Na manhã desta quinta-feira (11), os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Augusto Borges de Medeiros, em Novo Hamburgo, protagonizaram um ato em busca de melhores condições para os estudos.
Recentes problemas financeiros afetaram a compra da merenda e de materiais de limpeza. A situação fez com que a escola precisasse de doações de outras instituições de ensino, além da mobilização da comunidade escolar para repor estoque de alimentos.
“Com o afastamento do diretor e o bloqueio das contas da escola, decidimos realizar o protesto para que a CRE [Coordenadoria Regional de Educação] e a Seduc [Secretaria da Educação], nos notassem e tomassem providências. Afinal, não é justo que os estudantes sejam prejudicados por ações de terceiros e fiquem privados de se alimentar”, explica Yuri Leite, presidente da União dos Estudantes de Novo Hamburgo (UENH).
A responsável pela Borges de Medeiros, Eliane Marx, explicou que a instituição ganhou alimentos de diversas escolas estaduais, além de contar com o apoio da coordenadoria, o que possibilitou que a escola mantivesse a merenda dos alunos em dia.
Agora, ela garante que a escola já recebeu verbas para a alimentação adequada dos estudantes. Portanto, os armários da escola estão novamente cheios, o que tranquiliza pais e alunos. Eliane ressaltou ainda que a transparência sobre as contas da instituição continuará mantida.
Dificuldade enfrentada vai além da merenda
A situação precária das instalações também foi um dos pontos evidenciados durante a manifestação. Banheiros danificados, tetos comprometidos e salas de aula com buracos no chão são alguns dos problemas vividos diariamente pelos estudantes.
Presidente do Grêmio Estudantil da escola, Paloma Weller dos Santos destaca a insatisfação. “Nossa luta vai além da merenda. Precisamos que a escola receba a atenção necessária do governo do Estado.”
A reportagem esteve na escola e observou as condições do local dividido por 900 alunos e professores. O mato alto ao redor e dentro da instituição também cria um ambiente propício para a proliferação de insetos e animais indesejados – como o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, doença pela qual Novo Hamburgo segue como a segunda cidade com o maior número de óbitos no RS em 2024.
Além disso, os vasos sanitários estão com tampas quebradas e vazamento de água, o que impossibilita o uso. As salas de aula têm buracos no chão.
Até mesmo as paredes da escola mostram sinais de deterioração, sendo que algumas chegam a se mover ao serem empurradas. No pátio da escola, bancos com pedaços caídos completam o cenário de precariedade, evidenciando a urgência de intervenções para garantir um ambiente seguro e propício ao aprendizado.
O que diz a Secretaria da Educação do Estado
“Sobre a Escola Borges de Medeiros, de Novo Hamburgo, a Seduc informa que, após o afastamento temporário do diretor da escola para processo de sindicância, a vice-diretora legal da escola assumiu a direção da instituição de ensino e já possui acesso às verbas da alimentação escolar, além das verbas do programa Agiliza Educação para despesas de operação da escola.
Sobre a contratação de merendeiras, o processo para a chegada de novas servidoras já está em tramitação para que as profissionais iniciem o trabalho nos próximos dias.
Sobre as condições estruturais da escola, uma equipe da 2ª CRE visitará a instituição de ensino nesta sexta-feira para suporte à equipe diretiva.”
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