abc+

Inovação e tecnologia

Inovamundi abre com palestra sobre desastres climáticos e a ciência como ferramenta de resiliência

Evento conta com mais de 1.300 projetos de pesquisa e extensão e segue até dia 14 de novembro

Dário Gonçalves
Publicado em: 07/11/2024 às 16h:13
Publicidade

O Inovamundi, um dos maiores eventos de pesquisa do Estado, iniciou sua 16ª edição na noite de quarta-feira (6), com uma palestra do professor e pesquisador do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, Fernando Mainardi Fan, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. Com o tema “Desastre climáticos de 2024 no RS: a ciência no passado, presente e futuro”, o pesquisador falou sobre o desastre ocorrido em maio, e como sociedade e governo devem atuar para mitigar catástrofes futuras.

Fernando Mainardi Fan palestrou sobre o passado, presente e futuro dos desastres climáticos | abc+



Fernando Mainardi Fan palestrou sobre o passado, presente e futuro dos desastres climáticos

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

A abertura do evento contou com a presença do reitor da Feevale, José Paulo da Rosa, que ressaltou a importância do Inovamundi para a promoção da pesquisa científica e da troca de conhecimento. “Este evento se consolidou como um dos maiores do Estado, apresentando mais de 1.300 projetos de pesquisa e extensão, envolvendo estudantes de diferentes níveis acadêmicos. Este ano, o tema da palestra de abertura tem tudo a ver com o momento que estamos vivendo, onde as mudanças climáticas são cada vez mais evidentes, e a ciência precisa fornecer dados concretos para definir estratégias de ação”, afirmou o reitor.

O Pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Feevale, Fernando Spilki, também destacou o papel central do evento para a universidade, afirmando que o Inovamundi não apenas celebra a produção científica, mas também promove a reflexão sobre a importância do conhecimento na formação dos alunos. “A vivência acadêmica, com envolvimento em pesquisa e extensão, prepara nossos alunos para compreender o mundo e contribuir de forma significativa para a sociedade”, disse Spilki, destacando ainda a relevância do intercâmbio de conhecimentos entre diferentes instituições acadêmicas. “A pesquisa não é feita isoladamente, e a colaboração entre universidades é essencial para que possamos enfrentar os desafios globais, como as mudanças climáticas.”



Entendendo o passado para pensar no futuro

A palestra de Fernando Fan, dividiu-se em três momentos: passado, presente e futuro. A partir da análise dos desastres climáticos mais recentes, as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em 2023 e 2024, Fan iniciou sua fala relembrando a maior catástrofe climática enfrentada no estado, destacando as chuvas recordes e o aumento da velocidade dos rios.

Segundo ele, os dados sobre o volume de chuva e a magnitude das inundações são alarmantes, com registros superiores aos desastres anteriores, como o histórico evento de 1941, e mais recentemente, as enchentes de 2023, ao ponto que 2024 superou todos os limites. “O fenômeno natural, como a chuva e as enchentes, vai se repetir, mas a questão está na exposição das pessoas. Quando um evento não atinge ninguém, ele não é considerado um desastre”, explicou Fan, sugerindo que a vulnerabilidade das populações é o verdadeiro fator a ser combatido.

Ao falar do presente, o professor destacou a contribuição da ciência para a resiliência e adaptação da sociedade aos desastres climáticos. “A ciência tem se mostrado fundamental para prever e mitigar os efeitos desses desastres. Estamos usando dados para compreender os riscos e adaptar nossas cidades e comunidades a essa nova realidade”, disse, explicando que a ciência tem sido crucial na elaboração de mapas, previsões climáticas e estratégias de adaptação para as populações afetadas.



Contudo, foi no futuro que Fan concentrou sua mensagem. Ele alertou para a necessidade urgente de um planejamento estratégico e ações concretas para evitar os impactos de futuros desastres climáticos. “Embora os desastres naturais sejam inevitáveis, a adaptação é possível. Devemos focar em reduzir a exposição das pessoas aos riscos, fazendo com que as áreas mais vulneráveis sejam desocupadas e desenvolvendo infraestrutura mais resiliente”, destacou o professor.

Para ele, a ciência deve caminhar lado a lado com as políticas públicas e com a conscientização social para garantir um futuro mais seguro. “Precisamos pensar de forma macro, não apenas como cientistas, mas como sociedade e governos. O grande medo é que eventos como esses se repitam, e temos que nos preparar para que isso não aconteça”, concluiu.



Sobre o Inovamundi

O Inovamundi, que acontece de 6 a 14 de novembro, é composto pela Feira de Iniciação à Pesquisa (FIP), Feira de Iniciação Científica (FIC), Salão de Extensão (SE) e Seminário de Pós-Graduação (SPG). Organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (Proppex), o evento é direcionado a estudantes, professores e comunidade em geral com o objetivo de estimular a produção, divulgação e a discussão dos conhecimentos científicos, tecnológicos e sociais desenvolvidos no contexto universitário e na educação básica.

Além de pesquisas da Feevale, as 1.075 apresentações científicas envolvem diversas instituições gaúchas, de outros estados e também dos Estados Unidos, Itália, México, Portugal, Colômbia e Peru. Saiba mais em feevale.br/inovamundi.

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade