Um caso registrado como lesão corporal virou tentativa de feminicídio em Novo Hamburgo. Foi na madrugada de 23 de julho que um homem, de 52 anos, espancou a esposa, 37, em via pública. Conforme o delegado Lucas Moura de Britto, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, moradores do bairro Canudos ouviram uma movimentação estranha por volta da meia-noite. “Os vizinhos ouviram barulhos de socos e da vítima urrando de dor”, conta o delegado.
Em depoimento, a mulher disse que a família voltava de uma festa e que o marido, visivelmente alcoolizado, dirigia uma Volkswagen Kombi em alta velocidade. Ela e o filho do casal, de 8 anos, teriam pedido para que o homem desacelerasse. Foi então que as agressões começaram, ainda dentro do veículo. Ele teria desferido socos e cutucões tanto na esposa quanto na criança.
Em determinado ponto do trajeto, chegou pedir para o menino sair da Kombi e acelerou. Depois, voltou-se para a mulher, parou a Kombi e direcionou socos e chutes no rosto e no pescoço da vítima. Testemunhas viram o agressor arrastá-la pelos cabelos pela rua. O filho presenciou toda a cena.
Espantados com a gravidade das agressões, os moradores chamaram a Brigada Militar. No entanto, momentos antes da chegada dos policiais, ele colocou a mulher dentro do veículo que dirigia. O agressor foi detido em seguida e preso em flagrante.
Mesmo algemado e na presença da BM, o marido fazia graves ameaças contra a esposa. A vítima, que estava desacordada devido a um golpe na cabeça, foi levada ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo, onde ficou por três dias.
Após os fatos, ela conseguiu medida protetiva contra o agressor. À Polícia, relatou que o marido a agredia dentro de casa e que tinha medo dele.
Conforme o delegado, o caso chegou à Deam como lesão corporal, mas, após investigação, a Polícia concluiu que se tratava de uma tentativa de feminicídio e o indiciou pelo crime. Ele está preso preventivamente. O inquérito foi concluído na última terça-feira (8).
Canais de denúncias
Denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes ou de violência familiar e doméstica contra mulheres podem ser feitas, inclusive de forma anônima, pelo Disque 100. Também é possível relatar casos para a Brigada Militar, pelo 190, ou acionar o Conselho Tutelar da sua cidade.
A Polícia Civil do RS dispõe também dos fones (51) 2131.5700 (para Porto Alegre), 0800 642.6400 e (51) 9.8418.7814 (WhatsApp e Telegram).
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