Um ato de solidariedade resultou em um incêndio com perda total de bens e que quase custou a vida de três adultos e um adolescente. O fogo que consumiu a residência localizada na Rua Bartolomeu de Gusmão, em Novo Hamburgo, na noite de sábado (23), foi iniciado por um senhor que morava de favor na casa da família Silva.
A proprietária do imóvel, que já não existe mais, Maria Bernadete da Silva, 72 anos, morava na casa com os dois filhos, Marcelo e Márcio. No sábado (23), o neto Gabriel, de 14 anos, também dormia por lá. Segundo Dete, como gosta de ser chamada e é conhecida no bairro, o incêndio foi criminoso e o ato foi cometido por quem ela ajudava há três meses.
Ela conta que por problemas de convivência e por uso excessivo de bebida por parte do inquilino pediu que ele deixasse o imóvel. Ele fingiu ter aceitado e pediu para buscar uns documentos. Por volta das 22 horas teria entrado na casa e cometido o crime.
“Ele jogou uísque, álcool que eu deixava na cozinha e acendeu um fósforo no quarto em que ele ficava. Foi tudo muito rápido. Só deu tempo da gente sair do jeito que estava mesmo”, lembra dona Dete, que é autônoma.
A família conhecia o inquilino há mais tempo e foi pega de surpresa com a crueldade.
“Ele era morador de rua e minha mãe começou a ajudar ele. Ele já teve dinheiro de uma herança e ajudou um parente nosso no Rio de Janeiro, veio para a cidade e já estava sem nada, gastou tudo. Ajudamos ele também como forma de gratidão porque ele já ajudou alguém da nossa família. Mas, a gente não esperava que isso acontecesse”, conta o operador de injetora Marcelo Marcelino da Silva, 51.
Conforme a família, o homem que ateou fogo na residência foi preso pouco depois do crime e segue sob custódia da polícia. “Nos falaram que responderá por três crimes, ameaça de morte, tentativa de homicídio e incêndio doloso”, relata Marcelo.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, que não comentou sobre esse caso por causa da decisão Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (ASDEP) que em assembleia optou em não fornecer informações de dados e entrevistas à imprensa. A medida foi tomada porque as negociações salariais com o governo do Estado não avançaram.
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