Desde a última sexta-feira (1º) a rotina da família do pintor Tiago Franco, de 38 anos, não é mais a mesma. Ele levou choque enquanto trabalhava em um prédio na Rua Silveira Martins, no Centro de Novo Hamburgo.
“Os médicos disseram que ele poderia ter morrido já na sexta. Eu não sei como isso foi acontecer, porque ele é pintor há muito tempo e tem experiência em prédios altos”, conta Graziele da Silva Veiga, 33, esposa de Tiago.
O pintor, que foi transferido para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, na noite de sábado (2), segue em estado grave, mas estável. Segundo a esposa, os médicos falaram que ele teve de 35% a 40% do corpo queimado e que deve permanecer internado por pelo menos dois meses.
Além disso, alguns órgãos como os rins, pulmão e coração estão bem debilitados e ele respira por aparelhos. “Ele está bem queimado, as partes intimas dele queimou bastante”, conta Graziele.
“Todo esse tempo vou ter que ir de Canudos a Porto Alegre, porque os médicos querem alguém lá diariamente para passar atualizações sobre o estado de saúde dele. Tá complicado”, declara Graziele.
O casal tem juntos uma filha de sete anos. “Estamos juntos há bastante tempo e ele me ajuda a criar outros três filhos do meu primeiro casamento. Eu também trabalho ‘frio’ [sem carteira assinada] e agora vou ficar sem receber para poder estar perto dele no hospital. Só por Deus”, diz a esposa.
“Foi horrível”
Segundo Graziele, era o segundo dia de serviço no prédio onde Tiago levou o choque e quem estava com ele, na hora do acidente, era um rapaz que ajudava ele nas pinturas. “Ele me contou que o corpo dele pegava fogo e ele tirou a camiseta e bateu no Tiago para apagar o fogo. Diz que foi horrível”, descreve a esposa.
O pintor segue, também, entubado e segundo os médicos não há previsão de ele sair dessa situação. “Se ele acordar a dor ainda será tão grande que ele não vai conseguir suportar. Agora preciso me deslocar todos os dias para lá e fico preocupada em relação aos filhos e ao financeiro também, já que ele era autônomo e nem pagava INSS”, conta Graziele.
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