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DENGUE

Veja o mapa que mostra onde há a maior concentração dos casos de dengue em Novo Hamburgo

Município contabiliza mais de 4,6 mil casos e cinco mortes pela doença

Laura Rolim
Publicado em: 02/04/2024 às 06h:30 Última atualização: 01/04/2024 às 23h:41
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Mesmo após os inúmeros alertas e as medidas adotadas pelas autoridades de saúde, os casos de dengue seguem avançando no Estado. O Rio Grande do Sul já contabiliza 47 mortes pela doença. Em Novo Hamburgo, até a tarde desta segunda-feira (1), mais de 4,6 mil casos já tinham sido confirmados, segundo o Painel de Casos. Além disso, a cidade contabiliza 5 mortes por dengue em 2024. A cidade decretou situação de emergência no dia 4 de março. E o mês de abril chega com a promessa de atigir o pico de casos, conforme indica a Secretaria Municipal de Saúde.

Aplicação de inseticida é uma das estratégias da secretaria | abc+



Aplicação de inseticida é uma das estratégias da secretaria

Foto: José Renato Oliveira/PMNH

No mapa de casos de dengue da Prefeitura de Novo Hamburgo (veja a seguir), é possível observar a evolução da doença por todas as localidades. Se na semana epidemiológica 7, que corresponde a semana entre os dias 11 de fevereiro e 17 de fevereiro, somente a Vila Diehl apresentava mais de 13 casos, na semana epidemiológica 13, correspondente a semana entre os dias 24 e 30 de março, mais de 16 bairros registraram ficaram acima deste número.

O mapa ainda mostra que a grande maioria dos casos de Novo Hamburgo estão concentrados nos limites de cidades vizinhas, em cinco bairros: Vila Diehl e São José, ao norte; Canudos, no leste; Boa Saúde, no oeste; e Santo Afonso, no sul.

Dengue em Novo Hamburgo | abc+



Dengue em Novo Hamburgo

Foto: Arte Alan Machado/GES

Reação contra o mosquito

Conforme o levantamento, é possível observar que todos os bairros de Novo Hamburgo possuem pessoas contaminadas pela dengue. O secretário Municipal de Saúde, Marcelo Reidel, explica as estratégias adotadas e intensificadas para prevenir novos casos e tentar conter a proliferação da doença.

“Estamos observando um movimento no mapa. Nas primeiras semanas tínhamos manchas na parte superior, bem na parte das divisas, e essas áreas estão adentrando dentro do território do município. Falamos muito da importância dessa parceria com outros municípios. As ações precisam e devem ser pensadas em conjunto, pois o mosquito não tem limite, ele vai transitar”, defende Reidel.

Ele destaca que, desde o primeiro caso confirmado no município, é feita uma ação de bloqueio vetorial, que consiste na aplicação de inseticida em um raio de 200 metros da área do caso positivo. As inspeções domiciliares e coleta de resíduos descartados irregularmente também são feitas diuturnamente. Conforme a Prefeitura, semanalmente, são recolhidos cerca de 25 caçambas de entulhos.

“Estamos intensificando as medidas já existentes. Uma situação que está muito clara, é que, podemos acabar num dia com depósito de resíduos, e, no dia seguinte, ele vai estar lá novamente. Precisaria, nesse momento, mais conscientização das pessoas”, ressalta.

A projeção, conforme observa Reidel, é que o mês de abril atinja o pico de casos, para depois disso, haver uma estabilização na curva e, então, começar a cair. “Sem dúvidas, a dengue veio para ficar no nosso Estado”, diz, ao analisar o número de casos em 2022. “Naquele ano, rompemos a marca dos mil casos. A dengue era uma coisa nova, difícil de se habituar, foi quando fizemos uma série de qualificações com todos os profissionais”, relembra.

Melhora na estrutura de saúde

Para dar conta dos casos de dengue, uma das primeiras ações da Secretaria de Saúde foi colocar as 25 unidades de atenção básica para fazer o monitoramento, testagem e hidratação dos casos de dengue. “Criamos um ponto de hidratação junto à unidade do bairro Kephas, onde as pessoas recebem soro”, explica.

