CIÊNCIA E TECNOLOGIA
MOSTRATEC: Potencial inovador de jovens em evidência na Fenac, em Novo Hamburgo
Mostra internacional vai até quinta-feira, com visitação das 13h30 às 21 horas; são quase 800 projetos expostos
Última atualização: 25/10/2023 08:19
Maior evento de iniciação científica da América Latina, a 38ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia da Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha (Mostratec) começou nesta terça-feira (24) e segue até quinta-feira (26), na Fenac, em Novo Hamburgo. A cerimônia de abertura aconteceu na tarde desta terça e contou com a presença de autoridades, professores e estudantes.
PROGRAMA LANÇADO NA MOSTRATEC QUER INSPIRAR PROFESSORES DO RS
Durante a abertura, o diretor-executivo Ramon Hans parabenizou os jovens pesquisadores por procurarem soluções através da ciência e educação e agradeceu aos voluntários e professores que são responsáveis por organizar a Mostratec. “Eles trazem aqui suas questões e precisam ser ouvidos. Com toda a certeza vamos trabalhar para isso”, disse. Hans ainda agradeceu aos participantes desta edição. “Obrigado por não desistirem de suas ideias, é por vocês que estamos aqui, e são vocês que dão show.”
Representando o governo do Estado, a secretária adjunta de Educação, Stefanie Eskereski, parabenizou por mais uma edição da Mostratec e pela representação que a feira tem no Rio Grande do Sul. “O Estado inteiro está celebrando a capacidade e potência da nossa gente”, disse.
Stefanie também destacou as oportunidades que a feira gera com outros Estados e países. “A Fundação Liberato é uma referência não só para dentro do Estado, mas como para fora. A Mostratec, organizada pela Liberato, representa todo esse potencial que o Estado tem, como catalisador da inovação, do pensamento científico, e de projetos que podem alcançar outras esferas que não apenas dentro da escola”.
Sebrae é co-realizador da Mostratec
O diretor-superintendente do Sebrae, André Godoy, falou sobre a parceria do Sebrae com a Liberato e a co-realização da feira. “A Mostratec estimula o saber, o conhecer, o fazer, e atitudes de protagonismo. E foi com esse olhar que o Sebrae viu na Mostratec uma oportunidade de contribuir com jovens pesquisadores. Queremos estimular uma cultura empreendedora.”
Quem também participou da cerimônia de abertura foi a prefeita de Novo Hamburgo, Fatima Daudt, que foi aluna da Liberato no ensino médio e mencionou a passagem pela escola. “Sabemos a dificuldade que a pesquisa enfrenta hoje. Eventos como esse valorizam a contribuição desses jovens e ajudam a desenvolver uma geração. Eu acredito na pesquisa e na ciência para melhorar a sociedade. Precisamos valorizar quem se dedica à pesquisa. O mundo precisa de pessoas como vocês”, evidenciou.
Mostra reúne soluções de todos os tipos
A Mostratec, que tem visitação das 13h30 às 21 horas, conta com a participação de pesquisadores de 15 países e 22 Estados brasileiros. São 785 projetos expostos, com as mais diversas soluções, inclusive, para situações que podem passar despercebidas pela maioria.
É o caso do dispositivo desenvolvido pelos alunos Henriques Backes, 21 anos, e Cainã Borges, 18, do 4º ano da Liberato. Pensado para crianças com transtorno do espectro autista (TEA), o protótipo substitui as sirenes das escolas. “O alarme causa desconforto para os alunos”, explica Borges.
A pesquisa seguiu com a ajuda de professores de uma escola de Sapiranga, que explicaram que o primeiro contato com a sirene gerava crises nos estudantes com autismo. Borges e Backes, então, desenvolveram um dispositivo, que ao invés do alarme convencional, emite uma música calma e programada para tocar nos mesmos horários da sirene.
Da Ucrânia para os pavilhões da Fenac
Pensando em ajudar vítimas de bombardeio, o ucraniano Bohdan Salenko, 17, está na Mostratec, representando a capital Kiev, com um dispositivo que consegue identificar fragmentos de bala no corpo humano. Através de um medidor de sinal, um microfone e uma bateria, o protótipo emite um som ao encontrar o fragmento, além de conseguir identificar o tamanho.
O projeto é portátil e pode ser utilizado em campos de batalha, além de ser útil em outras ocasiões, como explosões de gás, por exemplo. “Espero que o projeto salve vidas. Ele pode ajudar em outras situações, não somente na guerra”, explica o estudante.