de vias afetadas pelas cheias e R$ 2 milhões para ações de atenção à saúde e vigilância sanitária. O Fundo da Defesa Civil receberá R$ 5,3 milhões.
Contra cheias
Estão em análise pelos governos estadual e federal os outros R$ 52,7 milhões, que devem ser aplicados em pavimentação, reforma de escolas e postos de saúde, segurança e outras áreas, mas, principalmente, na proteção contra enchentes. Destes valores, R$ 9,2 milhões são aplicados emergencialmente para a recuperação da Casa de Bombas, que atualmente conta com apenas três motores em operação, e outros R$ 4,2 milhões são de custos para o bombeamento temporário das águas e da própria Casa de Bombas. Além disso, está sendo feito o desassoreamento do Arroio Gauchinho.
Também foram solicitados R$ 12 milhões para pavimentação e R$ 11,2 milhões para compra de equipamentos para postos de saúde, CAPS, reforma de duas USFs e projeto digital do SUS. Estão previstos R$ 9,7 milhões para obras nas escolas, incluindo a aquisição de mobiliário, equipamentos, brinquedos e livros.
Para ações de limpeza foram solicitados mais R$ 2,8 milhões e, para a Guarda Municipal, outros R$ 3,7 milhões. “Para que a vida volte à normalidade, todos os municípios vão precisar de suporte do governo do Estado e do governo federal”, afirmou a prefeita, ao lado do vice-prefeito, Márcio Lüders, e de secretários municipais.
O prazo para a execução das obras e intervenções está sendo definido pelas equipes técnicas e varia de acordo com cada projeto. As ações que aguardam recursos dependem de liberação do governo federal.
Desabrigados
Novo Hamburgo teve 32 mil pessoas afetadas pela enchente e cerca de 6.900 tiveram que buscar abrigos públicos, além de 6 mil empresas afetadas, sendo metade delas no bairro Santo Afonso. Até a tarde desta segunda-feira (17), conforme a prefeita, haviam 478 pessoas nos abrigos, sendo 110 moradores de São Leopoldo.
“Vivenciamos a maior cheia da história do Rio dos Sinos. Desde a chegada dos primeiros imigrantes, há 200 anos, nunca passamos por algo igual. Choveu 530 milímetros em maio, quase cinco vezes a média do mês. E o mais triste de tudo é que infelizmente tivemos também uma pessoa que veio a óbito por causa da enchente”, declarou Fátima.
A prefeita também falou sobre programas de compras assistidas de imóveis nos valores de até R$ 200 mil. O pedido é de 700 unidades habitacionais junto ao Ministério das Cidades, com valor estimado em R$ 105 milhões, e outras 500 moradias no S2ID, programa vinculado à Defesa Civil Nacional, com valor estimado de R$ 75 milhões.
“Essas pessoas que serão beneficiadas, não necessariamente precisarão comprar os imóveis em Novo Hamburgo, podem escolher outras cidades. E proprietários de imóveis que queiram vender, podem se cadastrar junto à Caixa para que seja feita essa intermediação”, explicou ela.
“Essa é uma proposta muito importante do governo federal e a tendência é de ser muito rápida. Nela, nós injetamos dinheiro no município e as pessoas já podem ir para os imóveis. As outras soluções, as casas que precisamos construir, demora mais, por isso temos uma atenção maior nesse projeto Minha Casa Minha Vida Reconstrução”, complementou a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Gomes de Oliveira.
LEIA TAMBÉM