Também há um ponto de hidratação na UPA Canudos, com funcionamento até as 20 horas, e outra na UBS Santo Afonso. Reidel adianta que ainda nesta semana a Secretaria irá disponibilizar mais um atendimento para pessoas com suspeita de dengue. Será mais um ponto de hidratação, que funcionará 24 horas, na UPA Centro. “O espaço vai servir de suporte para todas as nossas unidades, recebendo pacientes mais agravados para utilizar esse atendimento”, afirma.

Também foi feito um aumento na estrutura das UPAs de acordo com a procura da população – já que há superlotação de casos de dengue e outras doenças respiratórias. Por exemplo, em alguns dias da semana, há quatro médicos clínicos atendendo, ao invés de dois.

A secretaria de saúde também observa que os atendimentos de consultas médicas aumentaram em 80%, ao comparar com outros anos no mesmo período. Desse número, 40% são casos de dengue. Por isso, para conseguir atender a todos, a Secretaria também realizou uma troca de poltronas e macas por cadeiras, assim consegue acomodar um maior número de pessoas para receber o atendimento.

Desde a metade do mês de março, as UBSs Canudos (Rua Sílvio Gilberto Christmann, nº 1451) e Santo Afonso (Rua Assunción, 85) também passaram a abrir nos finais de semana exclusivamente para atendimento de casos suspeitos de dengue, das 8 às 17 horas. A UBS fica na Rua Sílvio Gilberto Christmann, nº 1451. A Secretaria enfatiza que o atendimento pediátrico aos finais de semana, mesmo que suspeito de dengue, segue sendo realizado nas UPAs Centro e Canudos, como sempre ocorre.

Como é feito o atendimento nas unidades

Conforme explica Reidel, o paciente que chega para ser atendido em uma das unidades de saúde pública passa pela triagem, pelo atendimento médico e pela testagem (que é definida pelo profissional). Desde 2022, a secretaria de saúde disponibiliza testes rápidos, que facilitam no diagnóstico. Na maioria dos casos, o paciente é encaminhado para a hidratação. Atualmente, o tempo de atendimento, para quadros leves, é de 5 a 6 horas.

Para ele, a população tem procurado as unidades a tempo dos quadros não se agravarem. Nesta segunda-feira (1), nove pacientes permaneciam internados no Hospital Municipal de Novo Hamburgo com dengue, conforme a Secretaria de Saúde.

Como ajudar a diminuir os focos do mosquito

A ajuda da população é primordial para diminuir os casos de dengue no município. Reidel orienta para quem está com sintomas de dengue ou não, que faça a inspeção da residência, no pátio e internamente, uma vez por semana.

“Mesmo a gente fazendo as inspeções dos imóveis, precisamos que a população faça esse trabalho semanalmente. Plantas aquáticas, por exemplo, são propícias para armazenar o mosquito. Os ovos dos mosquitos duram mais de 400 dias. Se aquele potinho de flor estiver com os ovos, quando for depositado água e uma temperatura propícia, os ovos vão eclodir. afirma.

O que fazer ao apresentar sintomas

Reidel destaca a importância da população procurar atendimento médico se apresentar qualquer sintoma da doença já no primeiro dia. “Procura uma unidade básica mais próxima da sua casa. É importantíssimo iniciar o tratamento adequado no momento oportuno. Caso o paciente espere, pode chegar desidratado”, alerta. O teste, segundo ele, é complementar à conduta médica. O principal é iniciar o tratamento.

Conforme ele recomenda, é preciso ingerir muita água e não fazer uso de anti-inflamatórios. “Para dengue, hoje, em 99% das indicações, o paciente utiliza analgésicos e antitérmicos. Qualquer medicamento que possa ter anti inflamatório, não pode ser utilizado, a não ser que tenha uma instrução médica para isso”, indica Reidel.

Fique atento aos sintomas de dengue

Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias
Dor retro-orbital (atrás dos olhos)
Dor de cabeça
Dor no corpo
Dor nas articulações
Mal-estar geral
Náusea
Vômito
Diarreia
Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira

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