Lidar com o fim de um casamento costuma ser considerado triste e difícil, mas a atriz Mônica Martelli aposta na comédia para tratar do tema de forma mais leve e ainda propor reflexões importantes a respeito do papel e das pressões sobre as mulheres.
Este é o enredo da peça “Minha Vida em Marte”, monólogo escrito e protagonizado por Mônica e que estará em Novo Hamburgo, no Teatro Feevale, nesta quinta-feira (27). A cidade gaúcha já recebeu o espetáculo no ano passado.
Foto: Rodrigo Peixoto/Divulgação
No palco, a atriz retoma a saga de Fernanda, personagem criada por ela em 2005, que se vê às voltas com um relacionamento de oito anos, desgastado e que ruma para o fim.
A história é contada de forma divertida, mas tem como pano de fundo reflexões profundas sobre relacionamentos. “A rotina de um casamento é praticamente incompatível com a ideia de amor romântico que vendem para a gente”, dispara a atriz, que conversou com a reportagem por telefone na véspera da apresentação.
Aos 55 anos, ela reflete sobre o choque entre o contexto no qual ela cresceu e a realidade de 2023. “Eu sou de uma geração em que a mulher, para ser feliz, tinha que realizar esse amor romântico. A gente sempre soube que esse ‘felizes para sempre’ nunca existiu, mas, mesmo assim, a gente tem uma ideia de amor romântico que atrapalha muito nas relações.”
A personagem Fernanda apareceu nos palcos pela primeira vez na peça “Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou”, de 2005. A história da mulher em busca de um amor conquistou o público e virou até filme.
Na nova versão, Fernanda se depara com os desafios que vem depois do “final feliz” dos filmes e histórias românticas. E ali percebe que a carga do relacionamento se torna apenas mais uma em meio a tantas outras cobranças das quais as mulheres precisam dar conta.
“Em cima da mulher, existe uma cobrança de ela ser bem sucedida em uma relação. Em cima da mulher, existe uma cobrança de ela ser bonita, jovem e bem casada”, avalia Mônica, lembrando que, no meio disso tudo, cabe também às mulheres serem as responsáveis por tentar salvar o casamento e carregar a carga de cuidar da casa.
Mas todas essas reflexões são feitas com humor, algo natural na vida da artista. “Você não consegue ensinar uma pessoa a ser engraçada. A graça, o humor, é um timing. Você pode pegar uma mesma cena e ver ela como trágica ou cômica”, conclui a artista, que sempre optou pelo humor na hora da interpretação.
Serviço
- O quê: Minha Vida em Marte, de Mônica Martelli
- Quando: 27 de julho, às 21 horas
- Onde: Teatro Feevale (Universidade Feevale, RS-239, 2.755, Campus 2, Novo Hamburgo)
Ingressos
- Plateia alta: 70 reais meia-entrada e 140 reais inteira
- Plateia baixa: 80 reais meia-entrada e 160 reais inteira
Pontos de venda:
- Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência): Teatro Feevale, na Universidade Feevale, RS-239, 2.755, Campus 2. Horário de funcionamento: de segundas a sextas-feiras, das 13 às 17 horas
- Blueticket (com taxa de conveniência)
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