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Feira do livro de Novo Hamburgo encerra com incentivo a novos escritores locais

Estudantes do ensino médio foram reconhecidos por sua produção literária

Eduardo Amaral
Publicado em: 16/10/2023 às 17h:17
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Incentivar a produção literária na cidade é o principal objetivo do Concurso Juventude Escritora, que neste domingo (15) entregou aos participantes o Certificados para os Jovens Escritores. A entrega aconteceu durante a Feira do Livro de Novo Hamburgo, que neste ano chegou a sua 39° edição.

Textos produzidos por estudantes do ensino médio de Novo Hamburgo ficaram expostos durante a Feira do Livro | Jornal NH



Textos produzidos por estudantes do ensino médio de Novo Hamburgo ficaram expostos durante a Feira do Livro

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Criado em 2022, também durante a Feira, o Concurso não tem caráter competitivo. A proposta é incentivar estudantes do ensino médio da rede pública e privada da cidade a produzirem textos nos formatos de crônicas, contos e poesia, e divulgarem os mesmos. Os textos são expostos em um varal na praça que acolhe a Feira.

Em sua primeira edição, foram 11 textos inscritos, já em 2023 esse número passou para 46, e a expectativa para o próximo ano é de ainda mais participações. “Essa gurizada tá escrevendo. Ela foi estimulada a depositar isso em algum lugar, foi chamada a participar de uma história. Surpreende porque a gente não tem contato com esse volume de gente escrevendo, mas é muito nítido que Novo Hamburgo produz muita literatura”, avalia o secretário de Cultura da cidade, Ralfe Cardoso.

Três diferentes estilos

A amizade foi a inspiração para a estudante do terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Wolfram Metzler, Isadora Vargas, 17 anos. Inspirada em uma amiga, ela produziu uma crônica que também serviu como um presente de aniversário. “Criei algumas referências e influências mais cósmicas, coloquei bastante coisas com estrelas, principalmente porque fazia uma boa referência para os momentos que ela estava passando. Acho que ficou um pouco atípico, mas tudo bem”, conta ela que escreveu o texto no aniversário da amiga que serviu de inspiração.

Elisa Bellebon Amtich, 15 anos; Manuela Cornely, 17 anos e Isadora Vargas, 17 anos são algumas das novas escritoras de Novo Hamburgo | Jornal NH



Elisa Bellebon Amtich, 15 anos; Manuela Cornely, 17 anos e Isadora Vargas, 17 anos são algumas das novas escritoras de Novo Hamburgo

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Já a estudante do primeiro ano da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano, Elisa Bellebon Amtich, 15 anos, buscou inspiração no universo dos super heróis da DC Comics para criar seu conto. “Me passo por Louis Lane, em uma visão sobre os heróis que existem no universo da DC e os da vida real, incentivando para que as pessoas tentem sempre ser a sua melhor versão, e tentar salvar o mundo de alguma maneira” resume ela que escreveu o texto durante a pandemia e buscou retratar o trabalho dos heróis sem capa e sem poderes.

Colega de Isadora no terceiro ano do Wolfram Metzler, Manuela Cornely, 17 anos, usou um momento de raiva para escrever seu poema. “Escrevi muito rápido, mas era em um momento que eu estava muito braba com uma pessoa, e escrevi inspirada por ela.”

Tornar público

As três autoras sonham em publicar livros no futuro, mas esse primeiro passo foi um desafio devido a inexperiência. “Com certeza foi uma coisa nova, porque os meus poemas, geralmente, costumava guardar só para mim ou para um grupo seleto de pessoas”, conta Manuela.

Elas também relatam ter tido facilidade em colocar no papel as ideias que estavam na cabeça. “Foi muito tranquilo porque eu tenho muitos picos de criatividade, então fluiu muito bem a escrita, quando surgiu a ideia para escrever sobre super heróis, eu que sou muito fã de quadrinhos, pensei ‘vou escrever como uma pessoa desse universo.’ Na hora de escrever foi como se eu estivesse bebendo água”, resume Elisa.

Para Isadora, o fato de que sua inspiração ser uma amiga facilitou o processo.” Tendo também alguém que você conhece como inspiração fica mais fácil.”

Grande qualidade

Patrona da Feira do Livro de Novo Hamburgo, Margarete Fagundes Nunes, se mostrou bastante surpresa de forma positiva com a qualidade dos textos apresentados. Antropóloga de formação, ela ressalta a importância de incentivar a produção literária na cidade. “Escrever é importante para construir um mundo melhor, e eu acredito firmemente nisso, que a gente consiga registar o que as pessoas estão sentindo, e isso vai circular”, destacou.

Ralfe Cardoso destaca o papel de autoestima que a literatura pode dar à população de uma cidade. “A arte constrói identidade em qualquer circunstância, se você se tem alguém da literatura, da dança, do audiovisual que é da tua cidade isso te empodera indiretamente quando não diretamente, importa muito na estima do lugar.”

O titular da Secult ressalta ainda a questão econômica que a literatura pode dar. “Quantos lugares a gente visita mundo a fora visitar a casa de alguém que é um escritor.”

A Feira do Livro de Novo Hamburgo chegou ao fim neste domingo com aumento na presença de público e presença de escritores locais e nacionais.

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