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MEDO E PREVENÇÃO

CATÁSTROFE NO RS: Moradores de Novo Hamburgo fazem mudanças antes da enchente invadir casas

Loteamento Integração, em Lomba Grande, costuma ser um dos locais mais atingidos

Dário Gonçalves
Publicado em: 01/05/2024 às 19h:08 Última atualização: 01/05/2024 às 19h:44
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O feriado de 1º de maio, Dia do Trabalhador, foi literalmente de muito trabalho para moradores da Rua Alcido Osmar Klein, no Loteamento Integração, em Lomba Grande. Desde o início do dia, muitas pessoas precisaram empilhar móveis em reboques, carros e caminhões para levar a algum lugar que a água do Rio dos Sinos não chegue. A ação preventiva é resultado de seis enchentes enfrentadas somente no ano passado.

Moradores se unem para retirar os móveis de dentro de casa | abc+



Moradores se unem para retirar os móveis de dentro de casa

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Na propriedade do nº 160, há duas casas da mesma família, onde vivem 10 pessoas, sendo seis crianças. Os mais jovens são meninos gêmeos de dois anos. Entre os adultos, está Luis Bogler, 40, que está em tratamento de um câncer na garganta, e sua irmã, Rosa Bogler, 52, que é especial e, por isso também necessita de cuidados. Na residência ao lado, mora Leila Maria dos Anjos, 52 anos, sogra de Luis. Nesta quarta-feira, todos estiveram focados em colocar os móveis em um caminhão de mudanças e levar até à casa do sogro do rapaz.

“A água entra nas nossas duas casas, já perdemos tudo no ano passado e agora o que temos é de doação. Estamos tentando nos prevenir, tirar o que for possível, e levantar o que tiver que ficar. O guarda-roupa, que era novo, está praticamente caindo e agora, se for atingido novamente, com certeza vai desmanchar o resto”, conta Leila. “Além da água, há outro problema com essas enchentes. É o esgoto que vem tudo para cá e nos traz doenças, é algo que nos preocupa porque estou em tratamento oncológico e também temos crianças”, complementa Luis.



Na casa da frente, mora Delmar Schirmer. Aos 61 anos, depende de reciclagem para sobreviver e desde o ano passado vê seu trabalho sendo levado pela água. Morando sozinho, também passou o dia levantando o que foi possível sobre paletes, mas já sabendo que a água chegará em seu lar mais uma vez. “Eu ainda não sei o que vou fazer, para onde eu vou ir”, lamenta.



Para Marcelo Rael Alves, 34 anos, que teve a casa atingida pelas enchentes de 2023, foi necessário aproveitar as últimas horas de claridade no dia para colocar sofás e outros móveis sobre um reboque e tirar de dentro de casa.

Entre os moradores mais inconformados, estava Jones Pontes, de 38 anos. Com a casa sendo uma das primeiras a serem atingidas, a enchente já estava em sua residência na metade da tarde. “Alguém precisa fazer alguma coisa, olhar por nós. Tem criança aqui, sofrendo, tendo que sair de casa, perdendo as roupas. Olha a tristeza que é isso aqui, tem famílias que acabaram de mobiliar a casa depois de perder tudo, não tem nem o que comer. Só nos procuram na hora de pedir votos, mas quando isso acontece, estão lá no quentinho e nós aqui ensopados.



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