JOVENS PESQUISADORES

Mostratec-Liberato destaca soluções para enchentes

Feira reúne projetos de jovens que oferecem ideias práticas e inovadoras para problemas do cotidiano

Publicado em: 24/10/2024 14:40
Última atualização: 24/10/2024 14:40

A 39ª Mostratec-Liberato, que começou na terça-feira (22), tem seu último dia de visitação nesta quinta-feira (24) nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo. A feira é uma vitrine de projetos inovadores de estudantes do ensino fundamental, médio e da educação infantil, abordando soluções para diversos problemas sociais e ambientais.


Mostratec-Liberato registra bom público na Fenac desde terça-feira Foto: Letícia Breda/GES-Especial

Um dos temas discutidos neste ano é a questão das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio. Entre os projetos expostos, o "Watersafe", desenvolvido por estudantes do Centro Municipal de Educação Érico Veríssimo, em Sapiranga, chamou a atenção. Maria Trott, 15, e Kayron Sanches, 14, criaram um sistema de monitoramento e alerta para enchentes, utilizando protótipos que rastreiam o volume de chuvas e emitem alertas em tempo real via aplicativo.

“O projeto começou em março, mas ganhou ainda mais relevância após as cheias, mostrando a urgência de soluções para desastres socioambientais”, conta Kayron. O sistema visa prevenir danos ao permitir a evacuação de áreas de risco antes de situações críticas.


Estudantes de Sapiranga desenvolveram protótipos para medir volume da chuva Foto: Letícia Breda/GES-Especial

A professora Vanderlize Lima, orientadora do projeto, destaca o impacto transformador dessas pesquisas sobre o comportamento das pessoas. “Os alunos envolvidos desenvolvem uma consciência maior sobre o meio ambiente e as mudanças climáticas”, afirma.

Soluções para a agricultura familiar

De Santo Antônio da Patrulha, as estudantes Eduarda Corrêa, 16, e Thalini Silva, 17, da Escola Estadual de Ensino Médio Patrulhense, focaram seus esforços em propostas para a recuperação da agricultura familiar, também gravemente afetada pelas enchentes. O projeto sugere técnicas sustentáveis de manejo para recuperar a fertilidade do solo, um problema comum nas áreas rurais atingidas.


Jovens apresentam soluções para agricultores afetados pela cheia Foto: Letícia Breda/GES-Especial

“Nós vivemos no interior e nossas famílias são da agricultura. A enchente destruiu muitas plantações, e isso afetou muito a vida no campo”, explica Thalini. Durante uma visita a uma propriedade rural em Morro Grande, as pesquisadoras puderam observar de perto os prejuízos sofridos pelos agricultores, reforçando a importância de soluções rápidas e eficazes.

Os impactos emocionais das enchentes

Outro projeto que trouxe reflexões importantes para a feira foi o documentário produzido pelas estudantes Isabelle Santos, 14, Lara Nunes, 14, e Larissa Nickhorn, 15, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Monteiro Lobato, de Canoas. As três jovens, que enfrentaram a difícil realidade de evacuar suas casas durante as enchentes, criaram um produto audiovisual que aborda o comportamento humano em catástrofes.


Fotografias atingidas pela enchente são destaque em estande que debate comportamento humano em catástrofes Foto: Letícia Breda/GES-Especial

“Nós vimos que muitas pessoas se voluntariaram para ajudar durante a enchente, mas também houve casos de pessoas que se aproveitaram da vulnerabilidade alheia para cometer crimes”, conta Isabelle. O projeto busca promover uma maior conscientização sobre o impacto psicológico e social dos desastres climáticos.

Incentivo à pesquisa começa na educação infantil

O despertar da curiosidade científica pode ser mais eficaz quando incentivado desde a educação infantil. Na Mostratec-Liberato, um destaque especial vai para os pequenos pesquisadores, que, apesar da pouca idade, já demonstram uma impressionante aptidão para o mundo da ciência.


Abelhinhas animam espaço da educação infantil com ciência Foto: Letícia Breda/GES-Especial

Um exemplo vem dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Judite Duarte de Oliveira, que viajaram mais de 270 quilômetros de Criciúma até Novo Hamburgo para apresentarem seus projetos. Com idades entre 5 e 7 anos, as crianças trouxeram dois temas para os estandes da feira: a criação de abelhas e os contaminantes do morango.


Vestidas de morangos, pequenas pesquisadoras falam sobre a contaminação da fruta Foto: Letícia Breda/GES-Especial

Vestidos a caráter para ambas as apresentações, os pequenos impressionaram pela desenvoltura e improviso ao explicar suas pesquisas. “Eles estão muito animados, e esse tipo de evento desperta ainda mais a curiosidade deles pela pesquisa. É uma experiência que certamente os formará como bons alunos e futuros pesquisadores”, reflete a professora Ana Marques.

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