Moradores de um condomínio do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, denunciaram à reportagem o descarte irregular de roupas e sapatos que se formou em frente ao residencial, localizado próximo da Estação Santo Afonso. Há pelo menos um mês, segundo relatos, os itens estão sendo jogados na rua, próximos da calçada, no mesmo local de transbordo onde ficam os entulhos da enchente recolhidos.
Na tarde deste domingo (18), pelo menos seis pessoas, vindas de Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, foram até o local para buscar roupas e calçados para suas famílias, e até mesmo para vender. Elas ficaram sabendo através de um vídeo publicado no Tiktok, que denunciou o descarte irregular. A publicação já conta com mais de 5 milhões de visualizações.
Supostamente, os itens seriam de doações recebidas após a enchente que atingiu o Estado.Não há confirmação de quem começou a colocar roupas no local, mas a prática tem sido recorrente, já que muitas pessoas vão até lá para retirar os agasalhos. O espaço, apesar de ser um local de transbordo, conta com uma parte sem cercamento, o que possibilita o livre acesso das pessoas.
A moradora do bairro Scharlau, em São Leopoldo, Rosângela de Almeida, 58, conta que essa é a segunda vez que ela vai até o ponto para buscar roupas. “Eles seguiram descartando roupas aqui. Tem muitas roupas boas, inclusive com etiquetas. Eu busco, lavo, algumas fico para mim, outras doo e até aproveito para vender”, afirma.
“Vão dizer que o gaúcho é mal-agradecido e que estão colocando fora as doações, mas não é, tem muita gente precisando, não sei porque estão fazendo isso”, reclama Rosângela.
Já Ilda Fontella, moradora do bairro Kephas, em Novo Hamburgo, ficou sabendo do descarte das roupas pela filha, que mora no bairro Santo Afonso. “Eu tenho um brechó lá no bairro. Vou lavar essas roupas, passar e vender”, comenta.
Os moradores do bairro estão incomodados com o lixão a céu aberto que se formou em frente ao condomínio e pedem soluções. “Não tem condições de isso estar no meio da cidade. É muito lixo. O lixo está vindo para a rua. Está cada vez pior e perigoso de ficar alguém ali dentro”, reclama Naiane Ribeiro.
A reportagem fez contato com a Prefeitura de Novo Hamburgo e questionou o que a Administração Municipal pensa em fazer em relação ao local. O espaço está aberto para manifestação.
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