Entre robôs, dispositivos de soluções de problemas, inteligência artificial e ideias que ultrapassam as salas de aula, os jovens pesquisadores que participam da 38ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) dão um verdadeiro show de criatividade.
A feira, que é organizada pela Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, ocorre até quinta-feira (26) na Fenac, em Novo Hamburgo, e reúne projetos de 22 estados brasileiros e 15 países.
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Com o objetivo de incentivar a pesquisa e a ciência, o evento, que é o maior de iniciação científica da América Latina, é uma grande vitrine para estudantes mostrarem o caminho de seus trabalhos até chegarem ao objetivo final: contribuir para o desenvolvimento e o progresso tecnológico da sociedade.
Ao percorrer os estandes com trabalhos e os espaços que a feira oferece, o visitante é convidado a entrar em um universo de conhecimento e inovação, que, somados à tecnologia, solucionam problemas reais. É o caso do projeto do estudante Carlos Santos, de 15 anos, que veio do Amapá para apresentar o Reciclobot, um robô de monitoramento ambiental, de baixo custo e auto suficiente, pois usa energia solar.
Feito com material que seria descartado, como tubos, o robô consegue captar, através de câmeras e sensores, a umidade do solo, identificar se há a presença de fumaças, e identificar o que acontece em áreas de preservação, por exemplo.
“Desenvolvemos o trabalho para a feira de ciências da escola, e queríamos que fosse um robô. E o problema se dá pela carência de monitoramento ambiental no Brasil, por conta dos altos custos”, explica o aluno do 1º ano do ensino médio.
Já os alunos do 2º ano do técnico em informática Vitória Santos, 16, Emanoelly Ferreira, 16, e Abelardo Ribeiro, 16, saíram do Mato Grosso do Sul para apresentar a importância da robótica no cotidiano das pessoas. O protótipo desenvolvido pelos estudantes serve para evidenciar o uso de robôs em transportes de cargas e atividades funcionais. Para que o robô funcione, ele precisa, basicamente, de uma placa arduino, pilhas e baterias.
“Programamos ele para seguir essa linha preta, mas é possível utilizar outros comandos. O objetivo é mostrar como esses dispositivos podem solucionar o desgaste ao carregar cargas, por exemplo. Ele tem uma funcionalidade muito grande. O exemplo mais recente que temos destes dispositivos são os aspiradores de pó robô”, explicam os jovens
Protótipo de produção de água
Já imaginou conseguir produzir água em casa? Esse é objetivo do projeto dos alunos de eletrotécnica da Escola Técnica Estadual Frederico Guilherme Schmidt, de São Leopoldo. Maria Eduarda Souza, 19, Thiago Guimarães, 19, e Gustavo Gerhardt, 20, desenvolveram o Iara: dispositivo de produção de água.
“É possível reduzir gastos e diminuir a escassez de locais que sofrem com o acesso à água”, explica Gerhardt.
Para produzir o protótipo, que utilizou lixo eletrônico, os estudantes gastaram, em média, R$ 227. Conforme os resultados do projeto, o dispositivo é capaz de diminuir 4,5% do consumo mensal de água de uma residência, além de produzir nove litros de água por dia. O dispositivo também tem um baixo valor na conta de luz.
Atividades interativas para os visitantes
Mas não são apenas projetos de pesquisa que o público encontra na Mostratec. Há uma programação recheada de atividades interativas e que estimulam o aprendizado virtual e imersivo, através de jogos de enigmas e ambientes inovadores.
No espaço EntreNós, por exemplo, os estudantes encontram o game Dinolândia, jogo virtual que ajuda os alunos do ensino fundamental a desenvolverem competências empreendedoras de uma maneira moderna e atrativa. Já os estudantes do ensino médio e técnico, contam com um ambiente coletivo e digital chamado EntreMundos, que oferece a estrutura de um Escape Room.
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Também na programação da feira, a equipe de robótica da Fundação Liberato organiza oficinas com estudantes do ensino fundamental. Na parte da manhã, os alunos realizam a montagem de robôs, para, à tarde, competirem no Desafio de Robótica: Batalha de Balões, em que as equipes disputam entre si na competição.
Quem também está participando da Mostratec com os robôs fabricados por ele mesmo é o técnico em mecânica Alex Fabiano Homirich, 58, que chama a atenção com as máquinas desenvolvidas através de materiais reutilizados, como rádios, pisca de moto, estabilizadores, fundo de televisão e rodinhas de carro de bebê. De acordo com Homirich, para desenvolver um robô ele leva menos de 2 meses, e basta ter criatividade e habilidade.