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NOVO HAMBURGO

'Não foi uma brincadeira': Familiares e estudantes protestam em frente a escola onde aluno recebeu mata-leão

Ato aconteceu nesta segunda-feira, no bairro Boa Saúde; confira contraponto da instituição

Laura Rolim
Publicado em: 11/12/2023 às 16h:26 Última atualização: 11/12/2023 às 17h:17
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Familiares, comunidade escolar e a União dos Estudantes de Novo Hamburgo (UENH) realizaram um protesto nesta segunda-feira (11) em frente à Escola Estadual Jair Foscarini, no bairro Boa Saúde, em Novo Hamburgo. Eles exigem ações por parte da Secretaria Estadual de Educação após um estudante da escola ter sido entubado depois de receber um mata-leão de um colega.

Protesto contra violência em frente a Escola Estadual Jair Foscarini, no bairro Boa Saúde | Jornal NH



Protesto contra violência em frente a Escola Estadual Jair Foscarini, no bairro Boa Saúde

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

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De acordo com o presidente da UENH, Yuri Leite, de 15 anos, o ato, que foi silencioso e pacífico, teve o objetivo de exigir que o governo do Estado cumpra com sua obrigação.

“Encaminhamos um ofício pedindo supervisores para cuidar dos intervalos da escola. A gente luta e exige para que não aconteça mais. O ato de hoje é pensando em fazer com que o governo do Estado nos enxergue e decida tomar a devida providência. Para conseguir que acidentes como esse não aconteçam”, manifesta o líder do movimento estudantil.

Ex-estudante da escola e um dos organizadores da manifestação, Yuri Geraldo, 17, afirma que não é de hoje que a escola tem registros de violência. “A imagem da escola já é suja. Não foi uma brincadeira. É algo sério que tem que ser combatido pela Secretaria de Educação e pela escola”, diz.

Com um tecido escrito a frase “não foi uma brincadeira” e fotos impressas do estudante ferido, 14, familiares temem pela saúde psicológica do adolescente. Segundo a mãe, Ana Cristina Pereira, 33, o filho recebeu alta na sexta-feira (8), está fisicamente bem, mas emocionalmente abalado.

“Ele não está conseguindo dormir sozinho depois do que aconteceu. A família toda está abalada. Temos receio de deixar ele sair sozinho. Não desejo para mãe nenhuma o que aconteceu com a gente”, relata.

Ana afirma que pretende transferir o filho para outra escola depois da agressão sofrida pelo estudante. “Não tem condições nenhuma dele ficar aqui. Que segurança eu vou ter sabendo que pode acontecer novamente?”, questiona.

Contraponto da escola

Apesar de os familiares e estudantes afirmarem que o acidente “não foi uma brincadeira”, o diretor da escola, Roberto Amaral, ressalta que a agressão não aconteceu por querer. “Foi um fato isolado. Foi uma brincadeira dessa gurizada. Estavam na hora do recreio correndo e brincando um atrás do outro. Não foi nada premeditado. Ninguém agrediu ninguém por querer. É uma coisa que acontece em tudo que é escola. Foi um fato triste, mas a gente conseguiu socorrer o menino.”

Em relação ao histórico de violência mencionado por alguns estudantes, o diretor afirma que não há outros registros de agressões dentro da escola. Após a situação, os dois adolescentes envolvidos no caso foram suspensos por dois dias.

“O que nós estamos fazendo é revezando entre os professores para circular no recreio e evitar esses tipos de brincadeiras”, afirma.

O que diz a Secretaria Estadual da Educação

Sobre a necessidade de novos monitores e supervisores nos turnos das escolas, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que foi autorizada, pelo governo do Estado, a contratação emergencial de mais 9 mil novos profissionais, entre professores e funcionários, para suprir a demanda ao longo do ano letivo de 2024.

As escolas estaduais também contam com equipes das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave+), que realizam ações de conscientização, prevenção e combate à violência por meio de atividades como palestras, dinâmicas, rodas de conversa, círculos da paz, entre outros.

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