O penúltimo dia do Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusik) reuniu emoção, arte e apresentações que serviram como uma amostra de todo o trabalho desenvolvido ao longo da última semana. A programação iniciou no sábado (29) a tarde, com a inédita Camerata de Violões e o concerto dos alunos na Fundação Ernesto Frederico Scheffel. A noite, o concerto da Orquestra Filarmônica do festival lotou o Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno.
O festival termina no domingo (30), com o concerto de encerramento no Teatro Feevale, às 19h30.
Boa parte dos mais de 300 inscritos no festival se apresentaram na Fundação Scheffel, um dos locais mais culturais de Novo Hamburgo. Em grupo ou sendo solistas, entre instrumentos de sopro ou de cordas, os músicos encantaram quem foi assistir.
As hamburguenses Eduarda Dalagnio Sbeghen, 23, e Amanda Godoy, 22, estavam procurando um passeio para o sábado e acabaram descobrindo pelas redes sociais o evento. “Eu geralmente frequento a fundação. Estamos rolando nas redes sociais, apareceu e decidimos vir e valeu muito a pena. É incrível, eu estou encantada. É muito bonito”, contou Eduarda que a cada nova música tocada, fazia vídeos e fotos para guardar como recordação.
Emoção tomou conta
Unindo professores e alunos em uma mesma orquestra, o concerto da da Orquestra Filarmônica do FeMusik trouxe ao palco do teatro municipal interpretações que emocionaram o público. Com os olhos fechados, mas de ouvidos atentos, a moradora de Novo Hamburgo Thaiane Neves, 27, não conseguiu conter as lágrimas ao ouvir a obra “As Quatro Estações Brasileiras”, criada e regida pelo Maestro Dimitri Cervo.
“Eu sou gaúcha e para mim foi uma música que remete aos pampas, me lembra toda a minha trajetória e me lembrou os a luta dos índios e dos negros, que aqui tiveram muita dificuldade”, conta Thaiane. Além de ser regida por Cervo, a música contou com o solo do violinista arménio e professor do FeMusik, Levon Ambartsumian.
Emoção também foi para a família Czeczelski, que veio de Guaíba para prestigiar a aluna do festival e violinista Luíza Czeczelski, 20. A família nunca havia podido ver uma apresentação de Luiza em festivais e aprovaram a iniciativa de criar um evento de tamanho porte na região metropolitana. “É uma honra. Ela é um orgulho para a gente. É maravilhoso ter esse festival perto da gente”, afirmou a tia da musicista, Mônica Czeczelski.
O diferencial da noite foi, não só alunos e professores tocando em conjunto, como também a regência da orquestra. Conforme o maestro e diretor artístico do FeMusik, Linus Lerner, todos os maestros que comandaram a orquestra são alunos da aula de regência orquestral do festival. “Essa é uma orquestra com sinfônica formada por alunos e criada exatamente durante o festival. A apresentação foi de tudo o que esse alunos aprenderam durante esses nove dias”, explica Lerner.
Orgulho
Lerner foi um dos idealizadores do festival e, além de uma carreira consolidada na música erudita, ele nasceu em Novo Hamburgo. “Esse festival veio para ficar. Estou muito orgulhoso de poder idealizar e realizar esse festival na minha cidade natal, depois de quase 40 anos fora”, confessa o maestro.
Orgulho também é o que sente o diretor geral do FeMusik, Gustavo Müller. “O primeiro FeMusik já nasceu muito grande e com a responsabilidade de entrar a melhor opção para os nossos alunos, seja em nível de professores ou estrutural”, avaliou.
Ingressos esgotados
Todas as atividades do FeMusik são gratuitas. No entanto, por ser realizado no Teatro Feevale, o concerto de encerramento do festival necessitava a retirada de ingressos antecipados e que já foram esgotados.
Quem não conseguiu garantir o lugar para assistir a obra “Carmina Burana”, pode ainda conferir a apresentação pela internet, no YouTube do FeMusik. A apresentação começa às 19h30.
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