Além de levar música de forma gratuita para a comunidade, o Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusik) também proporciona que o conhecimento de músicos renomados no cenário erudita repassem seus conhecimentos a outros novos talentos. São mais de 30 profissionais nacionais e internacionais que durantes das manhãs e tardes do festival se tornam professores ao longo dos nove dias do FeMusik.
Chamadas de “classes” e “master classes”, as aulas são direcionadas aos mais de 300 participantes do festival, sendo um dos diferenciais que o FeMusik oferece. As aulas oferecidas contemplam canto lírico, regência e o ensino de diferentes instrumentos, como violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarinete, fagote, trompa, trompete, trombone, tuba, eufônio, saxofone, percussão, piano, harpa e violão.
João Paulo Farias Nery, de 23 anos, veio de Brasília para participar do festival. Ele toca oboé há cinco anos e esse é seu primeiro festival fora de sua cidade natal. Segundo ele, o que o motivou para participar foi ter a chance de ter aula com Joel Gisiger, um dos principais nomes do oboé da atualidade no Brasil.
“Para nós que somos músicos e estamos buscando uma formação, se colocar nesse tipo de situação de ter aulas durante o dia e apresentações à noite é fundamental. É um pedacinho da vida profissional”, relata.
Para o clarinetista argentino e com atuação no Chile, Luis Rossi, “é fantástico ter a oportunidade de poder transmitir a minha experiência profissional a todos esses jovens que estão em um momento importante das suas vidas, porque vieram a esse festival em busca de conhecimento para poder crescer”, afirma.
As aulas são realizadas na Casa das Artes, no câmpus I da Universidade Feevale, na Fundação Ernesto Frederico Scheffel e no Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno. Por dia, são mais de 30 classes e master classes ocorrendo nos três locais.
Número de alunos surpreende
Já na sua primeira edição, o FeMusik chegou surpreendendo professores e alunos. Conforme o diretor artístico do festival e maestro, Linus Lerner, na região metropolitana de Porto Alegre não há festivais de tamanho porte.
“Queremos estabelecer Novo Hamburgo como um polo cultural. Todos elogiam que uma das vantagens do FeMusik é ser o único festival na região metropolitana. Os festivais acontecem, normalmente, mais para o interior do Estado”, diz.
Ministrando as aulas de violão, o gaúcho de Porto Alegre, Daniel Wolff foi o primeiro doutor em violão do Brasil. Para ele, que viaja longas distâncias para participar de festivais, diz estar feliz de estar no FeMusik. “Acho muito bacana um festival que já na primeira edição tem tantos alunos e de outras partes do Brasil. Fico muito feliz que estamos tendo algo assim aqui”, destaca.
O baiano Cauan Roque Almeida dos Santos, 21, viajou mais de 3 mil quilômetros de Salvador até Novo Hamburgo. Ele é um dos dos jovens talentos da turma de Wolff e conta que há nove anos é músico, tocando violão erudita.
“Está sendo meu primeiro ano de festival. Cada cidade e região é diferente, o formato é dinâmico e os professores. Eu soube que o professor Daniel estaria aqui e queria ver as questões que ele tem para propor para a gente e aprimorar a questão técnica e erudita”.
Educação musical
Além da educação musical dos músicos inscritos e que participam do festival, os alunos do Núcleo de Orquestras Jovens (NOJ) também vão poder aprender com nomes de grande relevância nacional e internacional do meio clássico.
“Nós inserimos nossos alunos como ouvintes nesse primeiro festival e já na espera que em próximos festivais, os nossos alunos do NOJ possam ser selecionados pelos professores”, conta o coordenador geral do festival, Gustavo Müller.
De acordo com ele, a iniciativa tende que Novo Hamburgo se torne, de fato, um polo musical e que novos projetos envolvendo a música possam ser criados. “Tudo isso agrega para que no futuro a gente possa ter novos músicos formados”, diz.
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