O primeiro fim de semana de inverno começou marcado pelo sol e temperaturas elevadas na região. Em Novo Hamburgo, uma cena está sendo comum neste sábado (22) no bairro Santo Afonso: o recolhimento do que se perdeu após a enchente e, mais uma vez, a limpeza de casas e comércios.
Muitas famílias conseguiram acessar o espaço somente nos últimos dias quando a água, enfim, baixou. Como a da lojista Lucena Dapper, 48 anos, que perdeu a loja de roupas, um salão de beleza e a oficina. Os espaços ficam lado a lado na Vila Palmeira e ficaram completamente debaixo da água entre maio e junho.
“Tudo foi atingido. Até a nossa casa que fica no segundo andar. Moro aqui há 32 anos e nunca vi algo desta forma. Já tinha entrado antes até a porta da loja, quando os carros passavam e jogavam a água pra dentro, mas nunca assim. Não sei como vamos recuperar. Meus pais estão em Santa Catarina, na casa de outros parentes, porque a casa deles também não deu pra salvar”, conta Lucena.
Neste sábado (22) a família está focada em retirar móveis e utensílios que não poderão ser aproveitados, além de fazer a limpeza com lava-jatos. “Já tínhamos vindo limpar antes, mas não sai tudo. Ficaremos hoje (22) o dia todo e não vamos conseguir terminar, tem muito ainda para fazer. Nosso maior medo agora é acontecer tudo de novo. Se não fosse a nossa fé a gente teria enlouquecido”, diz a lojista.
Mutirão de limpeza
A Prefeitura de Novo Hamburgo tem realizado mutirões de limpezas no bairros atingidos com as cheias. Os caminhões e retroescavadeiras recolhem os bens inutilizados e que são depositados nas calçadas pelos moradores afetados pela enchente.
Segundo a Prefeitura, essa operação ocorre desde os primeiros dias em que as águas começaram a baixar, permitindo que as equipes acessassem os locais de forma segura. Neste sábado (22), a esquipes seguem atuando no bairro Santo Afonso.
A Administração informou que até o último sábado (22), 28,5 mil toneladas de descartes haviam sido recolhidas das ruas.
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