Falar em público, apresentar ideias e se conectar com pessoas de diferentes culturas são algumas das oportunidades que a 38ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia da Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha (Mostratec), na Fenac, proporciona aos participantes.
Além disso, a feira, que terminou nesta quinta-feira (26), é capaz de abrir portas para os jovens pesquisadores, sejam com bolsas de estudo, passaporte para outras feiras, ou oportunidades no mercado de trabalho.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Nesta edição, o evento contou com a participação de 165 cidades e 675 escolas, além de 15 países e 22 estados brasileiros. A feira, que é a maior de iniciação científica da América Latina, estimula a ciência e o desenvolvimento de ideias inovadoras para a solução de problemas.
É um ganho para a sociedade e também para os estudantes, que são inseridos em um ambiente de troca de conhecimentos e de possibilidades para o futuro de cada um.
A Mostratec também oportuniza prêmios e incentivos educacionais, que, neste ano, estão sendo oferecidos por 30 organizações, estimados em mais de R$ 1 milhão. Entre as instituições que darão prêmios estão: Assembleia Legislativa/RS, Prefeitura de Novo Hamburgo, Marinha do Brasil, Universidade Feevale, Unisinos, Faccat, Ulbra, Universidade La Salle, Faculdades QI, Faculdade IENH, Killing, Sicredi, entre outros.
O evento também é uma oportunidade para empresas avaliarem as ideias dos estudantes e a articulação dos jovens enquanto apresentam, afinal, a feira possibilita o encontro de talentos e empresários que estão de olho em novos colaboradores.Milton Killing, CEO da Tintas Killing, é um dos incentivadores da pesquisa e admirador da Mostratec. Já são oito anos premiando o melhor trabalho da feira com o Prêmio Killing de Tecnologia, que leva pesquisadores, com todas as despesas pagas, para uma feira no exterior – neste ano, para a China. “A empresa, para crescer, ela precisa ter uma cultura inovadora. Incentivamos esses jovens, pois sabemos que vão fazer a diferença. E procuramos pessoas para vir trabalhar conosco que vejam o mundo de uma forma diferente”, destaca.
Killing, que fez questão de assistir os projetos apresentados nesta quinta-feira (26), diz estar impressionado com o que a Mostratec está mostrando para a comunidade. “Vemos aqui jovens socializando, conversando com pessoas de outros países, e é impressionante a genialidade desses estudantes. E as empresas têm que apoiar o trabalho deles para melhorar a nossa comunidade”, afirma.
Já Eduardo Lazzarotto, engenheiro e sócio proprietário da QSI Engenharia, visitou a feira em busca de novos talentos para a empresa que administra. “É incrível o potencial dos trabalhos. São jovens cheios de ideias, e é o que procuramos trazer para o nosso negócio”, diz. Durante a manhã, o empresário participou como avaliador das pesquisas, e à tarde circulou pelos estandes à procura de perfis que se encaixem com o negócio. “Dá para perceber o quanto são bem articulados e mostram que sabem sobre o assunto”, refere Lazzarotto.
Jovens pesquisadores de olho nas oportunidades
Conseguir uma bolsa de estudo em alguma universidade da região ou uma oportunidade de estágio é a expectativa dos alunos Henrique Martins, 19, e Henrique Rauf, 19, estudantes do 4º ano do curso de eletrônica. Os dois desenvolveram um dispositivo de música para pessoas com deficiência auditiva. “A Mostratec é uma porta de entrada para várias áreas. Buscamos alguma feira fora do país e também contato com empresas”, diz Martins. Os estudantes pretendem cursar engenharia da computação e já receberam a visita de universidades no estande. Agora, estão na expectativa de serem selecionados para alguma vaga.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Da Dinamarca para o Brasil, os estudantes Silas Zachariasen, 20, Mads Christensen, 20, Josefine Larsen, 20, se sentiram acolhidos pelos gaúchos.
“A Mostratec nos oportunizou novos contatos, conhecer novas culturas e forçou-nos a sair da zona de conforto. São experiências diferentes que não teríamos no nosso país”, afirmam. Os jovens dizem ter tido contato com projetos muito interessantes e que nunca tinham visto antes. O projeto desenvolvido pelo trio são luvas para pessoas com deficiência, que ajudam a segurar objetos, por exemplo.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Já o carioca Anderson Cortez, 18, comemora as conquistas que obteve através da pesquisa. De acordo com o estudante, o ensino técnico mudou a sua trajetória pessoal. “Eu me senti reconhecido para desenvolver minhas ideias. Nunca imaginei estar aqui. A Mostratec está oportunizando conversar com outros pesquisadores e ter a avaliação crítica dos avaliadores, que conseguem dar sugestões para a melhora do trabalho”, diz.
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Cortez, que pesquisa sobre a Inteligência Artificial aplicada à detecção de vazamentos em dutos e canos, já publicou quatro artigos científicos, inclusive em Londres. Para ele, a ciência e tecnologia proporcionaram aprendizados importantes e contato com pessoas que querem o mesmo que ele: auxiliar no desenvolvimento da sociedade.
Premiação ocorre nesta sexta-feira
Para finalizar a 38ª edição da Mostratec, os destaques, entre os 785 projetos apresentados, serão premiados nesta sexta-feira (27), no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, a partir das 20 horas.
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