Em uma reunião realizada na sede do Sindicato dos Sapateiros, mulheres à frente de sindicatos e entidades representativas compartilharam suas experiências e perspectivas sobre a luta pela igualdade de gênero em espaços de poder.
Entre elas estavam Maria Cristina Mendes, Presidenta do Sindicato dos Comerciários de Novo Hamburgo e Região, Maria Elisabete Machado da Silva, Presidenta do Sindicáveis do Vale dos Sinos, Luciana Martins, Presidenta do SINDPROFNH – Sindicato das Professoras e Professores Municipais de Novo Hamburgo e Jaqueline Erthal, presidenta do Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de Novo Hamburgo.
Desafios cotidianos
Era de senso comum entre as entrevistadas, que os maiores impasses enfrentados pelas mulheres na atualidade são a invisibilidade do trabalho, a exaustão proporcionada pela dupla jornada, em casa e na empresa, bem como casos frequentes de assédio no ambiente de laboral.
Na opinião destas lideranças femininas, o machismo é estrutural, ou seja, faz parte do sistema na qual as mulheres vivem, e deve ser combatido por meio de políticas públicas e educação, não apenas com a conscientização do indivíduo. Segundo Luciana Martins, “o machismo deve ser combatido com políticas públicas e educação”.
Para Crislaine Carneiro, Presidenta do Sintrate RS, é essencial que os homens adotem uma postura empática durante todo o ano, não apenas no Dia Internacional da Mulher. Ela ressalta: “É uma responsabilidade muito grande representar tantas mulheres trabalhadoras”.
O combate ao assédio e à discriminação
Todas elas compartilharam experiências de assédio e discriminação no ambiente de trabalho. Jaqueline Erthal, afirmou que “muitas mulheres chegam até o sindicato com problemas de depressão devido ao assédio moral e sexual”.
Maria Elisabete Machado da Silva destacou a importância de orientar e apoiar as mulheres trabalhadoras: “É um trabalho formiguinha que fazemos para orientá-las sobre essas situações que enfrentam no dia a dia”.
O Impacto econômico da violência
Maria Cristina Mendes trouxe à tona o impacto econômico da violência contra as mulheres no ambiente de trabalho. Ela ressaltou que “a violência doméstica e o assédio geram um prejuízo econômico para toda a sociedade. Quando essa mulher adoece, precisa buscar o CAPS, muitas vezes fica incapacitada de trabalhar, e isso prejudica a todos”.
Perspectivas para o futuro
As líderes sindicais concordaram ser necessário promover uma cultura de respeito e igualdade nos locais de trabalho. Maria Elisabete enfatizou: “Os homens precisam se colocar no lugar das mulheres e tratá-las com respeito e igualdade”.
Luciana Martins acrescentou que a conscientização e a educação são fundamentais para promover mudanças significativas. Ela concluiu: “É hora de romper com o machismo e construir um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo para todas”.
Como mulheres que acolhem casos de abuso em fábricas, comércios e escolas, elas destacam que os homens precisam, mais do que celebrar a data do dia 8 de março, ter uma posição de empatia para com as mulheres ao longo de todo ano. Ou seja, uma relação de igualdade e respeito.
Mãos levantadas
Quando questionadas, se alguma das entrevistadas já havia sofrido assédio ou misoginia no ambiente de trabalho, todas levantaram a mão. Isso mostra como essas questões são tão presentes na sociedade e a necessidade de mudanças.
As líderes sindicais deixaram uma mensagem clara: é fundamental promover um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e igualitário para todas as pessoas.
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