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EDUCAÇÃO

Feira de ciência escolar vira oportunidade para alunos pensarem em soluções para enchentes

Estudantes de Novo Hamburgo transformam preocupações sobre a realidade em ciência

Giordanna Vallejos
Publicado em: 15/07/2024 às 20h:41 Última atualização: 15/07/2024 às 20h:42
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A Escola João Ribeiro, localizada no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, realizou para uma feira de ciências que vai além da simples exposição de experimentos escolares. Com uma programação estendida por dois dias, o evento revelou o olhar das crianças sobre um tema de grande preocupação: as enchentes.



“A feira de ciências já existe há muito tempo”, conta Maristela Soares Santos Adams, professora de ciências da escola. “Sempre visamos incentivar a curiosidade dos alunos. A feira de ciência é importante, ao envolver pesquisa, experimentos e maquetes.”

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Planejada desde março, a feira deste ano enfrentou desafios adicionais devido às chuvas intensas de maio, que atrasaram os preparativos. “Os alunos ficaram intimidados e não vinham para a escola, mas retomamos os trabalhos em junho”, explica Maristela.

Enchentes em foco

Embora o tema principal da feira não seja as enchentes, alguns trabalhos dos alunos abordam diretamente esse problema. “Tem um trabalho do nono ano que fala sobre inundações e o que pode ser feito para essa questão”, diz Claudia Rodrigues da Silva, professora de matemática. Outro projeto complementa, abordando as pragas urbanas que surgem em decorrência das chuvas.

As enchentes tiveram um impacto significativo não apenas nos projetos dos alunos, mas também em suas vidas pessoais. “O retorno às aulas foi lento”, relata Maristela. “Muitos alunos tiveram familiares e amigos atingidos pelas enchentes, e isso afetou sua motivação.” Além disso, a escola recebeu alunos de outras áreas afetadas, como o bairro Santo Afonso.

Voz dos alunos

Brayan Matheus Ferreira Capelleti e Davi da Silva Lussani, alunos da turma 92, explicam seu projeto sobre inundações. “Falamos sobre as razões climáticas e humanas que causam inundações, como o fenômeno El Niño, que gera chuvas intensas, e a construção em áreas de várzea, que são propensas a alagamentos”, diz Brayan.

Davi acrescenta que a falta de manutenção em infraestruturas, como as comportas de proteção de Porto Alegre, agrava a situação. “As comportas não tinham as borrachas de vedação e começaram a usar sacos de areia para vedar, mas não deu tempo. A enchente atingiu seu recorde de 13,5 metros de altura em 28 de maio, quase batendo o recorde de 1941.”

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Com dois potes de vidro, eles simularam a relevância do desassoreamento dos rios, que consiste na remoção do material presente no leito de um rio. Em um pote, com mais areia ao fundo, não foi possível comportar muita água. Já no outro, com menos areia, havia mais espaço para a água. O que demonstra que com a retirada de areia, é possível reduzir as enchentes.

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