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NOVO HAMBURGO

Lar São Vicente de Paula completa 30 anos de acolhimento a idosos e cerca de 300 pessoas atendidas

Espaço é destinado a pessoas acima de 60 anos, em situação de vulnerabilidade social e que necessitam de cuidados profissionais

Laura Rolim
Publicado em: 16/07/2024 às 21h:14
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O acolhimento e o carinho que os idosos do Lar São Vicente de Paula, em Novo Hamburgo, recebem da equipe que trabalha no local é o que faz eles se sentirem amados. O segredo está no cuidado que cada funcionário e voluntário tem com cada um dos “vôs” e “vós” – como são chamados – residentes do Lar, que comemora 30 anos de inauguração no dia 30 de julho.

 Lar São Vicente de Paula celebra 30 anos | abc+



Lar São Vicente de Paula celebra 30 anos

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Durante essas três décadas de história, já foram cerca de 300 pessoas atendidas. Atualmente, 44 idosos vivem no Lar, sendo que três estão aguardando consulta médica para entrar. A capacidade total do espaço é de 49 pessoas.

Desde que o Lar São Vicente de Paula foi inaugurado em Novo Hamburgo, o objetivo era proporcionar um espaço de acolhimento a idosos com menor condição financeira. Hoje em dia, o espaço tem por finalidade o atendimento a pessoas acima de 60 anos, em situação de vulnerabilidade social, que pelas situações de fragilidade oriundas do processo natural de envelhecimento, necessitam de cuidados profissionais para a manutenção de sua qualidade de vida.

Além disso, o Lar é gerido por uma diretoria voluntária, e conta com 38 funcionários, que oferecem serviços médicos, psicológicos, nutricionais, recreacionais e de enfermagem. A entidade se mantém basicamente de doações e voluntariado, uma vez que o valor deixado mensalmente pelos idosos (70% do seu benefício previdenciário) é insuficiente para cobrir todas as despesas mensais da Instituição.

Segundo o presidente Leonício Fonseca, 57 anos, o apoio da comunidade é fundamental para o funcionamento do Lar São Vicente de Paula. “Temos muitos grupos e pessoas que destinam valores para nos ajudar. Sempre que pedimos doação de algo, prontamente a comunidade nos auxilia”, afirma.

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Fonseca destaca que desde 2016 a entidade vem vivendo uma mudança radical, a partir da entrada da nova diretoria. “Tivemos mudanças nas contratações, novas ideias e projetos que tornaram o Lar muito melhor. São vários movimentos que foram feitos sempre pensando nos idosos que estão aqui”, explica o presidente.

Conforme conta, a aproximação de Fonseca com o lar começou há 22 anos, quando o pai dele residia na entidade. “Ele viveu 14 anos aqui muito bem cuidado. Por gratidão por tudo que o lar ofereceu para nós, que eu e minha esposa quisemos ajudar. Esse lugar é um sonho. É um orgulho estarmos completando 30 anos e ver que as pessoas acreditam nesse trabalho”, completa o presidente.

A coordenadora do Lar e assistente social, Kamile Sauthier, comenta que um dos lemas que ela e a equipe seguem é de sempre pensar em primeiro lugar nos “vôs e vós”. Segundo ela, são três os pilares fundamentais que fazem com que a entidade seja tão respeitada pela comunidade durante esses 30 anos.

“Uma delas é estar atenta à legislação. Conhecer as leis que regem e do que podemos buscar recursos foi fundamental. O segundo é a participação da comunidade, pois temos um grupo de voluntários e rede de apoio que podemos contar. E o terceiro é a transparência. Nós prestamos contas para os órgãos e para todos os doadores”, explica Kamile.

A coordenadora lembra de quando recebeu o convite para trabalhar na capacitação de recursos do lar há quatro anos. “O nosso trabalho aqui é voltado ao fortalecimento de vínculo dos idosos. Muitas vezes as pessoas imaginam que o lar é sinônimo de abandono, negligência, mas não, aqui eles vivem harmoniosamente e recebem cuidado. Estamos aqui para dar qualidade de vida a eles, promover ações, acolher, e também respeitar a história dele, pois sabemos que cada um viveu coisas fora daqui”, pontua.

Carinho é reconhecido pelos vovôs e vovós

Um destes exemplos de qualidade de vida é o do aposentado Antônio Rosa de Oliveira, que no auge dos seus 87 anos esbanja saúde e alegria. A sua atividade favorita é andar de bicicleta no pátio do Lar. “Desde guri, desde os meus 10 anos, que eu adoro andar de bicicleta. Quando dá uns minutos de tempo bom eu já saio com a minha bicicleta para dar uma volta”, conta.

Antônio Rosa de Oliveira | abc+



Antônio Rosa de Oliveira

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

No dia 20 de julho ele vai completar um ano de residência na entidade. A última profissão dele foi de funcionário público em Gravataí, onde fazia serviço de rua. Solteiro, sem filhos ou netos, Oliveira comenta que lê o Jornal NH todos os dias. “Estou ótimo aqui. Às vezes vem o pessoal fazer jogo de bingo aqui e eu gosto muito. Mas meu esporte preferido é a bicicleta”, reforça. Além dele, a irmã mais velha, Teresinha Rosa Scherer, 88 anos, também reside no lar.

Quem também se sente em casa na instituição é Jussara Maria Rolsbar, 78 anos. Para ingressar no Lar, há mais de um ano, ela conta que precisou convencer os filhos gêmeos para aceitarem a opção da mãe. “Aqui é o meu céu. Eu me sinto bem aqui. Todos são muito carinhosos. Aqui é maravilhoso. Temos tanta atividade que não dá nem tempo de sentir saudades dos filhos”, assume a idosa.

Questionada sobre o que mais gosta de fazer, ela prontamente respondeu “Eu gosto muito de cantar”. Jussara cantou por dois anos no coral da Catedral São Luiz Gonzaga e o marido por 30 anos. “Eu participo de tudo que oferecem, principalmente o canto”, afirma. Um dos sonhos da aposentada é ser avó. “Todo mundo me chama de vó e eu não sou”, brinca.

Antônio Rosa de Oliveira, 87, e Jussara Maria Rolsbar, 78 anos | abc+



Antônio Rosa de Oliveira, 87, e Jussara Maria Rolsbar, 78 anos

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Há pouco tempo como residente do Lar São Vicente de Paula, a aposentada Beatriz Fagundes, 82, conta que a entrada na instituição se deu após a enchente, quando perdeu tudo no bairro Santo Afonso e precisou ir para o abrigo da Fenac. “Eu tive que vir para cá. Meus filhos trabalham e não podiam cuidar. No começo foi difícil, pois queria minha casa de volta. Agora eu estou muito bem. Estou contente e feliz. A gente vai se acostumando, e todo mundo aqui nos cuida muito bem”, garante.

Beatriz Fagundes, 82 | abc+



Beatriz Fagundes, 82

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Uma das responsáveis por atender os idosos é a cuidadora Paola Lemes dos Santos, que há três anos trabalha no Lar. Segundo a técnica de enfermagem, que nunca tinha trabalhado nessa área, o gosto pela profissão surgiu através do cuidado com os residentes. “É a segunda casa da gente. Foi aqui que me deu o gosto de estudar enfermagem. A maioria deles não tem familiar, e a gente acaba sendo filha, neta. Temos uma troca de carinho e amor muito grande. Eles gostam de contar histórias e que a gente escute”, menciona.

Como ajudar?

Além dos eventos promovidos pelo Lar São Vicente de Paula, que podem ser conferidos através das redes sociais, doações podem ser realizadas pelo site.

Confira o depoimento dos idosos



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