O exemplo de fé e o amor por Deus fez com que Adriano Müller, de 63 anos, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Rondônia, em Novo Hamburgo, buscasse, assim como o seu pai, o padre Paulo Müller, vigário da Catedral São Luiz Gonzaga, dar um passo a mais na vida religiosa. Nesta quarta-feira (15), Adriano foi ordenado diácono permanente, na Catedral, após mais de uma década servindo à igreja como ministro extraordinário da Eucaristia.
A cerimônia, que emocionou quem esteve presente, oportunizou que o pai e o filho estivessem juntos no altar. De acordo com o bispo Dom João Francisco Salm, a ordenação estava prevista para ocorrer somente no ano que vem, mas foi adiantada para agora, já que Padre Paulo, que completou 87 anos, está com a saúde debilitada e respira com a ajuda de oxigênio.
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A vida cristã sempre esteve presente na família Müller, mesmo antes de Padre Paulo buscar o sacerdócio. Isso porque, conforme explica Adriano, o pai foi casado, teve quatro filhos e, após perder a esposa, em 1988, decidiu se tornar padre, já que era ministro e diácono. “A forma dele superar a falta da mãe foi se entregando para Deus. Ele deu de si para Jesus”, comenta.
Já Adriano, que sempre frequentou a paróquia no bairro Rondônia, conta que a vocação para a vida religiosa surgiu em uma das missas, pois sentia um carinho ao olhar para o altar. “Eu sempre prestei atenção no que era feito. E eu sempre dizia: ‘um dia, eu vou estar do lado de lá do altar’”, relembra. Assim, buscou ser ministro, posição que ocupou por 16 anos. Quando viu que já tinha feito tudo no cargo, iniciou os estudos para o diaconato.
“Essa é a missão que eu me propus há 42 anos e agora estou vendo se realizar. Eu amo isso aqui”, afirma. Sobre poder contar com a presença do pai no altar, Adriano diz se espelhar no Padre Paulo. “A humildade e a caridade dele resplandece o rosto de Cristo. Meu pai é a minha inspiração”, diz.
Momento único
Padre Paulo, que assistiu toda a celebração, se emocionou diversas vezes vendo o filho seguir seus passos. “Quando eu fiquei viúvo, procurei a Igreja para me completar. Valeu por tudo. Ele se tornar diácono me deixou feliz. Ele já tinha o dom. É uma felicidade muito grande. E os outros filhos também me deixam feliz, pois também frequentam a Igreja”, manifesta Müller.
Para o neto do Padre Paulo e filho de Adriano, Matheus Duarte Müller, 29, o momento é único para a família. “É bastante emocionante, e muito importante também para o meu vô. Sempre fomos diferentes por termos um padre na família, e agora teremos um diácono”, conta. O advogado assume que as pessoas demonstram certo espanto quando ficam sabendo que o avô é padre, mas ele faz questão de explicar. “Muitas não acreditavam”, diz.
Dom João Francisco destaca que a história do Padre é única. “É raro. E mostra também a importância da família na educação dos filhos. Vejo a alegria do Padre Paulo de ver o filho se tornar diácono. E ele está seguindo a vocação, o que mostra que a Igreja está viva, e as novas gerações estão vindo”, destaca.
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